quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Muito próximo de tudo que mais abomina

Não foi a primeira vez, por isso mesmo que lhe causara tanto mal-estar. O dia seguinte lhe amargava a boca com uma ressaca moral digna daqueles que abusam da consciência de seus atos. Uma sensação que se prolongou semana à fora.

A noite era de festa, mas ele não poupou comentários ácidos e ironias pouco amistosas. Falou demais sobre o que não devia, criticou injustamente o comportamento daqueles que o rodearam. Fez um péssimo uso das palavras. Parecia perdido.

Estava embriagado de inveja, tomado pelo ciúme e dominado pelo rancor. Por algumas horas, muito mais do que no último ataque, havia, enfim, se tornado um reflexo de tudo que mais detestava. Seu maior medo estava ali, se apoderando de sua matéria.

A capa agora era do pequeno ser mal-amado, aquele que não é capaz mais de ser feliz com a alegria alheia. O fantasma que sempre o amedrontou agora é seu mentor.

Um comentário:

Anônimo disse...

Te desafio!

Quero ver você participar dessa brincadeira:

http://lpaiva.jor.br/blog////index.php?title=minha_vida_em_musicas&more=1&c=1&tb=1&pb=1