sábado, dezembro 27, 2008

Noção

Existem tantas coisas que acontecem, aparecem, esbarram, entram e ficam na gente que às vezes é difícil administrar tudo. E freqüentemente estamos por ai literalmente entornando o caldo em alguém ou alguma coisa.

Ah, sim, tive meu momento de caldo entornado em alguém recentemente, ou você acha mesmo que os posts brotam sem sementes? Boh!

A coisa toda fica lá escondida em algum buraco vazio na sua cabeça. Por vezes passeia até o coração ou algum outro órgão vital do seu corpo criando um mal estar generalizado. O pior é quando a coisa toma forma, domina palavras e pronto! Coloca muitas outras coisas bacanas no chão. O problema é que assim, disfarçada de coisa qualquer, a coisa ruim fica dentro de você tempo demais sem que você tenha noção. E, seguindo a teoria do tomate podre na caixa, vai contaminando o resto ao seu redor sem que você se de conta. Daí vem a clássica pergunta: porque diabos eu estou fazendo isso?

Bem, muitas vezes me disseram que essas coisas são muito simples de serem resolvidas. Tipo: basta detectar e ele desaparece. Como uma dessas coisas encantadas de desenhos animados ou histórias infantis. Claro que nunca acreditei nessa simplicidade toda, mas também nunca desisti de tentar. Nha!

E foi assim que cheguei até este post, ou momento se você for um leitor tradicional e avesso a tecnologia. Fiquei pensando exaustivamente numa coisa que há algum tempo vem dando errado, mas que na verdade quero que dê certo e acredito muito que possa dar certo. E tentando descobrir porque está sempre dando tudo errado cheguei finalmente na tal coisa raiz do problema. E não é que se fez a luz? Sic!

Alguma coisa mudou mesmo dentro de mim. Não sei se a tal coisa realmente desapareceu depois que eu a descobri, mas eu me sinto bem melhor. Consigo ver tudo de um jeito mais claro e tenho um novo ânimo para tentar dar certo mais uma vez. 

Tô cheia de noção;-)

sexta-feira, dezembro 26, 2008

domingo, dezembro 21, 2008

O tempo

Oito dias. Esse é o tempo que descobri a ausência do sentimento. Essa verdade me atormenta noite e dia. Simplesmente não consegui conviver com ela e hoje, o oitavo dia, sucumbi. Apelei. Joguei a toalha. Levantei a mão. O tempo se fez necessário.

Sinto muito...não deu para mim.


Faxina

Limpando um pouco a mesa do meu centro de entretenimento particular (leia-se meu quarto) resolvi jogar fora meus velhos bloquinhos de anotação. Tenho vários que compõem uma bizarra coleção. Estão acabados, sujos e sem páginas limpas. Mas ficam sempre perambulando pelos meus guardados. Hoje resolvi limpar um pouco essa sujeira história e encontrei algumas anotações interessantes. Tipo meu balancete das ultimas férias (em 2005!); rascunho de bilhete para o pior ex, quando ainda era atual; telefones e emails de pessoas que eu nem imagino mais quem sejam e muitas idéias para textos. Tudo devidamente picotado e jogado no lixo. Um textinho me chamou atenção. Não tem data e eu claramente não me lembro quando escrevi, mas tenho uma vaga idéia do personagem principal da reflexão.

"Sentimentos que eu não saberia viver sem

Passo tanto tempo sozinha que viver sem sentir saudades seria impossível. Sinto saudades o tempo todo e, às vezes chega a ser gostoso. Como hoje cedo, quando ouvi uma musica e lembrei dele. Bateu uma saudade tão profunda e doce que fiquei emocionada. Suspirei fundo e corri para o Orkut para expressar o que sentia.
Por vezes maldigo minha solidão, mas preciso pensar nela com mais carinho. Além de ser minha companheira mais fiel, devo a ela meus melhores momentos de inspiração, meus silêncios mais profundos e minhas lágrimas mais sinceras."




quarta-feira, dezembro 10, 2008

Os sinais

Entro na loja de produtos naturais e a mocinha sorridente me aborda cheia de convicção:

“Boa tarde senhora. Aceita um suco de inhame com hortelã e limão?”
Claro que fui incapaz de pronunciar qualquer palavra, mas minha expressão disse muito a simpática moça que pediu desculpas e se retirou rapidamente do meu raio de visão.

Chego em casa e abro uma de minhas caixas de email e está lá: rementente Ludy Ferreira, assunto Vestidos de Noiva?!?
“OLA NOIVA !
PARA VOCÊ QUE NÃO ME CONHECE!!!
SOU UM DESIGNER DE MODA NA CIDADE DE CAMPINAS, ONDE EXECUTO UM TRABALHO DE CONFECÇÃO DE VESTIDOS DE NOIVA E FESTA. O MOTIVO DO MEU CONTATO É PARA VOCÊ QUE AINDA NÃO TEM O SEU TÃO SONHADO "VESTIDO DE NOIVA". “

Então ta, se alguém entender por favor me explique.

terça-feira, dezembro 09, 2008

O Plágio

Só para constar. Ouvi Viva La Vida do Coldplay uma dezena de vezes, todas devidamente intercaladas por If I Culd Fly do Satriani. Na boa? Satriani viajou!

