domingo, maio 30, 2004

Rock in Rio

Tô aqui, no Rio, ouvindo a quarta edição do Rock in Rio, que não é no Rio. Um festival de música que faz parte da minha história. A coisa é tão séria que impossíovel não se emocionar com os acordes do hino do festival.

Nesse momento, lá em Lisboa, acabou o show do Foo Fighters e, como manda a tradição, tá rolando a queima de fogos e, nos falantes, toca o hino do festival. Cara, é de arrepiar!!

"Todos numa direção
Uma só voz, uma canção
Todos num só coração
Um céu de estrelas..."
Sinto vontade de gritar!!!

Tô aqui enfurnada na Internet há horas. Saí, dei uma voltinha com o meu cão, joguei bola com ele. Voltei para o computador, decupei um pouco mais uma entrevista... Mas cadê meu celular? Passa das seis da tarde e eu resolvi procurá-lo. Bateria no fim e uma chamada perdida.

Ó céus! Era ele! Ele que nunca mais ligou, ele que nunca mais mandou emails, ele que eu admiro muito, ele que eu adoro o jeito simples como fala sobre as coisas mais complexas... Ele lembrou de mim e eu fiquei aqui, feliz feliz e com vontade de gritar.

Eu e minha estranha relação com a felicidade.
Mania repentina

Há meses fui convidada pelo Ock-Tock para entrar no Orkut. Aceitei movida pela curiosidade. Ao chegar por lá vi não tinha a menor graça e prossegui os meses recusando futuros amigos virtuais por nem saber de onde vieram. Se houvesse um concurso para a mais antipática do Orkut eu venceria. Não procurava ninguém já conhecido para minha lista de amigos e não aceitava ninguém que se propunha a fazer parte dela, talvez por já ter minha redezinha iniciada no Friendster, concorrente direto do Orkut. Eu só fazia reclamar da inutilidade do tal site. A única coisa bacana q via era a possibilidade de dizer coisas legais sobre as pessoas que vc conhece.

Dia desses, navegando por lá, achei uma cara incrível com quem trabalhei um curto espaço de tempo. Uma daquelas pessoas que marcam sua vida de uma maneira irreversível. O Mandarino é assim, alguém tão impressionante que lembrarei para sempre. E ele está lá no Orkut, como pessoa +virtual que sempre foi.

Mas hoje eu passei dos limites. Deveria estar trabalhando, mas, ao invés disso, me deixei seduzir pelo tal website. Estou navegando há horas dentro dele. Já encontrei uma comunidade da minha faculdade, do meu grupo preferido na adolescência e até do meu amado bairro. Encontrei dois ídolos reais e uma amiga querida perdida nesse mundão há anos. Acho que descobri mais uma pá utilidades para o tal Orkut. Virou mania!

quarta-feira, maio 26, 2004

Perturbações, preocupações...

Ainda me perturbo/preocupo com o sumiço das pessoas. Esse assunto me tira mesmo a aparente paz. Às vezes paro para pensar nas pessoas legais que conheci e que desapareceram da minha vida sem deixar um bilhetinho se quer. Gente querida, que marcou território, conquistou espaço, independente do tempo que ficaram ou do que fizeram. Se foi só um beijo, um olhar, algumas horas de papo, milhares de abraços, um carinho na mão ou uma dúzia de sorrisos, gargalhadas quem sabe. Chato isso de não saber onde estão, para onde foram, o que andam fazendo. Alguns você pode simplesmente ligar, mandar emails, bater na porta numa tarde de sábado. Mas outros nada disso.

Tem gente que some sem deixar rastro, pistas, migalhas de pão marcando o caminho. Nem deixam uma brechinha para ligarmos quando bate a saudade. Difícil mesmo lidar com isso.

terça-feira, maio 25, 2004

Post-it

Não sei se vc ainda visita meu bloguinho, mas vou deixar um recado assim mesmo:

"Sabia que ainda sinto saudades de você? Tudo bem, eu sei.... faz muuuito tempo e aconteceu tão pouca coisa, mas eu ainda lembro de você e com saudades"


É isso.
Não sei o que fazer

Acho mesmo que todos os homens interessantes do eixo Rio-São Paulo estão indisponíveis no momento. Em todas as mãos existe uma aliança, um sinal de compromisso e isso é mesmo um saco!

