sábado, junho 21, 2008

Carta aberta

Baby Bonitinho,

O dia passou e vc não ligou. Não escreveu. Não sinalizou. Foi a prova de que você não existe mais. Tive vontade de chorar por conta disso. Na verdade chorei, mas foi só um pouquinho.

Pois é, eu ainda “ti penso”. Mesmo sabendo que você não está mais por aqui, nem por aí, nem em lugar nenhum. Sua existência se resume a minha insólita memória, algumas fotos, emails, anotações tolas num caderninho com imagens do Garfield, uma carta, a “coleira”. Dessa vez eu não fiz uma fogueira. Gosto de ter esses pedaços de você, são provas de que você existiu, uns dias, só para mim. Obrigada por isso!

Lamento não ter sido capaz de te ligar, de saber de você sem sofrer com isso. Ainda não sou tão grande assim. Queria que você ficasse, não necessariamente daquele jeito. Podia ser de outro, mas não deu...ainda não dá. Pela primeira vez tive vontade de ser grande, gente grande de verdade daquelas que compreendem bem tudo que acontece e sabem sempre fazer a coisa certa do jeito certo. Grande para não sentir dor quando ver que sua vida mudou, que tudo passou, que eu passei.

Quando eu crescer vou poder "pedir peitinho" e dizer "baby bonitinho, era tão bom quando você existia".

Beijo com bico e abraço forte forte.

domingo, junho 15, 2008

Sobre o cansaço

Perdera a conta. Por um momento quis saber quantas vezes já havia sentido tal coisa, da mesma maneira, sempre, sempre. Mas logo desistiu. Os números não importavam, os motivo sim. Porque sempre do mesmo jeito?

E outra vez aquela dor lhe corroia o peito. O coração sempre queimando, ardendo. “Como da última vez”. Ela sempre acredita ser a última vez.

Vê-lo sorrindo ao lado dela, abraço, o beijo... Mesmo depois de tanto tempo, mesmo depois de todo o silêncio, de toda a distância, uma grande distância. Para ela é como se nada tivesse passado. Com uma ampulheta sem passagem para areia seus sentimentos contam o tempo. Inexistente. Tem saudade, carinho, paixão...mas o amor ainda é dúvida. Pensa em tudo sem contar o tal do tempo. Sente tudo como se nada fosse passado. E também como sempre sabe que no fundo pode não ser ele, mas também como sempre gostaria que fosse. E segue a vida, mas nem tanto.

Assim sucumbe a dor e chora, mais uma vez, sempre. O cansaço vem depois, junto com a consciência de que nada faz sentido. “Ser assim só desgasta”, sabe bem.