Complicado esse papo de plágio hoje em dia. Não dá para sair por ai acusando uma banda nova por causa de pequenas semelhanças em determinados acordes de um veterano. Satriani é O CARA. Ele faz musica desde que os caras do Coldplay estavam brincando de Comandos em Ação. Impossível controlar a mente para não repetir um acorde baseado em algum som que ouvimos no passado. Claro, eu não sou compositora nem nenhuma expert no assunto. Não posso julgar com precisão tal fato. Mas digo, com base em meus muitos anos (algo em torno de mais de 35) de audição musical, que deve ser complicado não dar uma “chupadinha” básica no som de algum mestre no assunto.

segunda-feira, dezembro 08, 2008

Novo Office

Mudei meu Office para versão 2007. Depois de anos usando a vesão XP resolvi evoluir um pouco;-)

Mas sabe que ta complicado de me adaptar? Esse layout a La Windows Vista é bem esquisito (sim, eu ainda sou uma das teimosas usuárias do XP). Tudo muito diferente, “muderno” e com aquela interatividade burra que só a Microsoft é capaz de proporcionar.
Eu, do alto do meu AMD de 1000, posso dizer que sou tecnologicamente muito conservadora, Ainda uso o Outllok Express 6 e simplesmente morro de saudades da florzinha do ICQ. Simplesmente não sei o que será de mim quando meu AMD me deixar:-(

domingo, novembro 30, 2008

quarta-feira, agosto 06, 2008

Mensagem subliminar do dia:

My body is a museum

Da série auto-análise – A Ansiedade

De zero a dez eu qualificaria a ansiedade um problema de grau oito. Sim, muito grave!

Nos encontramos ao acaso, foi ótimo. Batemos um papo nota dez. Claro que quero mais, mas porque tem que ser para ontem? Me pediram uma ajuda, beleza. Tenho dois contatos que podem resolver, mas para que preciso mandar dez emails para mais dez pessoas falando à respeito?

Ainda não entendo bem os mecanismos da ansiedade. À primeira vista parece uma coisa gerada pela falta de coisas para fazer. Tipo ócio, tempo livre. A pessoa fica com a cabeça livre para pensar excessivamente em determinado evento ou se aplicar demais em alguma tarefa nova. Pode até ser, mas nem sempre é assim. Já me peguei inúmeras vezes fazendo mil coisas durante o dia (mosaicos, bordados, crochê, limpeza, brincando com o cão) e com uma idéia fixa na cabeça a ponto de checar o email via WAP a cada 15 minutos! Particularmente a ansiedade é uma vontade extrema de passar logo para a próxima página, a próxima etapa, o próximo evento. 

Dizem por aí que a ansiedade é gerada por uma mente acelerada. Faz sentido. Tanto que, imediatamente após escrever essa frase, eu já formulei uma conclusão fantasiosa: “preciso de freios ABS cerebrais”.


terça-feira, agosto 05, 2008

Mensagem subliminar do dia:

"Não precisa ser de novo assim tudo igual"

Enquanto isso em Paris....

O metro parisiense lançou moda na Europa ao oferecer aos seus passageiros a possibilidade de um segundo encontro. A empresa elaborou um site onde é possível deixar recados para aquelas almas solitárias que se esbarram nos vagões e plataformas a toda hora.

Desde o seu lançamento, em fevereiro de 2007, o site já registrou cerca de três milhões e cem mil mensagens. Um número significativo para quem gosta de analisar a personalidade das sociedades. Isso pode significar, por exemplo, que os parisienses são mesmo muito românticos e não resistem aos apelos de uma troca de olhares. Ou ainda que o desejo de contato humano está aumentando frente às facilidades das conexões virtuais. Ou simplesmente é mais uma oportunidade para as pessoas fazerem sexo. O que, segundo um amigo muito próximo e respeitado pelas suas visões polemicas da vida, é o objetivo principal de qualquer ser humano (humpf!).

Os recados deixados no site ilustram bem o parágrafo acima. São encontros furtivos: “Às 3, na S41: você desceu, usava uma sexy calça preta e blusa vermelha, cabelos loiros e longos. Desviou da minha bicicleta. Não penso em mais nada além de você.”; “3 horas. Embarcou na Lepoldplatz. Muito provavelmente você é árabe, usava um short azul da Nike. Achei você muito doce. Dê um sinal”. Alguns marcantes; “Quando as portas se fecharam, eu cai encima de você. Pisei no seu pé, minha bolsa caiu e você me ajudou a recolher as cenouras e tomates. Eu sai te olhando nos olhos, sem dizer nada”; “Você me ofereceu o lugar. Depois ficamos os dois de pé. Você acariciou minha mão. Desceu em Châtelet, e eu na Rer”. E aqueles que tiram o sono há tempos: “Te observo há algumas semanas quando vai para o trabalho. Desce na Auber, linha 9. Sentamos perto muitas vezes. Você já me notou?”.

No site, Paribulle, é possível deixar os recados públicos ou particulares, com fotos ou não. E a novidade já desembarcou com sucesso também em Berlin. 

A brincadeira parece ser bem divertida. Até eu que quase nunca pego o metro já tive vontade de rever um tipo interessante que dividiu o mesmo vagão comigo por alguns minutos.


segunda-feira, agosto 04, 2008

Deu no jornal (edição de hoje!)

Uma mãe permite que seu filho de dois anos seja fotografado com cigarro na boca um revólver calibre 38 nas mãos. As fotos estavam no celular dela que, depois de presa, disse não entender a gravidade da coisa. Outra mãe matou o filho de 35 dias asfixiado. O pai chegou em casa e a encontrou dormindo de bruços por cima do bebê. A mãe admitiu ter ingerido um pouco de bebida alcoólica antes de amamentar o bebê. A policia encontrou duas garrafas de cachaça vazias na casa. E uma família esqueceu a filha de três anos numa loja de um aeroporto. Só se deram conta do ocorrido depois que o piloto anunciou que uma criança fora encontrada. Isso depois de 45 minutos de vôo.

E tem gente que ainda acha absurdo uma escritora escrever um livro com 40 razões para não ter um filho.


