segunda-feira, janeiro 28, 2008

Uma bolinha vermelha

Achei uma bem ali pelo meio do continente europeu e isso já me fez sorrir.

Sim, sou mesmo muito boba!

quarta-feira, janeiro 16, 2008

Mensagem subliminar do dia:

“A maré sempre muda”
Um dia perfeito!

O telefone toca e alguém está disposto a conhecer você. Ah, não, nada pessoal, um encontro profissional mesmo. Horas depois você está lá, num belo escritório, geladíssimo e cheio de pessoas interessantes. Dez minutos de papo com um resumo relâmpago da sua carreira e competências e pronto, o sujeito se dá por satisfeito e encerra com o bom e velho, “entro em contato”.

Tá legal, não é tão simples assim tomar calmamente o rumo para casa depois de mais uma entrevista de trabalho. Especialmente quando essa já é uma das que você já não sabe o número porque perdeu a conta. Anozinhos difíceis esses dois últimos....

Enfim, uma boa caminhada sem se importar com o calor de mais de 33 graus depois das 18:30h ajuda a distrair a mente dos pensamentos negativos. É sempre bom andar pelo grande centro de uma grande cidade. Já reparei que são todos muito parecidos. Aqui no Brasil chegam a ter ruas com os mesmos nomes, normalmente os de pessoas importantes do início dos tempos brasileiros. Lembro que certa vez fiquei por mais de duas horas observando uma webcam que mostrava a saída de uma estação de trem no centro de Milão (foi nesse dia que reparei que os milaneses não são carinhosos em público). E também uma outra instalada numa das avenidas principais de Nova Iorque. Viu como realmente eu me esforcei para não pensar em coisas negativas?

Já em casa a ordem era evitar dar detalhes de tudo que foi conversado. Não que houvesse alguém que torceria contra, mas o excesso de conjecturas é uma marca familiar e uma das coisas que mais incomodam. Refugiar-se na Internet é uma tática infalível!

Nada mais perfeito do que dar uma passeada em outro mundo, numa outra vida, ser uma outra pessoa (ou avatar se preferir). Fazia algum tempo que não aparecia na tal ilha. Dei um tempo porque assuntos da primeira vida começaram a incomodar na segunda. O jeito foi procurar novos bonecos e novas ilhas para se distrair. Mas eis que se deu o segundo milagre do dia: o avatar dos meus sonhos se mostrou preocupado, se declarou sensível a minha “energia” e saudoso da minha presença, tudo num IM só! Haja pixel no coração!!!!

Mas a história não para por ai, um dia tem 24h:-) Depois de algumas musicas dedicadas (todas falando de amor, distância e saudade) e de dançar coladinho na segunda vida com um belo avatar cheio de piercings e tatuagens, o celular toca na primeira vida anunciando o terceiro milagre do dia: a vaga é minha!

terça-feira, janeiro 15, 2008

Despedidas e descobertas

A fonte pode não ser lá muito nobre, mas o assunto rendeu.

Saiu o resultado do primeiro paredão no Big Brother. Ah, sim eu sei que naquele programa 85% é combinado, 10% é falsidade e 5% estão dentro da área de atuação das verdades inconseqüentes. Esses 5% sempre me chamam atenção quando me pego desperdiçando meu tempo frente ao televisor. Daí saiu a reflexão para esse post. Uma das candidatas foi pega de surpresa pelas inevitáveis revelações que uma despedida traz. Passei pelo mesmo há algum tempo. Fui surpreendida pela verdadeira profundidade de alguns sentimentos no momento crucial de uma separação. Quando me vi diante do inevitável fim de uma história, um desses finais sem volta, sem chances de uma continuação, percebi o quanto era profunda a ligação. Uma mistura de dor e desespero, de perda e vazio, de medo e impotência.

Envolta nas repetições e novidades cotidianas não é possível se dar conta do valor real de alguém. O momento do fim, da separação, traz à tona os detalhes ocultos pela escuridão do dia-a-dia. Tê-lo sempre ali, dia após dia, rir das bobagens, se estressar com as falhas, se encantar com os detalhes, tudo caminha naturalmente sem se importar com o devido peso. A medida real só chega quando o fim é notório, quando sabemos que não adianta rir que a bobagem não aparecerá, nem se estressar porque aquela falha não se repetirá e nem mesmo haverá um detalhe para garantir o encanto.

