quarta-feira, janeiro 02, 2008

O sonho (do tipo que acontece durante o sono profundo, quando a consciência está no lamentável estado de letargia)

Caminhava tranqüilamente pela Visconde de Pirajá, ali bem na esquina com a General Osório. A sensação era boa, como sempre é quando caminho despretensiosamente por Ipanema. Aquela brisa leve, constante... O cenário muda bruscamente ao olhar sobre meu ombro direito. Meu maior desafeto (aquele que não ouso dizer o nome nem mesmo em sonho) atravessava a rua empurrando um carrinho de bebê. Claro, dentro havia mesmo um bebê, uma criança negra e linda. Ele estava um pouco diferente, a mesma cara cínica, porém emoldurada por um cabelo a la Bem Harper (um velho sonho de consumo dele). Ah, sim ele me vê e minha reação é fugir (nem mesmo no MEU sonho eu sou corajosa). Aperto o passo e saio em fuga entre as pessoas da Visconde de Pirajá. Ele tenta me alcançar, mas o carrinho de bebê atrapalha e muito a perseguição. E ficamos nessa, eu andando rapidamente e olhando para trás para ver se ele não se aproximava o suficiente de mim para travar qualquer tipo de conversa, ele, por sua vez, tentando chegar mais perto sabe Deus para que.

Acordei com a imagem daquele maldito na cabeça. Cabelos de Bem Harper e mais um filho, quem merece? O mais marcante foi o olhar dele, fiquei tentando interpretar. Era, definitivamente um olhar de surpresa, mas dizia mais alguma coisa. Uma coisa que não era felicidade. Não me parecia uma pessoa feliz, mesmo com um lindo bebê no carrinho e caminhando em Ipanema.

Deixa estar, um dia entendo o que isso quer dizer. Acredito em sonhos, eles sempre dizem algo importante para nós, basta saber ler. E eu não sou das mais espertas nesse assunto, mas estou sempre tentando ser. E, de tanto tentar, um dia chego lá.

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