Para todos os lugares que olho existe alguém comprometido. Em todos os lugares onde vou eles estão, cheirosinhos, bonitinhos, simpáticos, atenciosos, sorridentes, carinhosos e CASADOS. Alguns ainda ousam me fazer a corte, outros nem tanto, mas a maioria não hesitaria em trair seu compromisso se eu me insinuasse. E, às vezes, é tão difícil resistir...

domingo, maio 23, 2004

Isso aqui não é um diarinho, mas...

... BH foi bacana, ao menos por um lado. Fui a trabalho, uma tal Audiominas era a pauta. Uma feira, ou congresso (como preferir), de áudio que chega à sua sétima edição. Não quero entrar em detalhes, até pq é assunto de trabalho e, nesse caso, não devo comentar. Mas a feira foi o motivo de minha ida e estada, totalmente contrariada, de seis dias!!!

Nada contra a cidade. Meu pai é de Minas, meus avós, tios e primos moram em BH, mas eu não podia ficar tanto tempo longe de casa. Longe do meu PCzinho, sem trabalhar, atualizar flogs e blog, baixar meus emails e MP3, sem meu cãozinho... Isso tudo é uma tortura p/ minha pessoinha. Já vislumbro uma semana de trabalhos forçados, com três matérias atrasadas, horas de entrevistas para decupar.... Ah, estou fudi...

Mas me diverti! Como costumo dizer, se já estás no inferno, abrace logo o Diabo. E assim foi. Logo na ida, encontrei o Skank e equipe no mesmo vôo. Fomos trocando idéias no avião, eu e os roadies e técnicos, é claro. A banda me olhava meio ressabiada. Foi até engraçado ler na testa dos meninos da banda: "Eu sou o famoso, mas a mina só fala com meu roadie e meu técnico". Sem drama, eu dei um tchauzinho p/ eles antes de ir para o hotel:-) No dia seguinte o programa foi um showzinho com os músicos do Pato Fu num barzinho perto do hotel. "Nada d+", disse o Xandi, batera da banda. Clima bom pacas o lugar.

E mais um dia em BH. Ainda cedo, na feira, o Beto, roadie do Jota Quest, passou lá e me levou para conhecer o estúdio da banda, que fica na "casa" da banda. Logo na frente do casarão, um carreta parada. O equipamento já estava de partida para um show numa cidade próxima a BH. Logo que entrei, conheci o Max, o cão do Jota Quest. Uma versão muuuito gorda do meu bebê Prince. Me acabei de brincar com o gorducho labrador perto da piscina. Beto fez as vezes de guia e saiu me contando estórias dos lugares, a mesa onde rolam os esporros da galera, lugares onde eles fizeram algumas das músicas mais legais da banda. Onde eles guardam instrumentos, onde gravam... Enfim, informações que matariam do coração qualquer fã ardoroso da banda. Paulinho, o batera, estava perdido no seu quartinho separando o que ia levar para o show. Simpático, disse para eu ficar à vontade para conhecer tudo por lá. A casa, imensa, é linda. Fica num dos bairros mais caros de BH. Só lamentei a falta do Buzelin, o moço mais charmoso daquela banda.

Depois do passeio voltei para feira, mas a noite ainda iria bombar loucamente. Jantar com a galera da Elo, Stage, Beyma, Hermes Music e Pride, quem conhece sabe: só gente boa:-) Depois de experimentar uma iguaria típica que atende pelo exótico nome de Mexidão, coisa que me traria seqüelas mais tarde, o jeito foi gastar a energia se jogando na "naite". Todo mundo animado, Café Cancun era o destino. Espremidos em táxis e carros, seguimos nossa peregrinação na noite belohorizontina. Uma fila sem fim na porta do Café Cancun nos fez desistir. Do outro lado da rua, Pop Rock Café tinha tudo que precisávamos, música boa, pessoas bonitas e muita animação. Nos acabamos ao som da banda local Vitrolas. Depois, quase sozinhos na pista de dança, por volta das 3:30h da madrugada, decidimos ir embora.

Um cachorro-quente na rua foi a pedia para quem já havia digerido o mexidão, que não era o meu caso. Voltando para o hotel, passamos na porta da Happy End, alguém lembrou que um amigo era o dono e lá fomos nós conferir a casa. A conferência rendeu mais duas horas de pista de dança bombando e meia garrafa de bom wisky para quem é bom de copo. Por volta das 5:30h estávamos de volta ao hotel, são, salvos, exaustos e, alguns, bêbados.

Quando achei q iria dormir, o mexidão resolveu dar o ar de sua graça e acabar com minha alegria. Passei mal horrores! O dia todinho, umas 12 horas de sofrimento.