Pensamento da madrugada

As pessoas que estão ficando vazias ou eu que estou precisando que elas me dêem muito mais?

domingo, agosto 03, 2008

Da série Coisas Que Eu Detesto

Odeio quando eu vejo um filme e não entendo nada! Acabou de acontecer com The Life Before Her Eyes com a Uma Turman.

Se você viu, por favor, me explique!

sábado, agosto 02, 2008

Fato do dia

Hoje, mais uma vez, tentei ser virtualmente outra pessoa. Mas não um outro avatar numa segunda vida, um outro nick de IM. Tentava ser ousada, mau criada, irônica do tipo desagradável, ácida. Sei lá, acho que queria ser virtualmente má, do tipo que diz: “você vai ficar fazendo essas perguntas chatas o tempo todo?”. Eis que eu estava bem no meio da brincadeira e apareceu uma pessoa legal, inteligente e com um papo ótimo. Meu personagem ficou tão sem graça que eu perdi a vontade de brincar. Pedi para a pessoa legal esperar um poquinho, desliguei e voltei com meu nick real. O de pessoa normalmente educada, cordial, certinha, chata. Ele não entendeu nada, mas de tão legal nem questionou muito. Enfim, fiz um novo amigo virtual lá no velho continente, mais um. E assim meu dia ficou mais feliz;-)
Como diria o Orkut: "Enlarge your circle of friends":-)


sexta-feira, agosto 01, 2008

Mensagem subliminar do dia:

Porque mesmo os oceanos dividem os continentes?

Passado, presente, futuro

Dizem por ai que para entender o presente é preciso estudar o passado e para ter um bom futuro o presente precisa ser trabalhado. Ando meio obcecada com esta idéia nos últimos dias. To tentando entender como eu vim parar aqui, nesse presente estranho. Já que um presente estranho pode significar consideravelmente um futuro bizarro.

Talvez seja por isso que dia desses assisti um filme que não via desde minha adolescência e de cara identifiquei um problema: eu sempre escolho o cara errado! No filme, St. Elmo’s Fire, são quatro personagens masculinos com personalidades e estilos completamente diferentes. Um obcecado, um romântico, um louco e outro normal. Eu passei anos cultuando o tipo louco. Tinha um pôster dele na parede do meu quarto. Ele tocava sax, era sex e ficava com todo mundo. Fala sério! Agora percebi, o tipo romântico era o certo. Ele passou anos sem ficar com ninguém porque se apaixonou perdidamente pela namorada do amigo. E quando eles terminam e ele tem finalmente sua chance, se declara. Uau! Isso é muito mais a minha cara.

Na minha ficha corrida tem um ou outro tipo normal e vários tipo louco, mas nenhum tocava sax:-( Passei batida pelos tipo romântico. Acho que isso é um problema.



sábado, junho 21, 2008

Carta aberta

Baby Bonitinho,

O dia passou e vc não ligou. Não escreveu. Não sinalizou. Foi a prova de que você não existe mais. Tive vontade de chorar por conta disso. Na verdade chorei, mas foi só um pouquinho.

Pois é, eu ainda “ti penso”. Mesmo sabendo que você não está mais por aqui, nem por aí, nem em lugar nenhum. Sua existência se resume a minha insólita memória, algumas fotos, emails, anotações tolas num caderninho com imagens do Garfield, uma carta, a “coleira”. Dessa vez eu não fiz uma fogueira. Gosto de ter esses pedaços de você, são provas de que você existiu, uns dias, só para mim. Obrigada por isso!

Lamento não ter sido capaz de te ligar, de saber de você sem sofrer com isso. Ainda não sou tão grande assim. Queria que você ficasse, não necessariamente daquele jeito. Podia ser de outro, mas não deu...ainda não dá. Pela primeira vez tive vontade de ser grande, gente grande de verdade daquelas que compreendem bem tudo que acontece e sabem sempre fazer a coisa certa do jeito certo. Grande para não sentir dor quando ver que sua vida mudou, que tudo passou, que eu passei.

Quando eu crescer vou poder "pedir peitinho" e dizer "baby bonitinho, era tão bom quando você existia".

Beijo com bico e abraço forte forte.

domingo, junho 15, 2008

Sobre o cansaço

Perdera a conta. Por um momento quis saber quantas vezes já havia sentido tal coisa, da mesma maneira, sempre, sempre. Mas logo desistiu. Os números não importavam, os motivo sim. Porque sempre do mesmo jeito?

E outra vez aquela dor lhe corroia o peito. O coração sempre queimando, ardendo. “Como da última vez”. Ela sempre acredita ser a última vez.

Vê-lo sorrindo ao lado dela, abraço, o beijo... Mesmo depois de tanto tempo, mesmo depois de todo o silêncio, de toda a distância, uma grande distância. Para ela é como se nada tivesse passado. Com uma ampulheta sem passagem para areia seus sentimentos contam o tempo. Inexistente. Tem saudade, carinho, paixão...mas o amor ainda é dúvida. Pensa em tudo sem contar o tal do tempo. Sente tudo como se nada fosse passado. E também como sempre sabe que no fundo pode não ser ele, mas também como sempre gostaria que fosse. E segue a vida, mas nem tanto.

Assim sucumbe a dor e chora, mais uma vez, sempre. O cansaço vem depois, junto com a consciência de que nada faz sentido. “Ser assim só desgasta”, sabe bem.

terça-feira, maio 20, 2008

Sobre aquele que nunca vi

Tem lágrimas nos olhos e peito dolorido. Não compreende bem....na verdade não faz o menor sentido, mas sofre. Sofre na realidade por uma história virtual. Todos os sorrisos, calafrios e sensações vinham do imaginário, do intangível. Sabia-se inatingível, mas desejava profundamente ser real, tangível, escolhida.

