segunda-feira, dezembro 29, 2003

Contrariando o momento conselho do post anterior...

...um detalhe precisa ser citado: alguns personagens de historias mal resolvidas insistem em sobreviver. São uma espécie de Jasons ou Freddies Kruegers da vida, por mais q vc soque, esfaqueie, queime e esquarteje, lá estão eles, renascendo, ou melhor, te ligando. O pior, um dia vc acaba cedendo, abrindo precedentes e aí... tudo acontece outra vez. Ele te sacaneia, vai embora ou se casa em tempo recorde com a primeira coisinha controlável que passa pela frente dele.


sábado, dezembro 27, 2003

Momento conselho

Depois dos 25 anos, NÃO passe mais de 6 meses sem ligar para seus amigos mais queridos e aqueles personagens das histórias mal resolvidas. Depois dos 30, NUNCA passe mais de 1 mês sem ligar para os amigos queridos e simplesmente esqueça os personagens das histórias mal resolvidas, pois todos eles já resolveram suas histórias com outras pessoas.

sexta-feira, dezembro 12, 2003

Acabou!

Na verdade eu queria postar isso ontem, mas desenvolvi uma certa alergia a PCs depois de ficar 18h, sem parar, trabalhando com um. Estava escrevendo, e finalizando, minha monografia.

É verdade, finalmente consegui terminar!! Pari 47 páginas sobre uma pequena parte do cenário musical atual.

A nota sai na terça que vem, mas, uma certeza já tenho: ACABOU!

quinta-feira, dezembro 11, 2003

Um marco em minha vida

Minha monografia está quase pronta!
Digo isso, as 5 da manhã, louca para dormir e esquecer que um dia fiquei 14 horas escrevendo, sem parar, sobre o mesmo assunto.

Salve!

segunda-feira, dezembro 08, 2003

domingo, dezembro 07, 2003

Sobre mudanças

Depois de muito tempo, pensou em ligar para ele. Mas, como é mesmo o número? Se esforçou por minutos, mas não conseguiu lembrar. Folheva o caderninho de telefones enquanto caminhava até o telefone. Leu, finalmante, o esquecido número e antes de discar lembrou-se do tempo em que aqueles oito números valiam mais que qualquer outra coisa. Eram números que faziam rir e chorar, números que dela tiravam a tristeza, que alivavam angústias e salvava dias, semanas, meses e anos.

Finalmente discou. Quatro toques se passaram e, como sempre (ou há pelo menos 12 anos), a secretária eletrônica atenderia. E atendeu. O recado mudou, dizia que o número tb mudou. "Como o número dele mudou?", "Será que ele se mudou?", se perguntava apreensiva. "Achei que nada disso nunca mudaria", declarou desolada.

Mas, ao recobrar a razão, foi capaz de reconhecer que também achava que seu amor nunca mudaria, e mudou.

sábado, novembro 01, 2003

Não tem jeito...

...é mesmo Halloween nesta cidade tropical e tupiniquim. Até dá para entender, mas não para aceitar tal coisa. E pensar que ontem mesmo, enquanto travava uma conversa interessantíssima sobre festas e folguedos populares do nordeste brasileiro, coisas genuinamente nacionais e pertinentes, minha rua era invadida por pequeninas bruxas, carrascos e vampiros. E, bem mais tarde, estes personagens já não eram tão pequeninos, as bruxas, carrascos e vampiros já tinham tamanho suficiente para entender que aquilo não faz parte da nossa paisagem.

Uma noite quente de primavera, do jeito que só um país tropical produz, sendo povoada por marmanjos fantasiados de monstrinhos que em nada lembram as histórias contadas por seus pais. E eu, mais uma vez saindo de uma demonstração genuína de nossas raízes (era o lançamento do DVD Lunário Perpétuo do Antônio Nóbrega), não consegui compreender que graça poderia ter absorver uma manifestação que em nada se assemelha as minhas raízes.

Será que ninguém percebe que nossos monstros são diferentes? Alguém consegue imaginar aquele personagem do filme pânico, por exemplo, sobreviver ao nosso calor debaixo daquele roupão preto e aquela máscara de látex? E a vampirada então? Como seria a vida de Conde Drácula da vida se ele morasse no sertão, lá em Arco Verde, por exemplo?

Por aqui saldamos nossos mortos com missas, orações e flores nos túmulos. Dar doces para as crianças é em outra data, dia 27 do mês passado para ser precisa. Se fantasiar, mesmo que seja de monstrinho, tb é em outra data, outra festa, no Carnaval para ser precisa.

Continuo sonhando com uma festa do folclore, quando crianças se fantasiarão de Curupira, Saci, Mãe d'agua, e os adultos dançarão uma enorme ciranda, escutarão com atenção a poesia dos cantadores e serão todos brincantes ao menos por um dia.

domingo, outubro 19, 2003

Dúvidas e questões

Acontece tanta coisa que eu gostaria de postar por aqui, mas quase nunca é possível. Talvez seja paranóia minha, mas fico sempre preocupada com as conseqüências futuras.

Um bom exemplo disso é a minha passagem pelo BMF, para quem não se ligou Brasília Music Festival. Queria tentar contar os detalhes do festival por aqui, mas a nóia não deixou. Fui até lá a trabalho e, como mercado é pequeno, existe concorrência. Nesse caso o segredo é a alma do negócio. Tudo bem que todo mundo sabia da existência deste festival, mas q existiria uma cobertura já é um outro estágio do conhecimento.

E assim passou. Passou o festival, passou minhas aventuras nos bastidores e minha batalha contra o ar seco de Brasília. Na lembrança ficaram apenas o áudio perfeito do show do Simply Red, o mais incrível que já ouvi depois do Roger Walters na Apoteose, a emocionante e histórica apresentação do Capital, Chrissie Hynde rebolando e todos os gringos perguntando pelo Lula. Acreditem se quiser, nosso presidente agora faz parte da lista de preocupações dos gringos logo depois do futebol.


Tirando onda na house mix.

domingo, outubro 12, 2003

A ignorância é mesmo uma dádiva!

Pode parecer estúpido dizer algo assim, mas as coisas são considerávelmente mais fáceis quando não se tem noção da real importância que têm ou da extensão.

sexta-feira, outubro 10, 2003

Sobre as lágrimas

Sentia-se então especialmente triste naquele momento. Chegara ao ápice de uma dúvida que há dias amargava sua boca e seu coração.
Eram as lembranças que lhe cutucavam de leve que agora afloraram finalmente. Todas vieram à tona e, como de costume, ficou ali a contemplar pacientemente uma a uma. Olhares, toques, palavras, gestos, odores, gostos, cores, sons.
Nem mesmo os olhos ensopados de lágrimas pareciam incomodar. Ficou ali por horas, parada, olhar perdido, lágrimas rolando pelo rosto, peito dolorido de tanta saudade.
Sim, ainda existe alguma coisa, de alguma maneira ele ainda vive. Talvez amor, talvez mágoa, não importa muito como pode ser nomeado tal sentimento, é fato que ainda está ali, no mesmo lugar onde ele deixou quando decidiu partir.
Onde está a chave do seu coração quando vc precisa dela?

quarta-feira, outubro 08, 2003

É simplesmente horrível ser traída por seus próprios pensamentos.
Aquele velho conflito razão X emoção nunca esteve tão em voga por aqui. Tô ficando preocupada com isso.
Visões do futuro

Nas últimas semanas venho descobrindo como é dura a vida de quem já faz parte da terceira idade. Não ter força nos braços para sustentar o peso do próprio corpo, não conseguir andar com rapidez, mesmo que suas pernas lhe pareçam sadias. Correr? Nem pensar, seu coração pode não agüentar.

De alguma forma sempre convivi muito com idosos e seus problemas. Nem de longe me aproximaria de uma Dóris, personagem polêmica criada por Manoel Carlos q odeia idosos, da vida. Mas é muito estranho sentir na própria pele como eles se sentem. Até perder ônibus eu já perdi!

