quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Mensagem subliminar do dia:

"Sou escrava da minha consciência"
Muito próximo de tudo que mais abomina

Não foi a primeira vez, por isso mesmo que lhe causara tanto mal-estar. O dia seguinte lhe amargava a boca com uma ressaca moral digna daqueles que abusam da consciência de seus atos. Uma sensação que se prolongou semana à fora.

A noite era de festa, mas ele não poupou comentários ácidos e ironias pouco amistosas. Falou demais sobre o que não devia, criticou injustamente o comportamento daqueles que o rodearam. Fez um péssimo uso das palavras. Parecia perdido.

Estava embriagado de inveja, tomado pelo ciúme e dominado pelo rancor. Por algumas horas, muito mais do que no último ataque, havia, enfim, se tornado um reflexo de tudo que mais detestava. Seu maior medo estava ali, se apoderando de sua matéria.

A capa agora era do pequeno ser mal-amado, aquele que não é capaz mais de ser feliz com a alegria alheia. O fantasma que sempre o amedrontou agora é seu mentor.

terça-feira, fevereiro 19, 2008

sábado, fevereiro 16, 2008

Carta aberta

Moço bonito,

Não é uma noite de Lua cheia como aquela em que nos encontramos lá no alto. Mas ela está lá, em pleno quarto-crescente, exibindo todo seu charme envolta, volta e meia, por uma fina camada de nuvens.

É uma noite misteriosa, perfeita para te encontrar outra vez, naquele mesmo lugar. E pensar que eu cheguei tão perto... Até ensaiei coisas para te dizer. Sim, eu faço isso desde a pré-adolescência. Tudo bem que nunca falo tudo que ensaio, mas sempre me divirto um pouco com essas novelinhas encenadas entre as quatro paredes do meu quarto.

Evidente que ainda penso em você, não com o mesmo entusiasmo, mas penso e, especialmente, lamento. Sinto muito por tudo que não aconteceu, por todos os tiros que dei na água. Eu sempre gasto muita munição.

Espero que você esteja bem. Ta quase na hora...bom trabalho.

Saudades

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Estranhas medidas

Sempre tive problemas para medir coisas, sejam elas quais forem. Distâncias, tamanhos, profundidades. Uma completa negação nessa área. Me considero menos esperta por não saber isso.

Mas hoje, depois de uma ida ao supermercado, descobri uma coisa muito interessante. Existem rolos de papel higiênico com duas metragens diferentes, 20 e 30 metros. Os preços também variam, mas como as marcas eram diferentes não deu para saber o preço exato da diferença. Mesmo assim gastei um tempo frente à prateleira pensando no que exatamente significariam 10 metros de papel higiênico num rolo. Quantos números um eles enxugariam ou quantos números dois limpariam? Ou ainda quantas assoadas de nariz quem sabe?

Duvido muito que alguém tenha essa incrível noção. E só de duvidar já me sinto mais esperta:-)


domingo, fevereiro 10, 2008

Fundo do poço – versão 1.0 de 2008

Você sai de casa sábado à noite para conhecer uma nova boite, é obrigada a ficar quase uma hora numa fila só de mulheres na calçada, é chamada de interesseira por um vendedor ambulante e ainda é deixada no vácuo por um argentino!

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Mensagem/pensamento subliminar do dia:

"I hate brazilian people who speak english very well"
Nacionalmente estrangeira

Agora faz mais sentido porque evitei por tanto tempo me envolver com pessoas de outros paises. Eu dizia sempre que era preconceito, já fui alvo daquelas almas infelizes que acham que minha cidade é um imenso puteiro. Tudo bem, hoje até concordo com essa teoria da casa de tolerância e também já sei me defender desses tipos, dois passos importantes para mudança de comportamento.

Considero como marco oficial a abertura de um certo albergue em Copacabana. Walk on the Beach, criado por dois colegas, Bo (from Denark) e Alcira (from Vila da Penha), e gerenciado por uma querida amiga, Ale (from Anchieta). No WOTB, como carinhosamente chamo, minha maneira de ver o mundo e as pessoas que nele habitam começou a mudar. O entra e sai constante de gente de inúmeras partes do planeta provoca sentimentos estranhos: medo, curiosidade, encantamento, alegria. Fica tudo lá, preso nas paredes, flutuando pelos corredores, jogados pelo chão. Não dá para ficar imune. Depois de algum tempo você já sorri involuntariamente para qualquer rosto com feições fora dos padrões estéticos brasileiros.

É bom quando eles perguntam coisas sobre a cidade, o país, com aquela curiosidade infantil. Melhor ainda quando gostam e não poupam elogios, eu quase explodo como se fosse a dona da terra. Mas também morro de vergonha quando a desordem urbana, violência e falta de educação do povo vêem à tona. São os meus momentos reais de brasilidade.

De certa forma tudo fica diferente quando eles, os estrangeiros, estão por perto. A vida fica mais divertida. Imagina só ir a uma festa onde você é a única representante de toda uma nação? Jantar com cinco pessoas de cinco paises diferentes que não falam a sua língua, mas ainda assim insistem em serem entendidas e passar a noite toda brincando de tecla SAP. Ou jantar com seis pessoas onde apenas três são estrangeiras e mesmo assim ninguém falar a sua língua e você passar a noite toda tipo personagem de cinema mudo.

Ainda não realizei meu sonho de viajar para fora do Brasil, mas já conheço um pouco mais sobre o mundo sem sair da minha cidade. Me sinto mais gringa a cada dia:-)

sexta-feira, fevereiro 01, 2008