sábado, agosto 23, 2003

Sobre se relacionar

Cabeça é uma coisa estranha. Cada um tem um jeito, um estilo e muitas neuroses.

É estranho d+ ver alguém brilhante tão inseguro diante da opinião dos outros. É estranho ver alguém bonito inseguro diante da aprovação dos outros. É estranho ver um alguém tão inteligente inseguro diante de outro cronologicamente mais velho.

Coisas assim são tão complicadas que as vezes erro a mão e, na tentativa de amenizar a pressão da convivência, acabo expondo pessoas queridas.

quinta-feira, agosto 14, 2003

Meninos muito intelectualizados não são lá muito maduros.

Afinal, são anos protegidos da vida por livros de capa dura, abrigados em salas de aula e isolados em bibliotecas. A vida na prática, inevitavelmente, vai passando e eles ficam lá estudando até tarde para passar no vestibular e teorizando sobre ela nos fins de semana com os amigos. Não é possível esperar que eles tenham atitudes muito maduras diante de situações que nunca viveram na prática, apenas leram nos livros, viram nos filmes e debateram em salas de aula. Resumindo: dá um trabalhão aprender todas aquelas palavras bonitas e conclusões brilhantes que tanto nos encantam.

Moça que veio dos Andes, não seja tão exigente. Não podemos ter tudo, lembra?

quarta-feira, agosto 06, 2003

Eu concordo, como todo mundo, ele tem alguns defeitos. O mais preocupante é não fazer parte do meu seleto mundinho, meio showbis meio alternativo, mas e aqueles que faziam parte, o que restou? Nada de bom, posso adiantar.
O fato é que são 9:30h da manhã e do outro lado da linha alguém me diz: “- Tenha um bom dia, meu bem.”
Pai, papai, papaizinho

Meu melhor amigo, o mais antigo e mais querido (desculpem ou outros, mas isto é absolutamente sincero) vai ser PAI.
Estou tão em pânico quanto ele, preciso confessar. Não é a primeira vez que passo por este tipo de coisa, minha primeira gravidez por tabela foi aos 17 anos. Minha amiga Cris ficou grávida aos 15 anos e gerou meu afilhado, hj com quase 15 anos e incrivelmente lindo e amado por nós duas. Foi inesquecível ver a barriga dela crescer dia a dia, e depois vê-lo finalmente. Um bebê minúsculo e apaixonante, hj um garoto boa praça, bom de papo, inteligente e muito gato. Mais alto que nós duas e retribuindo nosso amor do mesmo jeito, é mágico! A última vez foi desastrosa, a tal gravidez por tabela acabou com um romance muito promissor. Mas deixa isso pra lá, meu amigo vai ser pai afinal. Aos 32 do primeiro tempo o cara vai, finalmente procriar.
É isso pessoas, vou ganhar mais um sobrinho e passar mais algumas horas andando atrás de mimos para o rebento e outras tantas horas bolando presentes criativos para ele.

Parabéns amigo, tô feliz pacas:-)
Amo vc:-*

domingo, agosto 03, 2003

Barrigas X ossinhos, a batalha do dia


Travamos um pequeno embate, sobre tipos fora da estética vigente, que acabou em empate técnico. Metade dos votos foram para os rechonchudos e barrigudos e a outra metade para os completamente magrelos.

Normalmente quem prefere um certo excesso de massa corporal, ou seja, os meninos gordos de fato, lança mão de um velho argumento: tem coisa melhor que uma barriguinha macia? Tenho que concordar, uma barriguinha excessivamente fofa, assim como um belo par de pneus, é algo extremante positivo em matéria de conforto. Deitar a cabeça, morder, apertar, muitas são as utilidades do famoso e popular barrigão. E ainda tem os braços gordinho, que fazem realmente a diferença na hora do abraço. A maciez desses meninos gordos é um grande trunfo. Para aqueles mulheres carentes ao extremo, meninos macios são a melhor dica.