Explica-se:
Meu prolapso da válvula mitral resolveu me importunar mais uma vez limitando minha vida de pessoa aparentemente normal.

domingo, outubro 05, 2003

Aniversário do dia



O que dar de presente para uma moça q veio dos Andes?
Eu sempre quis ter uma lhama, e isso me parece muito pertinete neste momento.
Moça dos Andes, te presenteio com uma lhama fofinha. Espero q ela goste de morar em Copa tanto quanto vc:-)
Três horas sentada na frente do computador colocando minhas leituras online em dia e mais uma hora em busca de receitas com carne de soja.
Ventos da mudança?!?!?

sábado, outubro 04, 2003

As diferenças entre talento e repertório

Hoje fiquei pensando insistentemente nas injustiças musicais q cometemos freqüentemente. Acordei cedo e lá estavam na TV, no SBT é claro, as cinco meninas do Rouge. Podem torcer o nariz, eu mesma já fiz isso uma vez.O tal Rouge, para quem não sabe, é, na minha mais humilde opinião, um dos poucos projetos bem sucedido da TV brasileira dos últimos anos de baixaria generalizada. Justifico: as meninas tem talento, tem um passado. Algumas cantavam em bares na noite, outras em grupos de serenata e bandas de bailes. Tirando uma outra q parecem ser bem nascidas, aparentam uma origem humilde. Estudaram, trabalharam, se sustentaram, viveram e apostaram em uma coisa q parecia loucura: participar de um programa de TV p/ formar um grupo de música teen. Lamentável fim, pensava no sofá da minha casa enquanto ouvia, e via, as meninas na TV interpretando “King of pain”, do Police, “Black Bird Fly”, de John Lennon e Paul McCarteney, “I’ll survive”, Gloria Gaynor, e “Segue o seco”, gravado por Marisa Monte, a capela ou acompanhadas apenas por um violão, tocado por elas mesmas. São incrivelmente afinadas, seguras. Cinco timbres diferentes, cinco estilos diferentes empacotados em um repertório ruim, adolescente. Um desperdício!

O motivo de toda esta reflexão veio lá da redação. Depois de ser ridicularizada por declarar minha admiração pelo Pedro Mariano, ouvi da boca das próprias inquisidoras que adoraram tal faixa do disco novo do rapaz. E com a desculpa de ouvir tal faixa, escutaram todo o CD e chegaram a admitir, muito disfarçadamente, que o rapaz canta direitinho.

Sim, ele canta bem, eu digo com a segurança de quem acompanha a carreira do menino desde o primeiro trabalho. O q estraga é o repertório. O Pedro é exigente e cuidadoso, tem ouvido educado, é baterista e perfeccionista. Entende de áudio e de música. No palco mexe na posição dos microfones, dá palpite nas introduções da guitarra, no tempo do baixo, na digitação do tecladista... Mas para escolher repertório o cara é complicado. Eu acredito q é uma opção dele, um caminho q encontrou para formar um público mais fiel, talvez. As musicas românticas que beiram o brega sempre povoam seus CDs, mesmo com ele cantando bem. Complicado para quem não tem paciência de ouvir além da letra. Assim se cometem as injustiças musicais.

quinta-feira, outubro 02, 2003

Por Deus! Alguém ai já viu a Lara Croft dando um soco no “nariz” de um enorme tubarão, só para pegar uma caroninha até a superfície? Quanta crueldade....

quarta-feira, outubro 01, 2003

Q noite badalada

Fui ao Canecão ver meu queridinho Pedro Mariano cantando. A novidade estava em seu ilustríssimo acompanhante. Ao piano César Camargo Mariano, pai e parceiro neste novo projeto. Sou obrigada a admitir, César fez Pedro ficar melhor musicalmente. O cara (César) é mesmo uma unanimidade!!! Esteticamente bonito, simpático, cuidadoso e muito agradável para os ouvidos. Certa vez entrevistei um músico que quando começou a tocar ganhou o apelido de Cesinha, de tanto ouvir o César tocar e assimilar seu estilo. Esse músico hoje toca teclado na gig do Prince. Não o meu cachorro, mas o pop star, ex Mister Symbol.

Histórias à parte, foi incrível ver o César tocar no palco do Canecão. E este trabalho, Piano & Voz, novo CD do Pedro Mariano que o paizão, César Camargo Mariano como músico, arranjador e co-produtor, está impecável

A noite não terminou aí, saindo do grande caneco parti rumo ao Ballroon. Era noite de Reggae B e prometia uma participação do Paralamas do Sucesso, os dois q sobram, já q o Bi já faz parte da banda principal da noite. Foi minha primeira experiência com Herbert Vianna depois do acidente, é muito estranho. Tem aquele tom de milagre: “puxa o cara ta vivo”; “nossa, ele consegue tocar!”; “gente, ele ta cantando de verdade!”.

Na verdade fiquei confusa. Lembrei dele dançando no palco imitando o Renato Russo, ele magrinho fazendo pose de galã nos videoclipes, solando nos shows, cantando, sorrindo, livre, independente. Vê-lo preso na cadeira com alguém sempre perto, tocando e olhando para os lados para ver se tem alguém para arrumar a guitarra, abaixar o microfone, cantando uma música atrás da outra sem brincar com a platéia. Não sei se estou feliz.
Definitivamente este aqui é o lugar mais chato da grande rede!!
Desculpem leitores ocasionais, mas esta é a prova do meu relaxamento. Nunca fui boa com compromissos rotineiros, isso inclui os blogs, em primeira instância. Entenderam?

sábado, agosto 23, 2003

Sobre se relacionar

Cabeça é uma coisa estranha. Cada um tem um jeito, um estilo e muitas neuroses.

É estranho d+ ver alguém brilhante tão inseguro diante da opinião dos outros. É estranho ver alguém bonito inseguro diante da aprovação dos outros. É estranho ver um alguém tão inteligente inseguro diante de outro cronologicamente mais velho.

Coisas assim são tão complicadas que as vezes erro a mão e, na tentativa de amenizar a pressão da convivência, acabo expondo pessoas queridas.

quinta-feira, agosto 14, 2003

Meninos muito intelectualizados não são lá muito maduros.

Afinal, são anos protegidos da vida por livros de capa dura, abrigados em salas de aula e isolados em bibliotecas. A vida na prática, inevitavelmente, vai passando e eles ficam lá estudando até tarde para passar no vestibular e teorizando sobre ela nos fins de semana com os amigos. Não é possível esperar que eles tenham atitudes muito maduras diante de situações que nunca viveram na prática, apenas leram nos livros, viram nos filmes e debateram em salas de aula. Resumindo: dá um trabalhão aprender todas aquelas palavras bonitas e conclusões brilhantes que tanto nos encantam.

Moça que veio dos Andes, não seja tão exigente. Não podemos ter tudo, lembra?

quarta-feira, agosto 06, 2003

Eu concordo, como todo mundo, ele tem alguns defeitos. O mais preocupante é não fazer parte do meu seleto mundinho, meio showbis meio alternativo, mas e aqueles que faziam parte, o que restou? Nada de bom, posso adiantar.
O fato é que são 9:30h da manhã e do outro lado da linha alguém me diz: “- Tenha um bom dia, meu bem.”
Pai, papai, papaizinho

Meu melhor amigo, o mais antigo e mais querido (desculpem ou outros, mas isto é absolutamente sincero) vai ser PAI.
Estou tão em pânico quanto ele, preciso confessar. Não é a primeira vez que passo por este tipo de coisa, minha primeira gravidez por tabela foi aos 17 anos. Minha amiga Cris ficou grávida aos 15 anos e gerou meu afilhado, hj com quase 15 anos e incrivelmente lindo e amado por nós duas. Foi inesquecível ver a barriga dela crescer dia a dia, e depois vê-lo finalmente. Um bebê minúsculo e apaixonante, hj um garoto boa praça, bom de papo, inteligente e muito gato. Mais alto que nós duas e retribuindo nosso amor do mesmo jeito, é mágico! A última vez foi desastrosa, a tal gravidez por tabela acabou com um romance muito promissor. Mas deixa isso pra lá, meu amigo vai ser pai afinal. Aos 32 do primeiro tempo o cara vai, finalmente procriar.
É isso pessoas, vou ganhar mais um sobrinho e passar mais algumas horas andando atrás de mimos para o rebento e outras tantas horas bolando presentes criativos para ele.

Parabéns amigo, tô feliz pacas:-)
Amo vc:-*

domingo, agosto 03, 2003

Barrigas X ossinhos, a batalha do dia


Travamos um pequeno embate, sobre tipos fora da estética vigente, que acabou em empate técnico. Metade dos votos foram para os rechonchudos e barrigudos e a outra metade para os completamente magrelos.