Mas não recusei a noitada. Dois comprimidos de Imozec, apelidado carinhosamente pela galera de "pára cú", e lá fui eu em busca da balada perfeita em companhia dos mesmos personagens. Pessoas aparentemente simples, mas de alto escalão no mundo do áudio e da iluminação. Um rolé por aí e, outra vez fechando a noite no Happy End.

E ainda tiveram as bagunças no hotel, a festa rave no estacionamento do shopping, os animados papos nos corredores da feira, as palestras, os músicos que conheci, os técnicos operadores das bandas lá de Minas, meu teste de roadie na desmontagem do estande. Sim, eu também coloquei em prática o que venho aprendendo no curso. Sem a menor cerimônia, enrolei metros de cabos, aparei moving lights, embalei caixas de PA, monitores de chão e subs, subi em box truss, soltei garras de segurança e aprendi muita coisa. Tudo isso com um enorme sorriso no rosto, porque, pode ser estranho, mas isso tudo é muito fascinante.


O meu trabalho é minha maior diversão!
Acho que pertenço a um lugar

Olhar a cidade natal lá do alto, reconhecer a paisagem como sua. Um lindo dia. Em terra firme, tudo está lá, esperando você. O final do Aterro, elevado, Praça XV, caras conhecidas na rua. Candelária, CCBB, Presidente Vargas, o trânsito calmo de domingo. Central do Brasil, Sambódromo, Piranhão, barracão de escola de samba e alguns restos do carnaval passado. Praça da bandeira, Maracanã, um céu tão azul. Morro da Mangueira, 24 de Maio, a linha do trem. Vai seguindo e minha casa aparece. Mas tudo com a janela do carro toda aberta, vento no rosto, o cheiro da minha cidade.

quarta-feira, maio 19, 2004

Longe de casa há dois dias e...

... me sinto à vontade. Acho mesmo que sou uma cidadã do Brasil e não apenas carioca. Me sinto em casa em Sampa, um dia de sufoco em Brasília e eu já perambulava pelos imensos quarteirões sem o menor problema. Em Salvador peguei ônibus para ir ao shopping e nadei sozinha cedinho na praia. Aqui em BH é tudo tão igual a Sampa... Acho q conseguiria morar em qq cidade.

sexta-feira, maio 14, 2004

Quebra-cabeça

Seria ótimo se pudéssemos brincar de quebra-cabeças com as pessoas. Pegar seus pontos fortes, seus traços físicos, seus trejeitos e brincar de tirar e encaixar. Como seria bom pegar a simpatia e espontaneidade de um, as costas largas de outro e colar tudo num terceiro que tem um sorriso incrível. Tudo bem, nem fazia questão das costas largas, mas a simpatia seria imprescindível. Já que o que aquele sorriso tem de bonito, tem de tímido.

Assim fica difícil, muito difícil... Difícil mesmo de resistir.

quarta-feira, maio 12, 2004

Será que consigo pegar um bumbo de 24"?

Essa é minha dúvida agora. Montei uma bateria ontem e foi tudo muito bem. O instrumento é muito intuitivo e não existem, até agora, grandes dificuldades. O problema está na composição dela, que varia muito de baterista para baterista. Posicionamento e quantidade de tambores e pratos vai de acordo com o gosto do freguês, ess é a dificuldade. O bumbo, o maior deles, sempre me deixou com o pé atrás. Tem a maior cara de pesadão, mas nem é. A batera do curso tem um de 22", e, apesar de grandão, não é a coisa mais pesada que peguei. No mais, é mesmo treinar o ouvido para afinar e caprichar na fita crepe para marcar as alturas das estantes de pratos e do banquinho, "a peça mais importante", frisou JP, baterista e ex-roadie da banda de Lulu Santos.

Para mim, que adoro montar coisinhas desde criança, bateria foi o setup mais divertido. Muitas peças, muitas peças mesmo!

segunda-feira, maio 10, 2004

Da série "Melhores coisas da vida"

Tem coisa melhor do que se sentir a pessoa mais importante do mundo para alguém? A mais especial, mais querida? E isso fica mais incrível ainda quando não existem palavras que definam essa coisa. A certeza vem através de pequenos gestos ou ainda ( a minha preferida ) através do olhar. É incrível ver nos olhos de alguém o quanto somos queridos.