Mas, devo assumir publicamente: não resisto ao charme de uns ossinhos em evidência. Na prática corremos alguns riscos com os charmosos e ágeis meninos magrelos. Movimentos bruscos transformam joelhos e cotovelos em verdadeiras armas, mas ainda assim eu me rendo. Se for desprovido de altura então, é perfeito! Os altos às vezes caem no problema da postura. Ficam curvados como uma vara de pescar, aí realmente não há costelinha aparecendo que recupere o charme perdido. Destaco como pontos fortes dos magrinhos as mãos. São finas e elegantes. Os braços fininhos são discretamente delineados por pequenos músculos, tal qual um desenho de livro de anatomia. A falta de barriga também tem seu charme, geralmente os pêlos cumprem o papel de deixar o abdome desprovido de gordura mais macio. (aliás, já repararam como geralmente os magros são peludos?) Os magros são, em resumo, meninos simples. Simples de abraçar, de puxar, de empurrar. O meu voto vai para eles!



Magrinhos de dar dó...

Joseph Fiennes




Ai q dó!

sexta-feira, agosto 01, 2003

Querer ser outro

Tudo bem, todo mundo sabe tecnicamente quem é. Conhece o próprio nome, sabe quem são os pais, os irmãos, tios primos, o lugar onde mora, quem são seus amigos, colegas, inimigos. Sabe quem gosta, quem ama, quem detesta. Tem até documentos que provam quem é, carteira de identidade, de motorista, de trabalho, CPF, número do INSS, certidão de nascimentos, um monte de papéis que comprovam quem você é.

Na primeira fase da vida isso até pode ser confortante, saber quem você é pode ser tão simples quanto responder o nome na chamada em sala de aula ou dizer seu nome quando alguém pergunta: quem é? Você se resume em o queridinho da mamãe, o netinho da vovó, o garotão do titio, o bebê mais fofo do mundo e por aí vai. Os títulos e as características vão crescendo junto com você.

Aí vem a adolescência e tudo parece um horror. Você começa sendo o adolescente! A coisa mais abominável que caminha sobre a terra. Nesse ponto já está inserido em pelo menos 3 grupos distintos, a família, o colégio e o condomínio (na minha época era a rua mesmo). Na família as coisa não mudam muito e, de acordo com o seu grau de agressividade para com seus pais, alguns títulos podem vir a se transformar. O queridinho da mamãe, pode virar o garoto problema, o mau criado, respondão e coisas desse nível. Mas o verdadeiro tormento vem da escola, crianças podem ser cruéis ao extremo (nunca se esqueçam disso). Seus piores defeitos (os físicos são os mais indicados) e maiores medos vão virar seus sinônimos. Basta um centímetro a mais no diâmetro do seu crânio para você se transformar no Cabeção, ou quem sabe uma minúscula protuberância nas orelhas para fazer de você o Dumbo. Alguém descobre que você usou mamadeira até os 11 anos, já era! Você agora terá outro nome, deixa de ser uma pessoa para ser A Mamadeira. Depois disso a saga continua, é mesmo um caminho sem volta. Você deixa de ser o adolescente para ser o jovem, deixa o colégio e vai para a faculdade caçar mais um título. Lá ganha tantos outros, muito parecidos com aqueles do ginásio. Mas o tempo todo as pessoas vão te rotular, te perseguir, te chamar de coisas que nem sempre são aquilo que você sonhou ou pensava ser.

Mas, particularmente, todas estas brincadeiras e rótulos ficam muito simples depois que o amor entra em nossas vidas. Nunca temos tanta vontade de ser outra pessoa do que quando amamos. Tá legal, você sabe que é alguém muito bacana, mas quando banca o idiota na frente do objeto do seu desejo por motivos totalmente desconhecidos... Ser outra pessoa é a única saída. Quando bate aquele desespero de querer se declarar, querer conquistar, mas não saber o que fazer. Você pede um conselho para alguém e ouve: seja você mesmo. Que ódio! É impossível sermos nós mesmo nestas circunstâncias, precisamos de outro, ser outro. Ou quando aquela figura por quem você está perdidamente apaixonado diz que você é o máximo mas namora a outra ou fica com absolutamente todo mundo menos com você? Virar outro é inevitável. As desilusões também deixam este secreto desejo de ser outro. Os traídos que nunca quiseram ser o "outro" estão mentindo descaradamente, os rejeitados que nunca se excomungaram na frente do espelho também estão no mesmo barco.

Agora mesmo eu queria ser a Elba Ramalho e ficar quietinha debaixo do braço daquilo tudo que atende pelo exótico nome de Gaetano.