Normalmente quem prefere um certo excesso de massa corporal, ou seja, os meninos gordos de fato, lança mão de um velho argumento: tem coisa melhor que uma barriguinha macia? Tenho que concordar, uma barriguinha excessivamente fofa, assim como um belo par de pneus, é algo extremante positivo em matéria de conforto. Deitar a cabeça, morder, apertar, muitas são as utilidades do famoso e popular barrigão. E ainda tem os braços gordinho, que fazem realmente a diferença na hora do abraço. A maciez desses meninos gordos é um grande trunfo. Para aqueles mulheres carentes ao extremo, meninos macios são a melhor dica.

Mas, devo assumir publicamente: não resisto ao charme de uns ossinhos em evidência. Na prática corremos alguns riscos com os charmosos e ágeis meninos magrelos. Movimentos bruscos transformam joelhos e cotovelos em verdadeiras armas, mas ainda assim eu me rendo. Se for desprovido de altura então, é perfeito! Os altos às vezes caem no problema da postura. Ficam curvados como uma vara de pescar, aí realmente não há costelinha aparecendo que recupere o charme perdido. Destaco como pontos fortes dos magrinhos as mãos. São finas e elegantes. Os braços fininhos são discretamente delineados por pequenos músculos, tal qual um desenho de livro de anatomia. A falta de barriga também tem seu charme, geralmente os pêlos cumprem o papel de deixar o abdome desprovido de gordura mais macio. (aliás, já repararam como geralmente os magros são peludos?) Os magros são, em resumo, meninos simples. Simples de abraçar, de puxar, de empurrar. O meu voto vai para eles!



Magrinhos de dar dó...

Joseph Fiennes




Ai q dó!

sexta-feira, agosto 01, 2003

Querer ser outro

Tudo bem, todo mundo sabe tecnicamente quem é. Conhece o próprio nome, sabe quem são os pais, os irmãos, tios primos, o lugar onde mora, quem são seus amigos, colegas, inimigos. Sabe quem gosta, quem ama, quem detesta. Tem até documentos que provam quem é, carteira de identidade, de motorista, de trabalho, CPF, número do INSS, certidão de nascimentos, um monte de papéis que comprovam quem você é.

Na primeira fase da vida isso até pode ser confortante, saber quem você é pode ser tão simples quanto responder o nome na chamada em sala de aula ou dizer seu nome quando alguém pergunta: quem é? Você se resume em o queridinho da mamãe, o netinho da vovó, o garotão do titio, o bebê mais fofo do mundo e por aí vai. Os títulos e as características vão crescendo junto com você.

Aí vem a adolescência e tudo parece um horror. Você começa sendo o adolescente! A coisa mais abominável que caminha sobre a terra. Nesse ponto já está inserido em pelo menos 3 grupos distintos, a família, o colégio e o condomínio (na minha época era a rua mesmo). Na família as coisa não mudam muito e, de acordo com o seu grau de agressividade para com seus pais, alguns títulos podem vir a se transformar. O queridinho da mamãe, pode virar o garoto problema, o mau criado, respondão e coisas desse nível. Mas o verdadeiro tormento vem da escola, crianças podem ser cruéis ao extremo (nunca se esqueçam disso). Seus piores defeitos (os físicos são os mais indicados) e maiores medos vão virar seus sinônimos. Basta um centímetro a mais no diâmetro do seu crânio para você se transformar no Cabeção, ou quem sabe uma minúscula protuberância nas orelhas para fazer de você o Dumbo. Alguém descobre que você usou mamadeira até os 11 anos, já era! Você agora terá outro nome, deixa de ser uma pessoa para ser A Mamadeira. Depois disso a saga continua, é mesmo um caminho sem volta. Você deixa de ser o adolescente para ser o jovem, deixa o colégio e vai para a faculdade caçar mais um título. Lá ganha tantos outros, muito parecidos com aqueles do ginásio. Mas o tempo todo as pessoas vão te rotular, te perseguir, te chamar de coisas que nem sempre são aquilo que você sonhou ou pensava ser.

Mas, particularmente, todas estas brincadeiras e rótulos ficam muito simples depois que o amor entra em nossas vidas. Nunca temos tanta vontade de ser outra pessoa do que quando amamos. Tá legal, você sabe que é alguém muito bacana, mas quando banca o idiota na frente do objeto do seu desejo por motivos totalmente desconhecidos... Ser outra pessoa é a única saída. Quando bate aquele desespero de querer se declarar, querer conquistar, mas não saber o que fazer. Você pede um conselho para alguém e ouve: seja você mesmo. Que ódio! É impossível sermos nós mesmo nestas circunstâncias, precisamos de outro, ser outro. Ou quando aquela figura por quem você está perdidamente apaixonado diz que você é o máximo mas namora a outra ou fica com absolutamente todo mundo menos com você? Virar outro é inevitável. As desilusões também deixam este secreto desejo de ser outro. Os traídos que nunca quiseram ser o "outro" estão mentindo descaradamente, os rejeitados que nunca se excomungaram na frente do espelho também estão no mesmo barco.

Agora mesmo eu queria ser a Elba Ramalho e ficar quietinha debaixo do braço daquilo tudo que atende pelo exótico nome de Gaetano.

domingo, julho 27, 2003

Explicando, comentando...

Prometi para mim mesma não fazer deste blog um diário. Posts do tipo hj fui em tal lugar, encontrei tal pessoa, vi tal coisa, ouvi isso, comi aquilo, escritas com a urgência de um tempo real estão absolutamente fora de cogitação. Mas existem coisas que realmente fogem ao nosso controle e precisam ser comentadas no dia em que acontecem.

Só para disfarçar vou começar a falar do meio da semana. O dia era de premiação, o hall de entrada do Teatro Municipal do Rio fervia de gente em trajes de gala se acotovelando entre câmeras e fotógrafos. Famosos e anônimos (onde eu ainda me incluo) eram perseguidos por câmeras e microfones ávidos por uma pose, declaração, aceno ou sorriso. Parece mesmo um mundo à parte, um mundo onde as aparências falam por si. Fiquei estrategicamente ao lado de umas das belas pilastras do hall do teatro, meio me escondendo para acompanhar o burburinho sem fazer parte dele. Ali percebi como seria difícil para mim pleitear uma vaga de repórter em uma dessas revistas de famosos. "Coitada de mim, só conheço os músicos", pensava enquanto admirava a briga dos fotógrafos por closes nas pessoas mais estranhas do mundo. Ficava aliviada quando via entrar caras familiares como a de Paulo Moura, Hermeto Pacoal, César Camargo Mariano, Wagner Tiso, Lirinha, Big Joe Manfra e mais uma penca de músicos, mas ao mesmo tempo revoltada por vê-las passar sem serem notadas pelos flashs. Afinal era um prêmio de música e não uma festinha das novelas globais.

Deixemos as revoltas de lado e nos concentremos nos prêmios. Para mim o ápice absoluto foi o prêmio de Melhor Grupo Regional. O Cordel do Fogo Encantado arrancou aplausos e gritinhos da platéia na hora de buscar seu prêmio no palco. Para mim uma emoção à parte, admiradora confessa do belo trabalho do grupo, foi lindo ver que os meninos conseguiram ser reconhecidos mesmo com um CD independente. São os bons ventos da mudança invadindo a nossa música. Os dois prêmios dados a Hermeto Pascoal e os três de Zeca Pagodinho me deixaram uma sensação de seriedade por trás da festa.

Mas todo este papo foi mesmo para introduzir a pérola do dia. Os grupos LS Jack e Art Popular se enfrentaram hj à tarde no aeroporto Santos Dumont. A notícia foi parar no Globo News sob o título "Baixaria no Santos Dumont - Grupo de pagode e banda de rock brigam no aeroporto". Segundo a nota, um dos pagodeiros teria feito piadinhas para os pops, que não gostaram e partiram para a briga. O resultado foi um pagodeiro com luxação no ombro, um pop com fratura no punho esquerdo e outro pop com sangramento no nariz. O placar nada equilibrado foi decidido na 5ª DP (Mem de Sá), no Centro do Rio, onde todos foram acusados de agressão mútua.