Faltou coragem para proferir as palvras e se fazer saber. Talvez a história teria um outro fim, seria outra coisa. Divagações inúteis para o momento que a tristeza é exata. Exatamente real.

Mais uma história especial que se finda sem saber-se certa ou errada.

sexta-feira, maio 09, 2008

I'ts over, good luck

Há três anos uma cantora fez a trilha sonora para o início de uma história de amor, pelo menos para mim era uma grande história de amor. A música dela pontuava vários momentos. As letras sempre combinavam perfeitamente nos momentos "fofos" do casal.

Claro, a "história de amor" teve um fim trágico, pelo menos para mim foi um grande fim trágico.

Desse tal fim até hoje passaram-se dois anos, dois meses e 28 dias, e, finalmente, eu consegui entender o tal "fim trágico" da "história de amor". Quem me trouxe à luz da explicação foi a mesma cantora. "Santa ironia!", exclamaria Batman em seu impecável traje negro.

Pois é: i'ts over, good luck!

sábado, abril 26, 2008

Por uma expressão mais plácida

Pode não parecer, mas me preocupo com minha expressão facial. Costumo disfarçar bem minhas emoções reais, mas as expressões já são muito mais difíceis. Chegam a ser involuntárias, imperceptíveis para mim. Elas simplesmente se expressam e eu? Ah, eu sempre acabo vendida quando alguém mais atento nota a clara contradição entre o que eu falo e o que minha face declara. Daí essa minha mania horrorosa de ser sempre sincera, mais do que manda a boa educação.

Na real, sou extremante distraída. Certa vez li em algum lugar (bom exemplo da minha total falta de atenção) que quando estamos com uma expressão plácida somos tratados de uma maneira mais cordial pelas outras pessoas, já que o ser humano tende a reagir instintivamente a esse tipo de estímulo. É tipo aquela máxima do “sorria para o mundo que ele lhe sorrirá de volta”.

Em tempos difíceis passei a me preocupar mais com essa coisa de expressão facial. Antes eu pensava nisso somente quando saía à noite com um grupo de amigas a todas elas eram abordadas (abordadas do tipo assediadas) por alguém e eu não. Sempre pensava: será que fiz cara de casada hoje? Cara de aborrecida? De lésbica? Lésbica tem cara? E por ai iam minhas divagações pós noite zero a zero. Agora a questão é o mau humor matinal, não há expressão plácida possível para mim na parte da manhã. O mundo nunca vai me sorrir antes do meio dia!

A cura está num pequeno aparelho chamado tocador de MP3, ou MP3 Player para os americanófilos mais exigentes. Com os pequenos falantes levemente introduzidos nas minhas cavidades auriculares enviando fantásticas ondas sonoras para meu cérebro aborrecido por ter sido despertado de seu momento mais amado, o sono, o tocador de MP3 é capaz de controlar minha expressão facial de maneira eficaz. E ainda me fazer pagar muitos micos em coletivos e vias públicas, mas isso é assunto para outro post.

Música é meu remédio para todos os males. Na verdade é a paixão que sempre acaba curando minhas dores, sejam elas quais forem. E a música está no topo das minhas grandes paixões.

sexta-feira, abril 25, 2008

Mensagem subliminar da madrugada:

Bisogno vedere per credere
Da infinita série Eu Faço Coisas Sem Sentido

Queria saber explicar porque perdi horas de sono relendo seus bilhetes. Depois de tanto tempo... Você não é mais a mesma pessoa e, de certa forma, eu também não sou. Não faz mesmo nenhum sentido.

Insisto nessa mania estranha de pensar que você é um quebra-cabeças, tipo um Mestre dos Magos da Caverna do Dragão. Que fala por códigos e nunca revela a verdade facilmente. Talvez por isso eu leio, volta e meia, seus velhos escritos endereçados a mim. É claro que traço paralelos e crio teorias, tudo muito embasado. Encho minha caixinha de argumentos para justificar o que meu coração insano tenta dizer à parte realista da minha mente.

quinta-feira, abril 24, 2008

Pensamento da madrugada:

Prego a Dio non lasciare questa vita senza un pò di tutto quello che hai in "Across the Universe"
Da infinita série Eu Faço Coisas Coisas Estranhas

Entrei num blog/diário de um cara estranho. Na verdade ele é até famoso, bem famoso lá nas bandas dele (do outro lado do Atlântico), mas por aqui não passa de um completo estranho. Tinha um post falando de um filme que o tinha emocionado muito. Eu imediatamente baixei o tal filme, assisti e, já de madrugada aqui e mais ainda do outro lado do Atlântico, comentei o post do cara estranho. Escrevi coisas estranhas para ele. Falamos idiomas diferentes e eu não necessariamente escrevo corretamente na lingua dele, mesmo assim eu respondi o post dele e compartilhei, estranhamente, a mesma emoção que ele. O tal filme me fez sentir a mesma coisa estranha que o sujeito estranho que vive no tal país estranho para mim.

terça-feira, abril 22, 2008

Pensamento do dia:

Eu adoro meus amigos
O Segredo?

É de fato uma experiência interessante quando você toma consciência das coisas ao seu redor. Para mim, o ser humano vive num permanente estado de semi-letargia (não estou certa se essa expressão comporta ou não o hífen, mas estou com preguiça de pensar mais profundamente à respeito, então vai com hífen por uma decisão puramente estética), onde quase nada é percebido com devida atenção. Faz muito tempo (leia-se algo tipo pré-adolescência, os fabulosos 12 ou 13 anos) que eu carrego essa teoria comigo e tenho isso como uma das minhas verdades particulares. Com isso em mente há tantos anos é justificável que eu tenha olhos brilhantes quando detecto um “fenômeno” que envolva uma pequena prova dessa minha tese. Há alguns anos um livro trouxe essa minha velha idéia à tona com ares de novidade embolorada. Claro que virou um best-seller! Todo mundo quer saber algo que intitula-se O Segredo.