Cada dia estou mais atenta. Um dia espero não precisar de uma separação para saber o quanto amo e sou amada.

segunda-feira, janeiro 14, 2008

Mensagem subliminar do dia:

“love will tear us apart again”
Tema recorrente

Não sei responder quantas vezes falo sobre esse tema em meus escritos, ou quantas vezes leio, ouço ou vejo algo sobre ele. Mas é notório que o amor é uma das coisas mais presentes no meu dia-a-adia, junto com a música e a tecnologia. Assim podemos definir minha trilogia temática particular.

Mas esse post é sobre o amor, mais um, certamente. A motivação veio do filme Control, sobre a vida do Ian Curtis, vocalista e letrista do Joy Division e um dos precursores do movimento pós-punk inglês. Claro que o meu amor tem que ter sempre um pouco de música!

Ian era um cara bacana, pacato, um tipo estranho para a Inglaterra da época, cheia de jovens engajados em movimentos punks e skinheads nacionalistas. Ele falava pouco, ouvia muito e escrevia mais ainda. Poesias em sua maioria. Fazia a linha depressivo, como quase todos os gênios do século XX. Ele casou cedo, vítima de um desses amores sem grandes explicações. Foi escolhido por uma menina e se entregou de corpo e alma. Mas tinha um jeito estranho de amá-la, era uma coisa extremamente particular. Ian não falava dela para ninguém, não a convidava para os shows da banda, nem mesmo comunicou aos amigos que esperava um filho com ela. Era como se ela existisse só para ele. Mas não conseguia imaginar sua vida sem ela. Tanto que, ao se apaixonar por outra, sua saúde frágil começou a ficar mais ameaçada. Com a descoberta da traição e o pedido de separação ele, se sentia incapaz de decidir entre as duas. Amava sua esposa e sua amante com a mesma intensidade, uma intensidade indecente para a sociedade onde fora criado. Ele mesmo tinha noção disso.

Ian Curtis se enforcou no secador de roupas da sua casa aos 23 anos porque amava demais.

O amor mete medo!


domingo, janeiro 06, 2008

Mensagem subliminar do dia:

“Cuidar muito bem de tudo que ficou”
Valores

É sempre muito complicado lidar com o peso real das coisas. Medidas são, definitivamente, subjetivas. Dependem de tantas outras coisas para se fazerem concretas e completas. Nunca consigo entender muito bem, mas sempre existe a sensação de que o exagero é minha marca. E daí vem meu desequilíbrio. Sei que ninguém mede as coisas com meus pesos, mas ainda assim me exponho... A probabilidade de sofrer avarias é sempre tão grande quanto o valor que dou para meus atos e sentimentos.

Ai que merda! Porque não posso pensar que um beijo é só um beijo e pronto?

sábado, janeiro 05, 2008

Mensagem subliminar do dia:

“Bisogno uno che mi guarde com gli occhi dell’artista, per vedere l´anima mia”
Lui non credi

“O amor se cria não surge sozinho”. As palavras proferidas não foram exatamente essas, as limitações lingüísticas eram grandes, mas em resumo foi isso que ele disse. Enquanto eu falava sobre o assunto do post anterior, essa coisa de olhar, bater forte o coração, amar de longe, ele me sorria docemente e dizia que eu leio muito Jane Austen. Daí, resumiu sua idéia de amor na frase que abre esse post.

Na verdade não houve tanta certeza nas idéias exportas por ele. Acho que faltou segurança. Coisa que sobrou em mim quando disse claramente, em três idiomas para não restar dúvidas: EU ACREDITO, I BELIVE, IO CREDO! E nada mudou efetivamente, continuo com vontade de sorrir quando olho para ele.

sexta-feira, janeiro 04, 2008

Mensagem subliminar do dia:

“Moving energy”

Do you belive?

Os olhares se cruzam e tudo começa a mudar. Com os olhos fixos um no outro a cabeça pode não funcionar muito bem e fazer com a boca pronuncie palavras não muito coerentes ou apropriadas. A tendência é agredir, assustar, afugentar, como se faz com um inimigo. O desconhecido cause desconforto, medo, insegurança. Mas o encanto que existe entre os olhares é irresistível e capaz de crescer a cada novo embate. O ponto alto é quando tudo ao redor desaparece, só restam os olhos da outra pessoa. O semblante muda, o sorriso é involuntário, o coração acelera, as pernas tremem e se padece. O antídoto é tocar os lábios, sentir o cheiro, tomar nos braços.

quinta-feira, janeiro 03, 2008

Mensagem subliminar do dia:

“Quero um namorado britânico que goste de cinema independente europeu”
Metáforas esportivas

Adoro metáforas! Uso e abuso delas nas mais diversas ocasiões. Costumo usar temas diversos, porém, o mais recorrente é sem dúvida o esporte. É quase irresistível não comparar fatos e assuntos corriqueiros da vida com uma partida de qualquer esporte.