Só rindo muito!

sábado, julho 26, 2003

Cometários televisivos

Esta semana asisti pasma, devo confessar, a mais um capítulo da novela que ocupa o atual horário das 18h na Rede Globo. O folhetim, intitulado Agora é que são elas apresentava uma cena em que Miguel Falabela, na pele do Prefeito Juca Tigre, mergulhado em dúvidas em seu gabinete, divaga sobre o futuro político da candidatura de seu filho Vitório Augusto, vivido pelo invejado ex Sr SandyJúnior Paulo Vilhena. A cena em nada dispertaria a atenção, senão pelo texto interpretado por Falabela. Nele haviam citações explícitas, pasmem vcs, de Hamlet. É isso mesmo, eu não estou surtando!!! A novela das 18h colocou no ar trechos da obra de Willian Shakespeare! Tudo bem que foi a parte mais conhecida, aquela do ser ou não ser. Mas ele foi além disso, citou um trecho inteiro fazendo uma cara de drama incrível. Eu juro, fiquei comovida! Principalmente porque Hamlet é um dos meus prediletos, depois de Romeu e Julieta, é claro.
Sobre aquele sentimento

Do passado guarda a lembrança de uma companhia agradável. Muitas coisas que ainda a fazem sorrir. Aqueles foras bobos que escondem uma vontade louca de parecer mais inteligente, mais esperto que o outro, eram quase uma obsessão. Eram duas mentes irrequietas e vivas, querendo simplesmente se fazer notar uma pela outra. Uma competição implícita e saudável, ganhava quem conseguia deixar a mente do outro mais aguçada. Assim passaram por alguns meses, compartilhando algumas noites de amasso na garagem do prédio dela. Entre uma seção de cinema no Art Méier e intermináveis sorvetes no Mc Donald's, a vida seguia seu despreocupado curso.

De tão despreocupada na época, a vida os separou. Sem dramas ou despedidas, se perderam nos dias e anos do calendário. Foram cinco os longos anos. O reencontro, de tão improvável se tornou inusitado. Vê-lo outra vez foi para ela uma boa surpresa, para ele uma espécie de volta ao passado. Muitos foram os caminhos percorridos pelos dois nesses anos de afastamento, já não eram mais os mesmos. Porém, a companhia continuava agradável, o papo fácil, animado e instigante. Arriscaram até alguns daqueles foras bobos de antes, só para distrair. Ainda competiam secretamente pelo título de mais inteligente, mas agora se permitiam trocar elogios e compartilhar conclusões mais profundas sobre este ou aquele assunto. A tal maturidade visitava os dois juntos pela primeira vez. Os tempos de amassos na garagem dela ficaram para trás, agora a garagem, uma outra maior e até com banquinhos para sentar e conversar, servia de palco para as animadas conversas antes dele ir embora.

Tudo parecia mesmo ir bem até que alguém errou um caminho. Difícil precisar onde, quando e porque, mas o erro foi realmente constatado e o rumo da história drasticamente mudado. Agora as lembranças já não a fazem sorrir, um traço de tristeza acinzenta seus olhos sempre que dele lembra. São saudades. Saudades que não podem ser saciadas sem que algo de ruim aconteça. Vive sob uma ameaça invisível, como se a qualquer momento tudo pudesse ruir novamente. O tal "caminho errado" vive a espreita dos dois, tal qual um vilão atrás de uma esquina esperando sua distraída vitima. Do que já foi amizade e virou paixão, hoje tenta apenas ser contato. Um simples saber como vai, por onde anda, como tem passado. Mas o medo de tudo mudar novamente traz a tristeza de não poder ficar por perto.

segunda-feira, julho 14, 2003

Frases de impacto do fim de semana:

"Não se muda uma pessoa, conquistamos-a"
Clayton Barros querendo impressionar

"O estacionamento foi caro, mas o caldinho de mocotó está tuuudo"
Miss Fogo Encantado:-) ao receber sua faixa

"Essa banda tem uma coisa interessante: todos os caras são feios"
Thaty Garcia sem se deixar abalar pela musicalidade da Nação Zumbi

sábado, julho 12, 2003

Sobre a monografia

Ouvir um CD, ver o povo tocando no palco, colocar uma idéia na cabeça, discutir esta idéia com o povo que toca no palco... A primeira vista esta conexão me pareceu extremamente simples, mas olhando bem de perto, de dentro eu diria, não é mesmo.

Para cada impressão minha, existem outras tantas a serem confrontadas. A distância entre ouvir o CD, ver a banda em cena e assimilar seu trabalho no âmbito em que ele deve ser assimilado é incomensurável. São detalhes, nuances e idéias espalhadas por todos os lados. O trabalho do músico nunca é só aquilo, o músico nunca é só aquele.

Ingenuidade pensar que só porque o cara canta forró ou declama poesias cantadas no palco ele é um mero repetidor das suas raízes culturais. Ingenuidade concluir que sua música se restringe a apenas rever antigos conceito, repassar antigas formas e manifestações artísticas. Ingenuidade chamar de folclórico o que na verdade é apenas roots, tão minha quanto dele. Uma mera bagagem sonora passada para frente por ser parte dele mesmo.

Não é uma visão preconceituosa, é apenas a constatação do tamanho do país em que se vive e, especialmente, da diversidade cultural que ele abriga. Passar os últimos 32 anos no sudeste sendo bombardeada por informações globalizadas e pouca influência interna, pouca roots, se expressa assim. Acabamos tratando como ETs quem se propõe a falar de coisas simplesmente BRASILEIRAS.

Já estou revendo meus conceitos.

domingo, julho 06, 2003

Sobre o mesmo

Mesmo sem querer lá estava ela, admirando o rapaz de longe. Olhos compridos pela fresta da porta do quarto. Lá dentro ele se vestia, de costas escolhia a camisa e ela, de longe, contemplava a pequena cena. "Belas costas", pensava mesmo sem querer, já que ainda estava de pé sua promessa secreta de esquecer de vez os meninos, uma vez que estes, há muito, pareciam esquecer se da existência dela. Mas como a atração é algo ainda incontrolável, passou o resto dia a admirar o resto do rapaz. Sorrisos, trejeitos, voz, palavras, gestos, nada mais passava despercebido. Ensaiou algum assunto, era grande a vontade de saber o que mais havia por trás daqueles olhos, "que olhos!". Fitava-o de longe, discreta e insistentemente. De tanto observá-lo notou que algo sempre cruzava seu olhar, era outra. Outra mulher também parecia rendida aos encantos do belo rapaz. Mudou o ponto de observação para os dois e com o passar das horas foi descobrindo que o belo rapaz era como todos os outros, também não a enxergava. Seus belos olhos não encontravam os dela, e, mais uma vez, a outra foi a escolhida. Sentindo-se tola por tentar, mesmo sem querer, mais uma vez, guardou a ponta de arrependimento junto com todas as outras tantas.

sexta-feira, junho 27, 2003

Dez músicas para pensar em você

1. Beautiful - India Arie
2. Ce Matin La - Air
3. Whish I Didin't Miss You - Angie Stone
4. Aint No Sunshine - Bill Witters
5. The Origin of Love - Hedwig and The Angry Inch
6. Amores Possíveis - Moska
7. Feel to Believe - Beth Orth
8. Voc(ê) - Video Hits
9. That I Would Be Good - Alanis Morissete
10. Dueto - Chico Buarque

A saudade eh algo indecifrável!

terça-feira, junho 24, 2003

Ele é gato, rico, discreto, tem uma banda e ainda distribui presentes caros para todos os lados.



O Neo aí encima presenteou seus 12 dublês com Harley Davdson 0Km como forma de agradecimento pelo bom trabalho no Matrix Reloaded. Veja só a explicação do rapaz:

Jada Pinkett Smith, a Niobe do filme, disse que, durante as filmagens, você ganhou 12 motos Harley Davidson e as deu de presente.