Toda essa longa introdução foi para comentar um momento do meu dia. Uma mulher, ao passar pelo meu ateliê, entrou e imediatamente perguntou se eu daria aulas de mosaico ali. Eu respondi que sim, mas que não ainda neste momento. “Estamos nos organizando ainda”. Ela emenda um assunto: “Você leu O Segredo?”, eu logo faço uma expressão enfadonha e digo um seco não. Ela: “Faz uns dias que passei por uma loja e vi uns mosaicos lindos e pensei: eu quero aprender a fazer isso. Hoje passo por aqui e encontro você e essa loja linda. É incrível como funciona mesmo!”. Recebe um sorriso meio amarelo de mim. Imediatamente falo com meus botões: “Nossa, ela teve mesmo um momento de alerta”.

Essa coisa de lei da atração nunca foi um segredo para mim, talvez porque nunca acreditei em coincidências. TUDO tem um motivo para acontecer e TODAS as coisas e pessoas estão interligadas de alguma forma, por algum tempo e por algum motivo. O divertido é quando você junta os pedaços e finalmente percebe a imagem que se forma.

Taí porque eu troquei o jornalismo pela arte musiva. Fazendo mosaico entendo porque fiz jornalismo.

segunda-feira, abril 14, 2008

Pinta no pulso

Eu nunca tive uma pinta no meu pulso. Agora tenho uma. Não sei bem quando ela surgiu, mas a percebi depois que você foi embora. Era bem pequenina, cheguei a pensar que se tratava de uma sujeirinha, mas não saiu. Passei a observá-la de tempos em tempos e notei que crescia aos pouquinhos. O fato é que a tal pinta virou um tipo de motivo estúpido para pensar em você. Toda vez que olho para meu pulso e vejo a pinta, lembro que você foi embora.

sábado, abril 05, 2008

Mensagem subliminar do final da tarde:

"Escolher é minha tortura"
De blog para blog

Fui desafiada pelo Ock-Tock, algoz e protetor ao mesmo tempo. Só mesmo uma pessoa má para, me conhecendo bem, me lançar tal desafio: fazer a minha vida em músicas de apenas UMA banda!!!!

Então serei óbvia e usarei a banda da ora, não da gíria paulistana, mas o da ora cronológica. Aquela que toca neste exato momento: Subsonica, uma banda italiana que faz um som mezzo rock, mezzo eletrônico que me agrada muitíssimo, somado à letras políticas, críticas e muito contestadoras e inquietantes. Eles têm aquele jeito estranho de falar do amor, aquele que me incomoda, mas me faz pensar. Ecolla!

1. És homem ou mulher?
Mammifero

2. Descreva-te
Tutti Miei Sbagli

3. O que sentem ou pensam as pessoas sobre você?
Angeles

4. Como descreverias o seu relacionamento anterior?
Nuvole Rapide

5. Como descreves o seu atual relacionamento?
Coriandoli a Natale

6. Onde gostarias de estar agora?
Il Cielo su Torino

7. O que pensas a respeito do amor?
Salto nel Vuoto

8. Como é a sua vida?
Discolabirinto

9. O que pediria se pudesse realizar um desejo?
Mocrochip Emozionale

10. Uma frase:
Nuova Ossessione
Necessidade de ser/fazer diferente

Retirei os anéis e o cordão. As fotos foram para o fundo da gaveta. Pintei meu cabelo. O que mais preciso fazer para entender que tudo mudou?

Reflexão do dia:

Quantas vezes é possível chorar pelo mesmo defunto?

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Mensagem subliminar do dia:

"Sou escrava da minha consciência"
Muito próximo de tudo que mais abomina

Não foi a primeira vez, por isso mesmo que lhe causara tanto mal-estar. O dia seguinte lhe amargava a boca com uma ressaca moral digna daqueles que abusam da consciência de seus atos. Uma sensação que se prolongou semana à fora.

A noite era de festa, mas ele não poupou comentários ácidos e ironias pouco amistosas. Falou demais sobre o que não devia, criticou injustamente o comportamento daqueles que o rodearam. Fez um péssimo uso das palavras. Parecia perdido.

Estava embriagado de inveja, tomado pelo ciúme e dominado pelo rancor. Por algumas horas, muito mais do que no último ataque, havia, enfim, se tornado um reflexo de tudo que mais detestava. Seu maior medo estava ali, se apoderando de sua matéria.

A capa agora era do pequeno ser mal-amado, aquele que não é capaz mais de ser feliz com a alegria alheia. O fantasma que sempre o amedrontou agora é seu mentor.

terça-feira, fevereiro 19, 2008

sábado, fevereiro 16, 2008

Carta aberta

Moço bonito,

Não é uma noite de Lua cheia como aquela em que nos encontramos lá no alto. Mas ela está lá, em pleno quarto-crescente, exibindo todo seu charme envolta, volta e meia, por uma fina camada de nuvens.

É uma noite misteriosa, perfeita para te encontrar outra vez, naquele mesmo lugar. E pensar que eu cheguei tão perto... Até ensaiei coisas para te dizer. Sim, eu faço isso desde a pré-adolescência. Tudo bem que nunca falo tudo que ensaio, mas sempre me divirto um pouco com essas novelinhas encenadas entre as quatro paredes do meu quarto.

Evidente que ainda penso em você, não com o mesmo entusiasmo, mas penso e, especialmente, lamento. Sinto muito por tudo que não aconteceu, por todos os tiros que dei na água. Eu sempre gasto muita munição.

Espero que você esteja bem. Ta quase na hora...bom trabalho.