Talvez você nunca tenha reparado nisso, normal, a maioria das pessoas é mesmo desligada para esses detalhes. Mas repare então. Preste atenção no olhar, por exemplo, da pessoa que você escolheu como namorada (o) ou esposa (o). Repare bem no jeito como ela ou ele olha para você enquanto conversam coisas banais ( esse pode ser um bom exercício para avaliar sua relação ).

Se não tiver ninguém por perto, faça isso com sua mãe. Repare no jeito como sua mãe te olha enquanto você fala com ela sobre alguma coisa que fez.

É assim, amor de olho, uma das melhores coisas da vida:-)

domingo, maio 09, 2004

Uma certeza

Se algum dia me casar quero ser ESPOSA!
Nada de patroa, polícia, mulé, dona encrenca ou chefa. Quero ser apenas "a esposa". Isso porque carinho e respeito começam no jeito como se trata o outro.
E mais uma vez as coisas param quando deveriam começar a engrenar.

Tudo bem, nesse caso pode mesmo ser melhor assim. Na verdade ainda não parei para analisar muito bem e decidir se fico triste ou feliz. Seria sensato ficar feliz e aliviada, mas quem disse que paixão e sensatez caminham juntas? Não mesmo!

Então só me resta ficar triste. Triste porque tudo parou quando poderia ficar melhor, triste porque estava gostando de ver, de tocar, de conversar. Triste por saber que não serei mais a linda dele.

Sentirei saudades...
Ontem foi o jazz, hoje o rock nacional

Desde quarta passada está rolando aqui no Rio e em Sampa, ao mesmo tempo, o tradicional Chivas Jazz Festival. Um festival de jazz para quem é mesmo fã do gênero, já que só traz ao Brasil instrumentistas legítimos para apresentações prá lá de tradicionais. Nenhum vestígio de experimentalismo é detectado no cast do festival.

Estive lá a convite de uma amiga (valeu Beta!) que, sabendo do meu eterno flerte com o gênero, arrumou um jeitinho para eu não ficar de fora. Então compareci para conferir o terceiro dia de festival e pude acompanhar a intrigante apresentação do trompetista Tom Harrell e seu quinteto. Foi a primeira vez que vi uma apresentação onde um instrumento de sopro é o centro das atenções. Bobby Previte's BUMP The Renassence Band foi a grata surpresa da noite. Li no release dele que certa vez ganhou o apelido de Led Zepellin do jazz e já me interessei. Bobby é baterista e compositor e, durante sua hipnótica apresentação, pude perceber fortes elementos de música indiana na sonoridade de sua banda. Coisa que, em determinado momento, chegou até ao bom e velho baião. Eu simplesmente amei o show desse cara. Entre estes dois shows, uma homenagem. O trombonista brasileiro radicado e muito respeitado na França, Raul de Souza se apresentou com seu quinteto. Além do privilégio de ver (digo ver pq o som resolveu dar problema nessa hora, prejudicando a apresentação de Raul) uma lenda tocando, pude perceber que a linha que separa o jazz do nosso samba é mesmo muito tênue.

E hoje foi dia da mais roqueira das mulheres brasileiras. Rita Lee trouxe seu Balacobaco para o Claro Hall e eu fui lá, a trabalho. Ver Rita é sempre um prazer, mesmo que ela não esteja num de seus melhores dias, o que no caso era hoje. O som deu problema no início, a máquina de fumaça do lado direito do palco não funcionou e Rita errou muito. Mesmo assim foi ótimo vê-la em cena remedando Joe Ramone e sua tia que não sabia quem era esse tal de Rock'n Roll. A simpatia do iluminador da moça também ajudou a melhorar o show. Ele, mesmo sem graça pela montoeira de erros que fizeram essa show um dos piores que já vi, manteve o sorriso e os paparicos de praxe. Três vivas para o moço bonito da luz: Viva! Viva! Viva! Mas a cena que marcou foi um cara da cenotécnica caminhando pelas vigas do teto do Claro Hall com um punhadinho de confete nas mãos jogando no público lá embaixo. Uma das bombas de confete estourou antes da hora, acho q ele ficou sem graça pq a outra não funcionou e resolveu, ele mesmo, o problema. Uma cena mambembe no mundo do showbis profissional.


sexta-feira, maio 07, 2004

Vou postar aqui pq eu preciso desabafar

Vc salva a pele de uma amiga e o que ganha em troca? Um simples "colaborou".
Tudo bem que não devemos fazer nada esperando coisas em troca, mas diz aí quem não pensa num agradecimento à altura de seus bons atos?