Foi verdade. Para rodar a cena em que Neo confronta múltiplos agentes Smith, foram três semanas de trabalhos diários e 12 dublês. Em determinado momento naquela seqüência, eu sou agarrado por dois agentes, dou uma pirueta para trás, pego a cabeça deles e bato uma contra a outra. Só para fazer esse detalhe, os dublês tiveram de se jogar 21 vezes contra o chão. Eu queria arranjar um jeito melhor de dizer "obrigado" aos caras que me ajudaram a criar as cenas de luta mais incríveis do cinema. Dei uma moto para cada um.

segunda-feira, junho 23, 2003

Sobre o Tempo

Aquela velha sensação de que o mundo pára se ela nada fizer ainda a acompanhava, agora um pouco mais sólida que antes.
Certa vez alguém lhe perguntou: até quando você vai obrigar as pessoas a lhe reservar um espaço na vida delas? Tal questionamento surgira como resultado de um de seus enésimos equívocos. Sempre tentando resolver as coisas, queria a qualquer custo se fazer saber, se fazer pertencer, se fazer entender, se fazer estar. Se alguma coisa estava sem resposta, lá saia a cata de um porque que satisfizesse sua sede, mesmo que este não lhe fosse de bom grado. Mesmo se este dor lhe trouxesse, lá estava, fingindo-se de firme, pronta a ouvir o que quer que fosse. Se declarava preparada para tal sofrimento, justificado com o curto prazo que este teria se todas as esperanças fossem dissipadas com as explicações prematuras, as quais insistia sempre em colher. O tal "dar tempo ao tempo" nunca foi de seu contentamento, preferia "o benefício da dúvida é para os covardes". E assim seguia, fazendo seu mundo girar com seus argumentos, por vezes irrefutáveis, suas idéias, por vezes absurdas, como suas próprias mãos, já um tanto calejadas.
Com o passar dos anos sua força veio a diminuir, seu entusiasmo diante da vida e dos fatos que ela lhe propunha já não eram mais a mola propulsora para todos os seus sonhos mais secretos. Perdera um pouco do brilho. Parou de obrigar as pessoas a lhe reservar um espaço em suas atribuladas vidas, se postou a esperar e não demorou a observar seu mundo gradativamente diminuir a velocidade.
Agora espera que pare, a comprovação total de sua teoria inicial será seu único afago, já que não mais lhe restará espaço na vida de mais ninguém.


sexta-feira, junho 20, 2003

Primeiros minutos aos 32

Os primeiros parabéns vieram através de um cartão virtual enviado por um site de encontros de origem americana
A primeira música foi Jeremy do Pearl Jam;
A primeira guloseima um Danete de chocolate;
O primeiro presente uma jaqueta jeans;

É estranho fazer aniversário depois dos 30.

quinta-feira, junho 19, 2003

Novas visões do jornalismo televisivo

Você senta diante da TV para acompanhar uma matéria sobre a polêmica taxa de juros brasileira, sobe, desce ou estabiliza? A expectativa está criada desde o início do novo governo. Tudo bem, isso todo mundo está ciente há meses. A notícia era a queda de 0,5%, a esta altura, já passava das 23h, exaustivamente divulgada e comentada pelos mais diversos telejornais dos demais canais de TV. A solução, talvez possa se caracterizar assim o excesso de criatividade do jornalista ou editor que finalizou a matéria, poderia estar na edição da matéria. O repórter foi até um salão de bilhar para falar das taxas de juros. Não comece a imaginar que os jogadores de sinuca têm curso superior em economia ou coisa semelhante. Eles ilustraram de maneira real a "sinuca" em que os economistas de plantão no governo brasileiro se encontram. Baixar os juros pode significar demissões, mantê-lo ocasionar uma queda maior na qualidade de vida, nas negociações em geral e a temida estagnação do mercado atual. O repórter dizia que o governo não sabia qual bola poderia acertar, enquanto a câmera fechava numa bola qualquer na mesa. Desenvolvendo o pensamento, ele explicava que uma bola certa precisava ser encaçapada, e lá estava o câmera dando um close nas bolinhas coloridas de bilhar. Quando se referiu ao frustrante 0,5%, a câmera estava fechada nas diversas tacadas do jogador, encaçapando algumas bolas. A criatividade não tem mesmo fronteiras.

terça-feira, junho 17, 2003

Cenas do cotidiano suburbano

11:20h da manhã, uma carroça cruza uma movimentada avenida urbana. Ente os carros, segue a carroça velha lotada de papelões, um rapaz conduz o cavalo até o destino previsto. Estranhamente pequenos pedaços de isopor branco (desses utilizados para proteger cargas de objetos frágeis) começar a se espalhar pela avenida, por um momento a paisagem se assemelha a de algum país frio, uma nevasca. Os flocos de isopor se espalhando no asfalto, ajudados pelo vento e pelo passar dos carros fazem a paisagem mudar. A cena curiosa está formada! Atrás da carroça, uma saveiro com rapazes na caçamba completam o quadro gritando "Papai Noel! Papai Noel!". Curiosamente o condutor da carroça vestia uma rota camiseta vermelha.

O Brasil tem mesmo seu jeito para absolutamente tudo!
A verdadeira arma de Lula

Nosso atual presidente é de fato um homem inédito. Ver Lula discursando, mesmo que seja numa feira de doces de uma cidadezinha qualquer, é uma experiência insólita. Caminhando de um lado ao outro do palanque, microfone na mão, o homem dito rude rebate críticas cheio de sutilezas, com o cuidado de não citar nomes, mas dando um claro recado a quem lhe dirigiu o desafio verbal. Assume que não sabe falar inglês, mas mesmo assim consegue trazer alguma moeda estrangeira para o país. Usa sua própria família como exemplo para a demora dos resultados de seu governo. Não é fácil se manter imune, seus exemplos, linguajar e trejeitos são tão próximos que seu estigma de homem do povo ainda se mantém intacto, apesar do terno bem cortado, dos cabelos bem penteados, da barba bem feita e dos quilinhos a menos. Lula tem paixão e consciência. Paixão nas coisas que diz e consciência do peso que carrega nos ombros. "Eu não posso errar", diz ele, clara e conscientemente.

quarta-feira, junho 11, 2003

Por que será q pessoas legais sofrem tanto?

Quando lembro dela só me veêm boas lembranças, coisas engraçadas, molecagens. Estava sempre rondando a cozinha atrás de alguma coisa boa para comer, em geral doces, sua eterna paixão. Implicava com todo mundo, colocava apelhidos, fazia do mundo uma piada, mexia com os defeitos e ria, ria muito. Sempre ria de tudo e de todos. Parecia uma moleca, uma enorme moleca, grande, rechonchuda, de colo macio e abraço aconchegante.

Dia de festa era impossível contê-la. Fazia os doces, comia os doces, cozinhava, arrumava a casa, estava sempre ali, pronta p/ ajudar no que fosse preciso. Quando os convidados chegavam lá estava ela, toda cheirosa (adorava se perfumar), conversando, brincando, dançando, sempre muito alegre.

Gostava de me olhar, me observada buscando traços de quem amou muito no passado. Alguém que ela fazia questão de lembrar sempre e de me fazer saber. Me fazia conhecê-lo, me fazia reconhecer em mim pedacinhos dele que eu nunca saberia se não fosse ela. Ciumenta, certa vez brigou para ver quem me paparicava mais, e olha que eu já tinha 15 anos. A mania mais engraçada era a de colocar o pé dos bebês da família na boca, fez isso com todos. Acho que era uma tradição.

Hoje o dia estava lindo. Um belo dia de Outono, céu azul, brisa fesca, temperatura amena, aquele solzinho gostoso. Como algém tão especial pode ir embora num dia assim?

Adeus Tia Licinha, sentirei saudades.

segunda-feira, junho 09, 2003

Diálogo impagável

Entro no elevador de um edifício comercial na Freguesia, Jacarepaguá, e:

- Você é roqueira?
- Depende.
- Depende do que?
- Do meu humor.
- Me dá seu telefone?
- Porquê?
- Porque gostei da sua roupa.
- Não vai adiantar, onde eu comprei não tinha o seu número.
- Então me dá 5 minutos do seu seu tempo que eu te conveço a me dar seu telefone.
- Acho difícil, você já gastou 4 e se quer me deixou curiosa para olhar para trás.

Graças a Deus o sexto andar chegou!
Notícia boa

Completei minha coleção de CDs do Pizzicato Five. Adquiri esta semana The Sound of Music By Pizzicato Five, Playboy&Playgirl e Remix Album: Happy End of You. Estou sonoramente mais feliz agora:-)

domingo, junho 08, 2003

Listinha...

O primeiro semestre de 2003 já esta dizendo adeus e eu me dei conta dos meus ínfimos programas. Quase não sai, quase não vivi este ano, consigo contar nos dedos de uma mão o número de domingos q passei de bobeira em casa e na Internet, como hj:-) Vamos a listinha dos 10 programas mais legais de quem saiu pouquíssimo nos últimos 6 meses.