Saudades

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Estranhas medidas

Sempre tive problemas para medir coisas, sejam elas quais forem. Distâncias, tamanhos, profundidades. Uma completa negação nessa área. Me considero menos esperta por não saber isso.

Mas hoje, depois de uma ida ao supermercado, descobri uma coisa muito interessante. Existem rolos de papel higiênico com duas metragens diferentes, 20 e 30 metros. Os preços também variam, mas como as marcas eram diferentes não deu para saber o preço exato da diferença. Mesmo assim gastei um tempo frente à prateleira pensando no que exatamente significariam 10 metros de papel higiênico num rolo. Quantos números um eles enxugariam ou quantos números dois limpariam? Ou ainda quantas assoadas de nariz quem sabe?

Duvido muito que alguém tenha essa incrível noção. E só de duvidar já me sinto mais esperta:-)


domingo, fevereiro 10, 2008

Fundo do poço – versão 1.0 de 2008

Você sai de casa sábado à noite para conhecer uma nova boite, é obrigada a ficar quase uma hora numa fila só de mulheres na calçada, é chamada de interesseira por um vendedor ambulante e ainda é deixada no vácuo por um argentino!

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Mensagem/pensamento subliminar do dia:

"I hate brazilian people who speak english very well"
Nacionalmente estrangeira

Agora faz mais sentido porque evitei por tanto tempo me envolver com pessoas de outros paises. Eu dizia sempre que era preconceito, já fui alvo daquelas almas infelizes que acham que minha cidade é um imenso puteiro. Tudo bem, hoje até concordo com essa teoria da casa de tolerância e também já sei me defender desses tipos, dois passos importantes para mudança de comportamento.

Considero como marco oficial a abertura de um certo albergue em Copacabana. Walk on the Beach, criado por dois colegas, Bo (from Denark) e Alcira (from Vila da Penha), e gerenciado por uma querida amiga, Ale (from Anchieta). No WOTB, como carinhosamente chamo, minha maneira de ver o mundo e as pessoas que nele habitam começou a mudar. O entra e sai constante de gente de inúmeras partes do planeta provoca sentimentos estranhos: medo, curiosidade, encantamento, alegria. Fica tudo lá, preso nas paredes, flutuando pelos corredores, jogados pelo chão. Não dá para ficar imune. Depois de algum tempo você já sorri involuntariamente para qualquer rosto com feições fora dos padrões estéticos brasileiros.

É bom quando eles perguntam coisas sobre a cidade, o país, com aquela curiosidade infantil. Melhor ainda quando gostam e não poupam elogios, eu quase explodo como se fosse a dona da terra. Mas também morro de vergonha quando a desordem urbana, violência e falta de educação do povo vêem à tona. São os meus momentos reais de brasilidade.

De certa forma tudo fica diferente quando eles, os estrangeiros, estão por perto. A vida fica mais divertida. Imagina só ir a uma festa onde você é a única representante de toda uma nação? Jantar com cinco pessoas de cinco paises diferentes que não falam a sua língua, mas ainda assim insistem em serem entendidas e passar a noite toda brincando de tecla SAP. Ou jantar com seis pessoas onde apenas três são estrangeiras e mesmo assim ninguém falar a sua língua e você passar a noite toda tipo personagem de cinema mudo.

Ainda não realizei meu sonho de viajar para fora do Brasil, mas já conheço um pouco mais sobre o mundo sem sair da minha cidade. Me sinto mais gringa a cada dia:-)

sexta-feira, fevereiro 01, 2008

segunda-feira, janeiro 28, 2008

Uma bolinha vermelha

Achei uma bem ali pelo meio do continente europeu e isso já me fez sorrir.

Sim, sou mesmo muito boba!

quarta-feira, janeiro 16, 2008

Mensagem subliminar do dia:

“A maré sempre muda”
Um dia perfeito!

O telefone toca e alguém está disposto a conhecer você. Ah, não, nada pessoal, um encontro profissional mesmo. Horas depois você está lá, num belo escritório, geladíssimo e cheio de pessoas interessantes. Dez minutos de papo com um resumo relâmpago da sua carreira e competências e pronto, o sujeito se dá por satisfeito e encerra com o bom e velho, “entro em contato”.

Tá legal, não é tão simples assim tomar calmamente o rumo para casa depois de mais uma entrevista de trabalho. Especialmente quando essa já é uma das que você já não sabe o número porque perdeu a conta. Anozinhos difíceis esses dois últimos....

Enfim, uma boa caminhada sem se importar com o calor de mais de 33 graus depois das 18:30h ajuda a distrair a mente dos pensamentos negativos. É sempre bom andar pelo grande centro de uma grande cidade. Já reparei que são todos muito parecidos. Aqui no Brasil chegam a ter ruas com os mesmos nomes, normalmente os de pessoas importantes do início dos tempos brasileiros. Lembro que certa vez fiquei por mais de duas horas observando uma webcam que mostrava a saída de uma estação de trem no centro de Milão (foi nesse dia que reparei que os milaneses não são carinhosos em público). E também uma outra instalada numa das avenidas principais de Nova Iorque. Viu como realmente eu me esforcei para não pensar em coisas negativas?

Já em casa a ordem era evitar dar detalhes de tudo que foi conversado. Não que houvesse alguém que torceria contra, mas o excesso de conjecturas é uma marca familiar e uma das coisas que mais incomodam. Refugiar-se na Internet é uma tática infalível!

Nada mais perfeito do que dar uma passeada em outro mundo, numa outra vida, ser uma outra pessoa (ou avatar se preferir). Fazia algum tempo que não aparecia na tal ilha. Dei um tempo porque assuntos da primeira vida começaram a incomodar na segunda. O jeito foi procurar novos bonecos e novas ilhas para se distrair. Mas eis que se deu o segundo milagre do dia: o avatar dos meus sonhos se mostrou preocupado, se declarou sensível a minha “energia” e saudoso da minha presença, tudo num IM só! Haja pixel no coração!!!!