Na verdade isso é só uma brincadeira para perturbá-la. Adorei ajudá-la, afinal trabalhamos juntas. Ajudando ela, me ajudo também. É isso ai Cati, Alejandro Sanz não vai se transformar numa dor de cabeça para nós. Imagina, ele tão gatinho, um show tão legal virar um pesadelo quanto tudo fosse para as bancas. Não mesmo!
Lição de hoje

É muito bom descobrir que pessoas que são taxadas de ruins na verdade são legais. Hj descobri que um cara que tinha a maior fama de mau, é na verdade um cara bem legal. Ele só é muito cuidadoso e não gosta de aparecer, o que deu a ele essa fama de difícil e antipático. E eu, levada por esta fama, falei muito mal dele por muito tempo. Preciso me redimir, portanto declaro que agora sou a maior defensora dele.
Algo sobre minha mãe

Minha mãe é mesmo uma pessoa ímpar, como a maioria das mulheres na posição dela. Convive comigo desde antes dos outros me conhecerem e ainda assim não sabe, ou disfarça muito bem, como lidar comigo.

Desde criança tenho uma característica forte, um incurável mau humor matinal. Não pronuncio nenhuma palavra nas primeiras horas da manhã, e detesto que falem comigo. Perguntas então estão totalmente fora de questão. Todos que convivem comigo sabem disso e raramente quebram minha "lei do silêncio matinal", a exceção só podia ser minha adorável mamãe. Ela faz uma questão tão grande de falar comigo logo pela manhã que chega a irritar. E é assim, há mais de 20 anos.
Momento revolta

Acabo de chegar em casa, resolvi ir ao cinema depois de meses de abstinência cinematográfica. Não me perguntem porquê, apenas rolou.
Mas, o que era para ser um acontecimento, afinal eu estava de volta às salas de projeção, virou uma decepção histórica.

Amo vampiros, suas histórias e seus mistérios. É uma compulsão, não perco uma produção que tenha os tais no enredo. Como Van Helsing estréia amanhã, fui ver Underworld. Pior escolha dos últimos tempos. O que uma admiradora do charme e poder dos vampiros poderia sentir ao ver seus queridos seres da noite transformados em uma versão mal acabada de Matrix? Revolta! Em Underworld os vampiros não têm nenhum dom especial, perderam o olfato apurado, a agilidade, a força, o poder de se transformar, o charme e até a inteligência. Só contam com as armas. É tiro para todos os lados o filme todo, algo de causar inveja ao pessoal da Rocinha. Fiquei mesmo chateada de ver a protagonista posando de Trinity com aquelas roupas de couro e um sobretudo por cima. Os lobisomens, tradicionalmente servos dos vampiros, estão melhor na fita. Andam pelas paredes, se transforma em lobos, lutam e atacam suas vitimas com a voracidade natural a sua raça.

Bem, já me decidi. Estou aqui com o Drácula de Bran Stoker e Entrevista com vampiro, só depois dessas duas fitas voltarei ao cinema para ver Van Helsing.

quarta-feira, maio 05, 2004

Ontem foi dia do baixo

Ontem montei meu primeiro setup de baixo. Muito mais simples que o de guitarra, diga-se de passagem. Quase nenhum pedal, os baixistas preferem as coisas mais "flat", poucos efeitos, e os que indispensáveis podem usar os recursos que já vêm no amp. Ou, quem faz mesmo questão, o bom e velho compressor. No mais, um cabo mono, direct box e amp, na maioria das vezes caixas e cabeçote separados. Duas caixas para ser precisa, uma de 4 X 10 polegadas e outra de 1 X 15 polegadas., tudo ajustado por ele mesmo, ali no palco, na inteface do cabeçote.

A troca de cordas foi mais difícil. Minhas mão pequenas sofreram com as cordas mais grossas, vou precisar de um alicate de corte mais afiado. A afinação não tem mistério, só a pegada é mais complexa. Para fazer tal blam-blam-blam tem que ter uma certa manha.

Semana passada foi mais legal. A aula foi de guitarra, um dos meus instrumentos preferidos. Aquela montoeira de pedais (eles são ligados em linha! Nunca desconfiei disso), efeitos, chorus, wha-wha, muito legais. Experimentei todos!

Tirei de letra também a troca de cordas, herança da aulinha prática no Festival de Verão, quando o Beto, roadie do Jota Quest, me pegou de cobaia para trocar as cordas das guitarras e do violão de aço do Marco Túlio. Só mesmo a bendita manivela de cravelha que eu não me entendo bem. Na mão vai mais rápido. No mais, limpar tudinho, afinar, checar a ligação dos pedais e ouvir o som. Ai ai... Ao contrário da Paula Toller, solos de guitarra me conquistam de verdade.