1. Música Urbana - A festinha da Trama q abalou a Marina da Glória no início do ano. Ela começou no ano passado, tinha edições mensais e foi realmente muuuito legal.
2. Show da Nação Zumbi no Canecão - Foi o lançamento do último CD da banda, sem palavras, eu AMEI!
3. Show do Lenine na Fundição Progresso - Sem cometários! Além do próprio som do Lenine, a atração extra foi os dois atores portugueses contratados da Globo se acabando de tanto pular.
4. Bloco das Carmelitas - Sei que é estranho isso, mas eu brinquei carnaval este ano e não poderia ser em um lugar melhor, Santa Teresa:-)
5. Show do Chico Pinheiro no Mistura Fina - Finalmente meu queridinho Chico lançou seu primeiro CD:-)
6. Sister Moon - Ainda não conhecia a casa e me apaixonei. O lugar é povoado de boas lembranças da minha adolescência, foi emocionante entrar lá. Ah, e teve meu primeiro pileque.
7. Páscoa na casa do Tio João - Fazia tanto tempo q não via minha família q eu até curti:-)
8. Churrasco na Casa de Madeira - Foi uma noite ótima!
9. Rock na Varanda - Não podia ficar de fora, é o melhor agito e a próxima edição é dia 14/06, apareça. (R. Santos Titara, 131 - Méier)
10. Festa Dughettu - E pensar q eu demorei tanto para conhecer o clima da festa. Tá rolando toda quarta lá no São Thomé (Shopping Open Mall), quem curte black music vale a pena conhecer.
Lembranças

Hj encontrei os posts do meu último blog. Ele esteve no ar no início do ano passado, estava numa onda blogueira, bem mais forte do que esta, diga-se de passagem. Li os posts com aquele clima de nostalgia, acabei por perceber uma profecia escondida dentro de um deles.

"Na contramão disso tudo, redescobri minha amizade, e talvez paixão, pelo Guto. Passei uma tarde na casa nova dele na Glória, e foi incrivelmente delicioso. Já tinha me esquecido o quanto era bom ficar perto dele. Aquele clima, muita música, cinema, livros, respiramos cultura. Ah, como é bom ter amigos inteligentes! Conversamos muito. Repetimos a dose, um pouco menor de fato, no aniversário dele. Ele anda meio dodói e estou pensando em dar uma paparicada básica nele hoje à tarde. Já combinamos um montão de programas para fazermos juntos, incluisve o show do Video Hits na próxima terça, tô pensando muito nele e já até imaginei algumas formas de roubar-lhe um beijo, mas algumas revelações feitas no finalzinho do ano que passou me mantêm cautelosa. Ainda não sei se isso será saudável para nossa impecável relação".

Este post é de janeiro de 2002. Hj o Guto é meu ex, meu último engano sentimental. Nossa "impecável relação" agora se resume a emails vazios e nenhum contato. Perdi minha identidade tentando ser feliz ao lado dele, abdiquei do título de melhor amiga, do de amiga da família, de amiga mais antiga, preferida da sobrinha, queridinha das irmães e por ai vai. Dispensei o lado racional, deixei que ele me roubasse um beijo e agora só tenho a saudade, saudade das tardes na Glória no meio de livros, vídeos e CDs, saudades de me sentir bem ao lado dele. Saudades do meu sorriso. Apostei alto, 6 anos de amizade, e perdi feio.



Faz tempo q não vejo esses sorrisos.
Como é bom ouvir Beatles no último volume!!!!!

domingo, junho 01, 2003

Pequena apropriação

Sei que não é nada legal fazer isto, mas não resisti. Ele é um dos meus queiridinhos, o gato mais antipático de todos os tempos. Roubei a foto que ilustra a pequena nota que meu melhor amigo virtual escreveu. Nao conto o conteúdo, vc vai ter que visitá-lo para saber o que o gato anda aprontando. Apareça no Blog do Fábio.

sexta-feira, maio 30, 2003

Ontem ouvi que amor mal resolvido é como dente quebrado. Não pensamos nele, mas é só passar a língua que ele está lá.

Ontem arranquei um dente, passo a língua e o espaço dele ainda está lá.

Hoje recebi um email. Achei que tinha esquecido, mas ele ainda está aqui. Parece que os meses não passaram. Cinco longos meses, mais de 150 dias, mais de 3.600 horas, para onde foi tudo isso? A dificuldade para juntar quatro CDs, um box-set e uma revista, coisas tão poucas, me fazem questionar. São pedacinhos dele que ficaram por aqui, são os sons que ele gosta, coisas que repartimos, agora ele as quer de volta. Não serão mais "nossas", como foram "nossos" os dias, os meses, os anos.

Meu dente se foi ontem, os pontos e o espaço ainda estão aqui.
Ele quis ir há meses, seu amor e seu espaço ainda estão aqui.

As duas coisas doem quase na mesma intensidade.

quinta-feira, maio 29, 2003

Muito necessário!

Para que serve uma relação?
Esta foi uma entrevista que o Dr. Drauzio Varela deu à revista Marie Claire:

"Uma relação tem que servir para tornar a vida a dois mais fácil".

Uma relação tem que servir para você se sentir 100% à vontade com outra
pessoa, à vontade para concordar com ela e discordar dela, para ter sexo
sem não-me-toques ou para cair no sono logo após o jantar, pregado.

Uma relação tem que servir para você ter com quem ir ao cinema de mãos
dadas, para ter alguém com quem viajar para um país distante, para ter
alguém com quem ficar em silêncio sem que nenhum dos dois se incomode com
isso.

Uma relação tem que servir para, às vezes, estimular você a se produzir e
quase sempre estimular você a ser do jeito que é, de cara lavada e bonita
a seu modo.

Uma relação tem que servir para um e outro se sentirem amparados nas sua
inquietações, para ensinar a confiar, a respeitar as diferenças que há
entre as pessoas, e deve servir para fazer os dois de divertirem, demais,
mesmo em casa, principalmente em casa.

Uma relação tem que servir para cobrir as despesas um do outro num
momento de aperto e cobrir as dores um do outro num momento de melancolia,
e cobrirem o corpo um do outro quando o cobertor cair.

Uma relação tem que servir para um acompanhar o outro ao médico, para um
perdoar as fraquezas do outro, para um abrir a garrafa de vinho e para o
outro abrir o jogo, e para os dois abrirem-se para o mundo, cientes de que
o mundo não se resume aos dois.


domingo, maio 25, 2003

Há pouco mais de 2 anos eles lideravam minha lista de grupos mais odiados. Depois da apresentação, conferida de bem perto por minha pessoa, na lendária Tenda Brasil (RiR III) essa história toda mudou. Los Hermanos mudou de posição, especialmente após ouvir (exaustivamente) o belíssimo Bloco do Eu Sozinho. Hj, com do lançamento do Ventura, a banda está entre as mais ouvidas em todos os lugares por onde ando. O Blog não poderia ficar de fora.

Já q todo mundo tem uma história p/ contar com alguma música de fundo, ou se identifica com alguma letra, eu pesquei essa do Ventura p/ servir de trilha p/ minha saudade mais presente.

Cara Estranho
(Marcelo Camelo)

Olha só,
que cara estranho que chegou
Parece não achar lugar
no corpo em que Deus lhe encarnou

Tropeça a cada quarteirão
não mede a força que já tem
exibe à frente o coração
que não divide com ninguém

Tem tudo sempre às suas mãos
mas leva a cruz um pouco além
talhando feito um artesão
a imagem de um rapaz de bem

Olha ali quem está pedindo aprovação
Não sabe nem pra onde ir
se alguém não aponta a direção

Periga nunca se encontrar
Será que ele vai perceber
que foge sempre do lugar
deixando o ódio se esconder

Talvez se nunca mais tentar
viver o cara da tv
que vence a briga sem suar
e ganha aplausos sem querer

Faz parte desse jogo
dizer ao mundo todo
que só conhece o seu quinhão ruim

É simples desse jeito
quando se encolhe o peito
e finge não haver competição

É a solução de quem não quer
perder aquilo que já tem
e fecha a mão pro que há de vir.


Pequenos tópicos

* Um cara sacaneia uma menina durante um ano inteirinho. Passa-se mais um ano (a criatura jé é dada como morta) e, do nada, ele surge na frente dela, como mágica, e pede perdão. Bem no meio de uma festa!