Recentemente entrei numa partidinha de xadrez. Mesmo sem saber jogar na presença de um tabuleiro e todas aquelas peças, regras e movimentos esquisitos, eu topei a brincadeira. Ele saiu na frente, movimentou seu peão invadindo meu lado do tabuleiro. Aceitei a invasão e fiz o mesmo. No segundo lance já tinha lá um tal bispo e uma coisa de um cavalo. Eu, mesmo sem entender as regras, não perdi a pose. Copiava as jogadas dele. Mas ele demorou tanto para fazer uma nova jogada que comecei a ficar impaciente e a me arriscar: andei com a rainha. Ele nada. Mexi com a minha torre. Ele nada. Daí se instaurou o caos: meu cavalo já cavalgava impacientemente pelo lado dele do tabuleiro, minha rainha, encostada na torre, batia o pezinho nervosamente, meu bispo já não tinha mais conselhos para me dar e meu rei, esse ai tão imprestável, prefira nem se meter, fazia que nem era com ele.

Um mês depois eu venci a partida, infelizmente, por WO.

quarta-feira, janeiro 02, 2008

O sonho (do tipo que acontece durante o sono profundo, quando a consciência está no lamentável estado de letargia)

Caminhava tranqüilamente pela Visconde de Pirajá, ali bem na esquina com a General Osório. A sensação era boa, como sempre é quando caminho despretensiosamente por Ipanema. Aquela brisa leve, constante... O cenário muda bruscamente ao olhar sobre meu ombro direito. Meu maior desafeto (aquele que não ouso dizer o nome nem mesmo em sonho) atravessava a rua empurrando um carrinho de bebê. Claro, dentro havia mesmo um bebê, uma criança negra e linda. Ele estava um pouco diferente, a mesma cara cínica, porém emoldurada por um cabelo a la Bem Harper (um velho sonho de consumo dele). Ah, sim ele me vê e minha reação é fugir (nem mesmo no MEU sonho eu sou corajosa). Aperto o passo e saio em fuga entre as pessoas da Visconde de Pirajá. Ele tenta me alcançar, mas o carrinho de bebê atrapalha e muito a perseguição. E ficamos nessa, eu andando rapidamente e olhando para trás para ver se ele não se aproximava o suficiente de mim para travar qualquer tipo de conversa, ele, por sua vez, tentando chegar mais perto sabe Deus para que.

Acordei com a imagem daquele maldito na cabeça. Cabelos de Bem Harper e mais um filho, quem merece? O mais marcante foi o olhar dele, fiquei tentando interpretar. Era, definitivamente um olhar de surpresa, mas dizia mais alguma coisa. Uma coisa que não era felicidade. Não me parecia uma pessoa feliz, mesmo com um lindo bebê no carrinho e caminhando em Ipanema.

Deixa estar, um dia entendo o que isso quer dizer. Acredito em sonhos, eles sempre dizem algo importante para nós, basta saber ler. E eu não sou das mais espertas nesse assunto, mas estou sempre tentando ser. E, de tanto tentar, um dia chego lá.

terça-feira, janeiro 01, 2008

Sobre o fim

Fazia algum tempo que não se viam. Era boa a perspectiva do reencontro e era tanto o tempo que se sabiam que o termo “reencontro” nem era tão adequado. Outros intervalos já existiram na história comum, mas este tinha de fato uma cara diferente. A começar pelo entusiasmo. De fato era nenhum naquele momento. Mas nada fazia muito sentido, todos esses sentimentos vagavam pela mente e ao redor dos personagens.

E o diálogo finalmente começou e foi conduzido de maneira nunca antes vista. Perguntas escassas e evasivas disfarçavam uma real falta de interesse. Comentários infundados e sempre tão previsíveis foram deixando à mostra detalhes importantes, mas nunca tão em evidencia. Em pouquíssimas horas a realidade batia à porta: não havia mais porque, não havia mais querer.

A vontade de compartilhar se esvaiu em algum momento ao longos dos anos. Naquele momento não esperava absolutamente nada, nem mesmo os pareceres que sempre lhe fizeram ponderar sobre as mais diversas situações. Era tudo muito no sense. As palavras e idéias soavam todas emboloradas, putrefatas, nada era aproveitável. Bateu uma certa tristeza, mas não o suficiente para resgatar a vontade de lutar. A toalha foi ao chão.

Partiu e, num gesto raro, olhou para trás. A saudade existirá e será sustentada por um carinho legitimamente conquistado, mas o fim é notório. Agora tudo pertence a um outro nível. Melhor assim.