O momento mico ficou por conta do furo que fiz no dedo na corda Ré. Até sangrou, mas foi legal. Os meninos ficaram preocupados: "Vai lavar isso!". "Ta doendo?", perguntou o professor. Eu só rindo e adorando o mimo. Se eles imaginassem quantas vezes já me machuquei com ferramentas...

domingo, maio 02, 2004

Arcaico contemporâneo

A vida anda pesando nos ombros ultimamente e, como de costume, tento desenvolver teorias sobre o assunto. Na realidade é mais um de meus jogos, só para ver se as respostas aparecem no meio de milhares de suposições tolas.

Sexta-feira revelei numa mesa de bar, frente meus amigos mais queridos, a última teoria que paira sobre minha cabeça. A de que as casadas são mais felizes."A vida seria mais fácil se eu estivesse em casa agora assistindo TV e esperando meu marido chegar com o jantar pronto e uma pilha de roupas sujas dele para lavar no dia seguinte".Caras de espanto ao meu redor e as exclamações: "Ta louca?!"; "Não te dava um mês de vida!"; "Nenhum homem merece esse sacrifício". (detalhe importante: esta última foi dita por um homem).

Meus amigos são como eu, pessoas que correm atrás da sua própria vida desde sempre. Cheios de idéias e ideais, não se deixam a abater pelos obstáculos. Todos solteiros, alguns relacionamentos descontinuados e só um amor para sempre: o que nos une há mais de 13 anos.

De volta a teoria, comparei a vida cômoda e "segura" de um lar com um relacionamento "estável" e doméstico com a minha vida louca. Acordar cedo para trabalhar, pegar 2 ônibus até um set de gravação no fim do mundo e levar um chá de cadeira de 4 horas para salvar uma pauta que nem era minha. Depois mais 2 ônibus na correria para resolver problemas financeiros (sim, eu tenho isso também). Engarrafamento, perder um compromisso de trabalho e ir parar numa mesa de bar com velhos amigos às 2 da manhã teorizando sobre a vida e bebericando algo que contenha álcool. Voltar para casa na alta madrugada tão sozinha quanto saiu, lá pelas 7 da manhã.

Inevitável não pensar que a mocinha que tem sua casa e seu maridinho está mais tranqüila. Mesmo que ele passe muito tempo fora de casa, que chegue tarde ou até tenha outra na rua. Ela não vai acordar cedo preocupada com o trabalho e ter um dia como o meu. Vai fazer café calmamente, passar uma vassoura na casa, enquanto eu estou na redação catando gente pelo telefone e, algumas vezes, ouvindo desaforos. Ela talvez estará com almoço pronto e vendo programa de fofocas na TV enquanto eu cato os equipamentos para mais uma cobertura na rua. E a noite enquanto eu calço minhas meias para esquentar meus pés, tem alguém ao lado dela fazendo isso de jeito mais gostoso. Isso quando eu não decido ficar na rua até mais tarde para ver o que acontece e me arrependo. É impressionante a quantidade de criança e homem bobo que se aglomera nos bares e boates dessa cidade.

Na verdade não fui educada para ser a mulher que sou hoje, preciso romper com minhas origens todos os dias. Amo meu trabalho e minha formação, admiro minha força, minha inteligência, acho mesmo que sou alguém especial. Mas pago um preço alto por ser assim, alguém que contesta sua natureza.

Talvez tudo isso seja apenas um delírio, um resultado de um dia ruim. Mas hoje, domingo, enquanto estendia minhas roupas lavadas no secador e era observada atentamente pelo meu cachorro (ele sempre faz isso, fica observando tudo que faço com tanta atenção que parece que vai fazer igual em seguida), lembrei mais uma vez dessa teoria e me imaginei no papel da dona do lar, tão doméstica quanto meu cão e muito à vontade nesse personagem.
Recado codificado

Ontem eu quis te ver. De verdade, quis mesmo.
Estava lá, pertinho de você, até te procurei, discretamente, mas não encontrei.
Encontrei conhecidos, muitos, até vi seu carro, mas não você.
Tarde da noite, eu ainda estava ali por perto. Tomei coragem e resolvi ligar, mas, como de costume a estas horas, seu celular não estava mais ligado.
Voltei para casa sozinha, pensando, pensando, pensando. Pensando muito em você.