domingo, maio 09, 2004

Ontem foi o jazz, hoje o rock nacional

Desde quarta passada está rolando aqui no Rio e em Sampa, ao mesmo tempo, o tradicional Chivas Jazz Festival. Um festival de jazz para quem é mesmo fã do gênero, já que só traz ao Brasil instrumentistas legítimos para apresentações prá lá de tradicionais. Nenhum vestígio de experimentalismo é detectado no cast do festival.

Estive lá a convite de uma amiga (valeu Beta!) que, sabendo do meu eterno flerte com o gênero, arrumou um jeitinho para eu não ficar de fora. Então compareci para conferir o terceiro dia de festival e pude acompanhar a intrigante apresentação do trompetista Tom Harrell e seu quinteto. Foi a primeira vez que vi uma apresentação onde um instrumento de sopro é o centro das atenções. Bobby Previte's BUMP The Renassence Band foi a grata surpresa da noite. Li no release dele que certa vez ganhou o apelido de Led Zepellin do jazz e já me interessei. Bobby é baterista e compositor e, durante sua hipnótica apresentação, pude perceber fortes elementos de música indiana na sonoridade de sua banda. Coisa que, em determinado momento, chegou até ao bom e velho baião. Eu simplesmente amei o show desse cara. Entre estes dois shows, uma homenagem. O trombonista brasileiro radicado e muito respeitado na França, Raul de Souza se apresentou com seu quinteto. Além do privilégio de ver (digo ver pq o som resolveu dar problema nessa hora, prejudicando a apresentação de Raul) uma lenda tocando, pude perceber que a linha que separa o jazz do nosso samba é mesmo muito tênue.

E hoje foi dia da mais roqueira das mulheres brasileiras. Rita Lee trouxe seu Balacobaco para o Claro Hall e eu fui lá, a trabalho. Ver Rita é sempre um prazer, mesmo que ela não esteja num de seus melhores dias, o que no caso era hoje. O som deu problema no início, a máquina de fumaça do lado direito do palco não funcionou e Rita errou muito. Mesmo assim foi ótimo vê-la em cena remedando Joe Ramone e sua tia que não sabia quem era esse tal de Rock'n Roll. A simpatia do iluminador da moça também ajudou a melhorar o show. Ele, mesmo sem graça pela montoeira de erros que fizeram essa show um dos piores que já vi, manteve o sorriso e os paparicos de praxe. Três vivas para o moço bonito da luz: Viva! Viva! Viva! Mas a cena que marcou foi um cara da cenotécnica caminhando pelas vigas do teto do Claro Hall com um punhadinho de confete nas mãos jogando no público lá embaixo. Uma das bombas de confete estourou antes da hora, acho q ele ficou sem graça pq a outra não funcionou e resolveu, ele mesmo, o problema. Uma cena mambembe no mundo do showbis profissional.


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