* Um cara diz q está seriamente interessado numa menina. A respeita, sente algo legal por ela. Mas, quando finalmente ela esta na sua frente, esperando apenas q ele dê a largada, ele prefere recorrer aos alucinógenos. E a deixa ali, só olhando.

* Um cara revela q existe um clima, um daqueles q fazem a imaginação fluir sem dificuldades. O alvo do clima (a menina), depois de assimilar esta informação e viajar no clima também, procura ficar sempre por ali, ao alcançe dele. Ele, estranhamente, procura sempre se manter ocupado, indisponível, acompanhado!?!?!

Vc sai de casa com o firme propósito de se divertir apenas, mas nada nunca é tão simples assim.

domingo, maio 11, 2003

Da série "O q pode ser pior num domingo pela manhã?"

Capítulo1 - O som q vem dos seus vizinhos

Gosto musical vem de berço! Nao adianta, isso é hereditário, ou ao menos formado com o tempo, do mesmo jeito q o caráter. Se vc ensina a um bebê as primeiras frases sem concordância verbal do Rap da Lacraia, ou qq coisa q o valha, estará formando um futuro marginal musical. Nunca verá,sequer de longe, seu pequeno pupilo experimentando as delícias de uma acorde de jazz, ou a sensualidade contida dentro da soul music, do blues, e outras nuances q os mais variados estilos musicais escondem.

Vc acorda meio atordoado com os resquícios da noite de sábado, se depara com as intervenções auditivas q veêm da vizinhança e se pergunta: O q afinal pode ser pior?

- Aqueles pagodinhos paulistanos q variam sempre sobre o mesmo tema tocados em sequência, formando um tipo de pout pourri das melhores (?) da semana;

- Alguns clássicos da soul music (sempre salva um) encobertos por uma voz estridente q jura q canta, mas daqui só se ouvem berros num idioma até então desconhecido p/ mim;

- As versões de músicas antigas regravadas em axé, pagode e outros ritmos indecifráveis q volte e meia pontuam a programação de alguma rádio "tradicional" do diel carioca;

- Aquele CD preferido, q vc mesmo não gostando acaba cantarolando pq já decorou até a sequência das músicas, q seu vizinho do lado escuta sempre no mesmo dia (domingo), no mesmo horário (o mais cedo possível) e no mesmo volume (o mais alto).

Mau humor à parte, a criatura q jura cantar se diverte, com certeza, sem saber q me tortura de longe, o q de certa forma já faz valer o objetivo da música e dá a ela um certo perdão por assassinar o vocal original. Na verdade todo mundo se diverte nesse quateirão, o problema é manter a calma e a paciência para tanta diversidade musical num horário onde seus neurônios querem apenas relaxar. A saída segue a máxima "se não pode vencê-los, junte-se a eles". Ligo meu belíssimo micro systen JVC (fofésimo!) e entro na brincadeira bombardeando em alto e exelente som, minha concorrida vizinhança. Atolo eles com os tambores do mangue beat, as quebradas dos DJs de plantão, cântigos do Cordel, sambarock, o bom e velho rock'n roll, heavy metal e tudo mais q pintar pela frente num formato de CD.



Mas uma de quem diz q não me quer

Juro q tô tentando entender o recado...

ANGIE STONE

"Wish I Didn't Miss You"

Same old story is back again
She's not a lover, she's just a friend
I'm sick and tired for you to blame on me
Now you think it's funny
Now you wanna spend your money on girls
But you forgot when you were down
That I was around

Call my lover, hang up, call again
What in the world is happening
Listen in, but don't yell at me
Isn't it ironic all you wanna do is smoke chronic
Boy, you forgot when you were down
Who was around

{1} - I can't eat, I can't sleep anymore
Waiting for love to walk through the door
I wish I didn't miss you anymore

Memories don't live like people do
I'm sick for ever believing you
Wish you'd bring back the man I knew
Was good to me, oh Lord
Everytime you say you're coming
Boy, you disappoint me, honey
How well you forgot when you were down
And I was around

One of these days, it's gonna happen to you
Missing a love like I'm missing you, babe yeah yeah
One of these days, when your dreams come true
That's the one that's gonna do it to you
Oh oh oh, yeah, yeah, yeah yeah yeah yeah

Criatividade, seja bem vinha

Depois de amargar meses de totao infertilidade, tive um surto criativo e voltei a ativa. Dê uma olhadinha na primeira criação do mês.


As peças estão à venda e eu aceito encomendas via email:-)
MudanÇas

Um amigo esteve aqui e perguntou: "Pq nao tem acentos?"

Explica-se: eu desenvolvi um certo trauma com as antigas incompatibilidades entre acentuação e web. Só q me esqueci q tais incompatibilidades são tão antigas quanto meu trauma. Me habituei a escrever sem acentuação aqui na web e pronto! Mas p/ não passar mais por analfabeta virtual eu corrigi todo o blog.

E ai Geff? Melhorou?
Quanto as imagens, senhor designer, aguarda um pouco mais:-)

terça-feira, maio 06, 2003

Decidir q rumo tomar é uma das coisas mais difíceis q inventaram.

São tantas opções, tantos caminhos a seguir, tantas oportunidades, tantas aptidões, escolher apenas uma é complicadíssimo.
Meu cérebro é o q tenho de mais valioso, pensando anatomicamente, meu coração tá avariado desde os 4 anos, rins e pulmão estão em perfeito estado, externamente ninguém reclama e alguns elogiam. Mas, voltando ao cérebro, acho sim q é privilegiado. Um pecado deixá-lo estagnando atrás de um balcão. Trabalho braçal, muita força e pouco raciocínio. Nao é desmerecimento, num país como nosso qq coisa q dê garantias, por mínimas q sejam, já é abençoado. A questão aqui é adaptação.
Eu achei mesmo q seria fácil, afinal tenho o maior espírito Bom Bril q conheço, mas hj, agora, vejo o quão difícil é lidar com a frustração de estar fora do meu mundo. Vivo tolida dos meus maiores prazeres, passo dias inteiros mergulhada na mais profunda estagnação criativa. Me falta ar p/ me comunicar, matéria prima p/ pensar, p/ escrever. O cansaço físico sobrepuja qq tentativa de recuperação do tempo. To pagando um preço alto.

Quem poderá me salvar?

Minha heroína predileta está cansada. Já foi dormir até. Amanhã ela acorda cedo p/ começar tudo outra vez: trabalho braçal, esforço físico...

domingo, maio 04, 2003

Atire o primeiro pedaço quem nunca levou um bolo

Quem será q deu o primeiro bolo da história?
Quantos bolos teria levado de sua amada Dulcinea o cavaleiro andante De La Macha? Da vinci teria passado pelo mesmo com Gioconda? Teria Mozart deixado sua Constance esperando sem saber se ele chegaria? É estranho pensar em Rodin andando nervoso de uma lado p/ outro a espera de Camille q não comparece ao compromisso firmado.
Furo, volta, falta, bolo, o nome pode até variar, mas o efeito é quase sempre o mesmo. Talvez na época dos caisais citados a tolerância fosse maior dada as dificuldades da comunicação. Se uma simples mensagem de um bairro ao outro, se é q podemos colocar assim, causou o desencontro q culminou na morte de Romeu e Julieta, devia ser muito comum q as pessoas furassem umas com as outras e um aviso prévio se tornasse inviável.
Passando p/ os dias atuais, onde a tecnologia já desvendou quase todos os segredos da disseminação da informação, a tolerância p/ o dito bolo cai a níveis quase inexistentes. Uma sensação de descaso toma conta do ar, tons de revolta chegam a aparecer, mas ao final a grande questão é: porque? O q faz uma pessoa combinar uma coisa e simplesmente, deliberadamente, não cumprir?


O Ministério da Boa Convivencia adverte:
"Ausência, ou o simples não comparecimento sem aviso prévio a um encontro, pode causar mau estar as partes envolvidas"


sábado, maio 03, 2003

Mexendo nos arquivos - parte 1

Quase dois anos depois eu me deparo com este txt q escrevi no auge de uma paixão. Na verdade era uma tentativa de convencer alguém de q deveríamos tentar.
Triste sina, tentar nunca é o forte das pessoas q cruzam meu caminho.
Mesmo assim, gosto de lembrar de cada uma delas.