Mas a história não para por ai, um dia tem 24h:-) Depois de algumas musicas dedicadas (todas falando de amor, distância e saudade) e de dançar coladinho na segunda vida com um belo avatar cheio de piercings e tatuagens, o celular toca na primeira vida anunciando o terceiro milagre do dia: a vaga é minha!

terça-feira, janeiro 15, 2008

Despedidas e descobertas

A fonte pode não ser lá muito nobre, mas o assunto rendeu.

Saiu o resultado do primeiro paredão no Big Brother. Ah, sim eu sei que naquele programa 85% é combinado, 10% é falsidade e 5% estão dentro da área de atuação das verdades inconseqüentes. Esses 5% sempre me chamam atenção quando me pego desperdiçando meu tempo frente ao televisor. Daí saiu a reflexão para esse post. Uma das candidatas foi pega de surpresa pelas inevitáveis revelações que uma despedida traz. Passei pelo mesmo há algum tempo. Fui surpreendida pela verdadeira profundidade de alguns sentimentos no momento crucial de uma separação. Quando me vi diante do inevitável fim de uma história, um desses finais sem volta, sem chances de uma continuação, percebi o quanto era profunda a ligação. Uma mistura de dor e desespero, de perda e vazio, de medo e impotência.

Envolta nas repetições e novidades cotidianas não é possível se dar conta do valor real de alguém. O momento do fim, da separação, traz à tona os detalhes ocultos pela escuridão do dia-a-dia. Tê-lo sempre ali, dia após dia, rir das bobagens, se estressar com as falhas, se encantar com os detalhes, tudo caminha naturalmente sem se importar com o devido peso. A medida real só chega quando o fim é notório, quando sabemos que não adianta rir que a bobagem não aparecerá, nem se estressar porque aquela falha não se repetirá e nem mesmo haverá um detalhe para garantir o encanto.

Cada dia estou mais atenta. Um dia espero não precisar de uma separação para saber o quanto amo e sou amada.

segunda-feira, janeiro 14, 2008

Mensagem subliminar do dia:

“love will tear us apart again”
Tema recorrente

Não sei responder quantas vezes falo sobre esse tema em meus escritos, ou quantas vezes leio, ouço ou vejo algo sobre ele. Mas é notório que o amor é uma das coisas mais presentes no meu dia-a-adia, junto com a música e a tecnologia. Assim podemos definir minha trilogia temática particular.

Mas esse post é sobre o amor, mais um, certamente. A motivação veio do filme Control, sobre a vida do Ian Curtis, vocalista e letrista do Joy Division e um dos precursores do movimento pós-punk inglês. Claro que o meu amor tem que ter sempre um pouco de música!

Ian era um cara bacana, pacato, um tipo estranho para a Inglaterra da época, cheia de jovens engajados em movimentos punks e skinheads nacionalistas. Ele falava pouco, ouvia muito e escrevia mais ainda. Poesias em sua maioria. Fazia a linha depressivo, como quase todos os gênios do século XX. Ele casou cedo, vítima de um desses amores sem grandes explicações. Foi escolhido por uma menina e se entregou de corpo e alma. Mas tinha um jeito estranho de amá-la, era uma coisa extremamente particular. Ian não falava dela para ninguém, não a convidava para os shows da banda, nem mesmo comunicou aos amigos que esperava um filho com ela. Era como se ela existisse só para ele. Mas não conseguia imaginar sua vida sem ela. Tanto que, ao se apaixonar por outra, sua saúde frágil começou a ficar mais ameaçada. Com a descoberta da traição e o pedido de separação ele, se sentia incapaz de decidir entre as duas. Amava sua esposa e sua amante com a mesma intensidade, uma intensidade indecente para a sociedade onde fora criado. Ele mesmo tinha noção disso.

Ian Curtis se enforcou no secador de roupas da sua casa aos 23 anos porque amava demais.

O amor mete medo!


domingo, janeiro 06, 2008

Mensagem subliminar do dia:

“Cuidar muito bem de tudo que ficou”
Valores

É sempre muito complicado lidar com o peso real das coisas. Medidas são, definitivamente, subjetivas. Dependem de tantas outras coisas para se fazerem concretas e completas. Nunca consigo entender muito bem, mas sempre existe a sensação de que o exagero é minha marca. E daí vem meu desequilíbrio. Sei que ninguém mede as coisas com meus pesos, mas ainda assim me exponho... A probabilidade de sofrer avarias é sempre tão grande quanto o valor que dou para meus atos e sentimentos.

Ai que merda! Porque não posso pensar que um beijo é só um beijo e pronto?

sábado, janeiro 05, 2008

Mensagem subliminar do dia:

“Bisogno uno che mi guarde com gli occhi dell’artista, per vedere l´anima mia”
Lui non credi

“O amor se cria não surge sozinho”. As palavras proferidas não foram exatamente essas, as limitações lingüísticas eram grandes, mas em resumo foi isso que ele disse. Enquanto eu falava sobre o assunto do post anterior, essa coisa de olhar, bater forte o coração, amar de longe, ele me sorria docemente e dizia que eu leio muito Jane Austen. Daí, resumiu sua idéia de amor na frase que abre esse post.

Na verdade não houve tanta certeza nas idéias exportas por ele. Acho que faltou segurança. Coisa que sobrou em mim quando disse claramente, em três idiomas para não restar dúvidas: EU ACREDITO, I BELIVE, IO CREDO! E nada mudou efetivamente, continuo com vontade de sorrir quando olho para ele.

sexta-feira, janeiro 04, 2008

Mensagem subliminar do dia:

“Moving energy”

Do you belive?

