sexta-feira, julho 16, 2004

Quando a felicidade culpa

Há exatos três anos eu conseguia uma das entrevistas mais inusitadas da minha breve carreira de repórter do mundo da música e do áudio. Passei mais de duas horas diante de um músico brasileiro que toca fora do país há anos e, naquele momento, era o mais perto que chegava de um dos meus maiores ídolos no mundo da música. Enquanto eu me derretia em sorrisos e gargalhava com as inusitadas histórias (sim, todos os meus entrevistados são bem humorados), uma das pessoas que mais amei na vida me deixava. Minha felicidade doeu depois.

Hoje, lendo jornal online, recebi logo cedo a notícia de que uma pessoa muito queria foi indicada para receber um prêmio internacional. Passei o dia todo com aquela cara de felicidade indecente. Enquanto isso, mais uma pessoa amada me deixava. Mais uma vez minha felicidade me dói.

Acreditem, é uma ressaca diferente. Você passa momentos incríveis e nem imagina o que pode estar acontecendo em outras partes do planeta. Tudo bem, "o tempo não pára" (até o Cazuza sabia disso), o mundo tão pouco. Mas, nunca nos damos conta dessa dinâmica louca. É assim que funciona, fui da alegria suprema à tristeza profunda em apenas 12 horas. Não é a toa que meu coração é doentinho.

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