Como saber se vai dar certo?
Nunca temos realmente certeza.
As diferenças não sao exatamente coisas q afastam as pessoas, são tão vulneráveis quanto elas.
Vontades, desejos, fissuras, paixões, amores... pontos vulneráveis das diferenças.
Das igualdades q nos aproximam às diferencas q nos afastam, como saber qual vencerá? Quem é mais forte?

Capacidade de criar momentos inesquecíveis, isso é uma coisa inédita.
Querer bem só por querer, estar bem só por estar.
Sorrir quando se esta triste, ficar triste por não arrancar sorrisos.
Cheirar, tocar... gostar...
Cantar junto, mesmo q seja insano.
Ficar perto, mesmo q precise sair correndo sem olhar para trás.
Sempre olhar para trás.
Ficar feliz demais, mesmo q isso não seja certo
Ficar longe, querendo estar próximo.
Ficar perto, querendo e querendo e querendo... mais perto, "maisperto"...


Alguém ai ainda lembra das diferenças?
De volta ao teclado:-))
Meu "chefinho" Luck já colocou no ar minhas duas últimas noticias.
Quer ler? Vai lá:
Banden Powel também tá na caixa
Tem música de graça na rede! (e não é pirataria)

Ainda pensando e falando de música

"Soul Parcival" é o poema da vez. Alguém me fez voltar p/ casa na madrugada passada cantarolando esta canção, em especial uma frase: "pecado é provocar desejo e depois renunciar".

Soul Parsifal

Ninguém vai me dizer o que sentir
Meu coração está desperto
É sereno nosso amor e santo este lugar
Dos tempos de tristeza tive o tanto que era bom
Eu tive o teu veneno
E o sopro leve do luar

Porque foi calma a tempestade
E tua lembrança, a estrela a me guiar
Da alfazema fiz um bordado
Vem, meu amor, é hora de acordar

Tenho anis
Tenho hortelã
Tenho um cesto de flores
Eu tenho um jardim e uma canção
Vivo feliz, tenho amor
Eu tenho um desejo e um coração
Tenho coragem e sei quem eu sou
Eu tenho um segredo e uma oração

Vê que a minha força é quase santa
Como foi santo o meu penar
Pecado é provocar desejo
E depois renunciar

Estive cansado
Meu orgulho me deixou cansado
Meu egoísmo me deixou cansado
Minha vaidade me deixou cansado
Não falo pelos outros
Só falo por mim
Ninguém vai me dizer o que sentir

Tenho jasmim tenho hortelã
Eu tenho um anjo, eu tenho hortelã
Com a saudade teci uma prece
E preparei erva-cidreira no café da manhã
Ninguém vai me dizer o que sentir
E eu vou cantar uma canção p'rá mim

Música não é tudo, mas bem q poderia ser.

Acabo de chegar de uma daquelas catarses musicais. Um daqueles shows onde cantor, compositor e músico viram uma coisa só e deixam a emoção transbordar a ponto de contaminar o ar. Chico Pinheiro é o culpado da noite. Meu velho conhecido de impagáveis shows no eixo Rio-São Paulo, agora lançando seu primeiríssimo CD de carreira. Chico estava sem Maria Rita, mas ainda com Luciana e agora com Tatiana. Acho q ele esta se especializando em lancar belas vozes. Prometo contar em detalhes este show no Cultural, numa daquelas materinhas q volte e meia publicam por la. Na real so queria comentar aqui q estive com eles hj e é sempre muito bom estar por lá, respirando aquele ar artístico, emocionado, genuino. É tão bom ver músicos de qualidade comprometidos com sua arte e com a arte de suas raízes, isso realmente me leva as lágrimas.

Obrigada Chico por mais esta experiência sonora:-)

quinta-feira, maio 01, 2003

Alguém diz q nao te quer, mas...

Te manda esta música:

The Afghan Wigs - Debonair

(Dulli)

Hear me now and don't forget
I'm not the man my actions would suggest
A little boy, I'm tied to you
I fell apart
That's what I always do

This ain't about regret
My conscience can't be found
This time I won't repent
Somebody's going down

Feel it now and don't resist
This time the anger's better than the kiss
I must admit when so inclined
I tend to lose it than confront my mind

'Cause it don't bleed and it don't breathe
It's locked its jaws and now it's swallowing
It's in our heart
It's in our head
It's in our love
Baby it's in our bed

Tonight I go to hell
For what I've done to you
This ain't about regret
It's when I tell the truth

And once again the monster speaks
Reveals his face and searches for release
A little boy is tied to you
Attracted only 'til it comes unglued
"Parece que o homem tem a necessidade de marcar a linguagem no mundo. Deixar os sentidos, os valores, os significados presos no espaço, não deixando-os à mercê do movimento instável da realidade. É como se quisesse materializar a sua memória: marcar não só a sua alma, mas também o mundo; deixar tão claro neste, quanto naquela, as suas paixões, as suas vontades..."

Uma homenagem ao meu MELHOR namorado.
Saudades...
E mais reencontros....

Estava online no ICQ, como de costume ultimamente. Eis q uma criatura, desaparecida há meses, me importuna. A proximidade do aniversário dele é o motivo p/ o desatino, já é comum este tipo de reação. Na verdade a criatura em questão já estve envolvida numa confusa teia sentimental com minha pessoa. Foi mais um daqueles casos complexos, cheios de proibições, incompatibilidades, dramas e mais dramas, ou seja, para os q me conhecem bem, nada muito dferente do normal dentro da minha estranha vida sentimental. Parte da "nossa" história pode ser lida aqui. Posso garantir, é no minimo divertido.

quarta-feira, abril 30, 2003

A vida eh cheia de...

Diazinho chatinho.... Vidinha sem graça...
Aí vc sai de casa para cortar o cabelo, passa na porta da sapataria em promoção. A bota dos seus sonhos esta pela metade do preço. Todo o panorama muda.
Diazinho cheio! Vidinha movimentada!
Cabelo novo e uma bela bota nos pés. Como é bom ser mulher:-)
De volta aos Blogs

Estou novamente influênciada pelos bolgs. É só a escrita se afastar de mim q o deseperto bate e eu fico assim, triste, meio vazia, sem lá muito sentido. Vício? Mania? Nao consigo classificar muito bem, mas aqui estou eu, morrendo de sono, instalando um novo programinha p/ postar msgs no mais novo blog da minha interminavel série. Sei q nao vai durar muito, daqui a algum tempo já não terá mais graça este espaço, mas enquanto durar prometo distrair quem se propor a ler.

A inércia do pensamento
Lembra da inércia? Aquele troço q quebramos a cuca p/ calcular no segundo grau e q quase nunca presta p/ nada depois q passamos de ano. De certa forma ta prestando agora, posso usá-la como metáfora p/ este pequeno txt. Na verdade só precisávamos entender q estar parado ou em movimento depende do ponto de referencia, é assim q ando ultimanente.

quinta-feira, abril 24, 2003

Reencontros

Dia desses me deparei com uma estranha retrospectiva. Logo eu q tenho esta atração irresistível por coisas do passado, uma veia nostálgica q nunca cessa, tive dificuldades em entender o q se passava. A coisa comecou como uma incrível novidade, dessas q há tempos não pintavam por estas bandas. Cheiro de novo no ar, pessoas novas, idéias novas, "era tudo q eu precisava", pensei comigo.
Um novo website, um novo contato, a nova resposta via email. Um telefonema inesperado, uma festa inesperada, um convite inesperado. Ao chegar ao endereço, até então desconhecido por mim, um rosto familiar me recebe, outro rosto familiar, e com mais pontos na escala de intimidade, me sorri. Não foi preciso mais q uma hora para a grande rede de conexões ser formada e eu descobrir q o "novo" grupo ao qual eu me juntara naquela noite na verdade já havia, de alguma forma, passado por minha vida, toda a novidade fazia parte do meu passado. Estavam lá amigos de ex-namorado, amigos de amigos, colegas, vizinhos, parceiros de ônibus, rostos conhecidos, enfim, uma pá de gente q já cruzou meu caminho em épocas diferentes. Foi uma expêrincia interessante.

Em tempo. Valeu Fred por me receber em sua aconchegante Casa de Madeira, pretendo ficar por um bom tempo por perto. E Filipe, vc foi 10! O endereço do site fez um bem tremendo, aumentou minha rede de conexões e me ajudou a respirar. Já me faltava folego!