Os olhares se cruzam e tudo começa a mudar. Com os olhos fixos um no outro a cabeça pode não funcionar muito bem e fazer com a boca pronuncie palavras não muito coerentes ou apropriadas. A tendência é agredir, assustar, afugentar, como se faz com um inimigo. O desconhecido cause desconforto, medo, insegurança. Mas o encanto que existe entre os olhares é irresistível e capaz de crescer a cada novo embate. O ponto alto é quando tudo ao redor desaparece, só restam os olhos da outra pessoa. O semblante muda, o sorriso é involuntário, o coração acelera, as pernas tremem e se padece. O antídoto é tocar os lábios, sentir o cheiro, tomar nos braços.

quinta-feira, janeiro 03, 2008

Mensagem subliminar do dia:

“Quero um namorado britânico que goste de cinema independente europeu”
Metáforas esportivas

Adoro metáforas! Uso e abuso delas nas mais diversas ocasiões. Costumo usar temas diversos, porém, o mais recorrente é sem dúvida o esporte. É quase irresistível não comparar fatos e assuntos corriqueiros da vida com uma partida de qualquer esporte.

Recentemente entrei numa partidinha de xadrez. Mesmo sem saber jogar na presença de um tabuleiro e todas aquelas peças, regras e movimentos esquisitos, eu topei a brincadeira. Ele saiu na frente, movimentou seu peão invadindo meu lado do tabuleiro. Aceitei a invasão e fiz o mesmo. No segundo lance já tinha lá um tal bispo e uma coisa de um cavalo. Eu, mesmo sem entender as regras, não perdi a pose. Copiava as jogadas dele. Mas ele demorou tanto para fazer uma nova jogada que comecei a ficar impaciente e a me arriscar: andei com a rainha. Ele nada. Mexi com a minha torre. Ele nada. Daí se instaurou o caos: meu cavalo já cavalgava impacientemente pelo lado dele do tabuleiro, minha rainha, encostada na torre, batia o pezinho nervosamente, meu bispo já não tinha mais conselhos para me dar e meu rei, esse ai tão imprestável, prefira nem se meter, fazia que nem era com ele.

Um mês depois eu venci a partida, infelizmente, por WO.

quarta-feira, janeiro 02, 2008

O sonho (do tipo que acontece durante o sono profundo, quando a consciência está no lamentável estado de letargia)

Caminhava tranqüilamente pela Visconde de Pirajá, ali bem na esquina com a General Osório. A sensação era boa, como sempre é quando caminho despretensiosamente por Ipanema. Aquela brisa leve, constante... O cenário muda bruscamente ao olhar sobre meu ombro direito. Meu maior desafeto (aquele que não ouso dizer o nome nem mesmo em sonho) atravessava a rua empurrando um carrinho de bebê. Claro, dentro havia mesmo um bebê, uma criança negra e linda. Ele estava um pouco diferente, a mesma cara cínica, porém emoldurada por um cabelo a la Bem Harper (um velho sonho de consumo dele). Ah, sim ele me vê e minha reação é fugir (nem mesmo no MEU sonho eu sou corajosa). Aperto o passo e saio em fuga entre as pessoas da Visconde de Pirajá. Ele tenta me alcançar, mas o carrinho de bebê atrapalha e muito a perseguição. E ficamos nessa, eu andando rapidamente e olhando para trás para ver se ele não se aproximava o suficiente de mim para travar qualquer tipo de conversa, ele, por sua vez, tentando chegar mais perto sabe Deus para que.

Acordei com a imagem daquele maldito na cabeça. Cabelos de Bem Harper e mais um filho, quem merece? O mais marcante foi o olhar dele, fiquei tentando interpretar. Era, definitivamente um olhar de surpresa, mas dizia mais alguma coisa. Uma coisa que não era felicidade. Não me parecia uma pessoa feliz, mesmo com um lindo bebê no carrinho e caminhando em Ipanema.

Deixa estar, um dia entendo o que isso quer dizer. Acredito em sonhos, eles sempre dizem algo importante para nós, basta saber ler. E eu não sou das mais espertas nesse assunto, mas estou sempre tentando ser. E, de tanto tentar, um dia chego lá.

terça-feira, janeiro 01, 2008

Sobre o fim

Fazia algum tempo que não se viam. Era boa a perspectiva do reencontro e era tanto o tempo que se sabiam que o termo “reencontro” nem era tão adequado. Outros intervalos já existiram na história comum, mas este tinha de fato uma cara diferente. A começar pelo entusiasmo. De fato era nenhum naquele momento. Mas nada fazia muito sentido, todos esses sentimentos vagavam pela mente e ao redor dos personagens.

E o diálogo finalmente começou e foi conduzido de maneira nunca antes vista. Perguntas escassas e evasivas disfarçavam uma real falta de interesse. Comentários infundados e sempre tão previsíveis foram deixando à mostra detalhes importantes, mas nunca tão em evidencia. Em pouquíssimas horas a realidade batia à porta: não havia mais porque, não havia mais querer.

A vontade de compartilhar se esvaiu em algum momento ao longos dos anos. Naquele momento não esperava absolutamente nada, nem mesmo os pareceres que sempre lhe fizeram ponderar sobre as mais diversas situações. Era tudo muito no sense. As palavras e idéias soavam todas emboloradas, putrefatas, nada era aproveitável. Bateu uma certa tristeza, mas não o suficiente para resgatar a vontade de lutar. A toalha foi ao chão.

Partiu e, num gesto raro, olhou para trás. A saudade existirá e será sustentada por um carinho legitimamente conquistado, mas o fim é notório. Agora tudo pertence a um outro nível. Melhor assim.