sexta-feira, julho 30, 2004

Um tópico sobre a decepção

Tudo bem que, para a maioria das pessoas, não tínhamos nada assim tão importante.
Tudo bem que não devíamos explicações um ao outro.
Tudo bem que vivemos a quilômetros de distância um do outro.
Tudo bem... tudo bem...

Sentirei falta da nossa “quase” amizade. Fazer o q? Sou uma mocinha conservadora, tudo bem?

quinta-feira, julho 29, 2004

Ah, que sensação boa...

Bom de mais sentir orgulho de alguém. Ver uma pessoa por quem se tem muito carinho vencer, triunfar. Uma sensação indescritível de tão boa. Uma daquelas coisas que se sente no estômago, o rosto fica dormente de tanto sorrir, a garganta seca...

Espero que você sinta isso também algum dia. Espero provocar isso também um dia.

quarta-feira, julho 21, 2004

O lado sexy dos trabalhos domésticos

No alto do prédio, um corpo feminino se debruçava. Desafiando as leis da gravidade e sem temer o perigo, a moça se dependurava na janela. Figurino insinuante, pouca roupa, detalhes à mostra. Perna flexionada, a coxa exposta serve de apoio. O braço esticado conduz um pedaço de tecido. Os vidros das janelas, aos poucos, ficam mais transparentes. E lá está ela, pousada no parapeito do segundo andar. Vez por outra entra para lavar o pano. Não demora e lá está de volta a esfregar, livrando da sujeira toda vidraça. O esforço a faz suar e, mesmo com o vento fresco que sopra lá no alto, a pouca roupa cola, delineando todo o corpo que se exibe pela janela.

A pilha de roupas pode parecer desafiadora. O ferro aquecido é de fato uma arma. Faz calor nesse momento, uma quentura que rapidamente lhe aquece o corpo. A coluna ereta revela uma postura insinuante. Uma das pernas apoiada sobre o pé da tábua, seu corpo levemente arqueado e aplicando força ao braço, destaca através do decote a beleza de seu colo. E, sobre a tábua acolchoada, uma a uma, ela livra do amassado todas as peças do vestuário.


sexta-feira, julho 16, 2004

Quando a felicidade culpa

Há exatos três anos eu conseguia uma das entrevistas mais inusitadas da minha breve carreira de repórter do mundo da música e do áudio. Passei mais de duas horas diante de um músico brasileiro que toca fora do país há anos e, naquele momento, era o mais perto que chegava de um dos meus maiores ídolos no mundo da música. Enquanto eu me derretia em sorrisos e gargalhava com as inusitadas histórias (sim, todos os meus entrevistados são bem humorados), uma das pessoas que mais amei na vida me deixava. Minha felicidade doeu depois.

Hoje, lendo jornal online, recebi logo cedo a notícia de que uma pessoa muito queria foi indicada para receber um prêmio internacional. Passei o dia todo com aquela cara de felicidade indecente. Enquanto isso, mais uma pessoa amada me deixava. Mais uma vez minha felicidade me dói.

Acreditem, é uma ressaca diferente. Você passa momentos incríveis e nem imagina o que pode estar acontecendo em outras partes do planeta. Tudo bem, "o tempo não pára" (até o Cazuza sabia disso), o mundo tão pouco. Mas, nunca nos damos conta dessa dinâmica louca. É assim que funciona, fui da alegria suprema à tristeza profunda em apenas 12 horas. Não é a toa que meu coração é doentinho.

domingo, julho 11, 2004

"Então é assim que a vida faz. E sempre haverá um fim"

Não gosto muito dessa idéia acima, mas reconheço a necessidade dela. E a vida fez, mais uma vez. Eu fiz aniversário e tudo mudou, como manda a tradição. Tenho uma idade nova, um emprego novo, uma mesa nova, novos colegas e uma nova vista na janela. Assim como são novos também meus horizontes.

O que estava longe, agora se aproxima mais rapidamente. Consigo pautar velhos planos com um prazo mais curto. E, de cara, já foi possível realizar pequenos desejos.

Mas confesso: ainda olho para trás. Sinto saudades, sinto falta, sinto muito... Não gosto de fins, não quando o início e o meio são tão bons.