domingo, novembro 07, 2004

Na era dos cyber friends

Pessoas sem rosto vagam por ai. Sem braços e pernas elas podem te acolher no colo, te fazer um carinho, te emprestar um ombro. Basta você ter um modem e um meio de conexão com a grande rede que tudo começa.

Não é magia. As janelas para o mundo se abrem e lá estão elas vendo a banda passar. Sempre dispostas para trocar uma idéia qualquer. E como é fácil.

Escrever o que sentimos ou falar com quem nunca vimos ou nunca veremos. E fala-se tudo, sobre tudo. E a imaginação faz a festa. Brinca de criar rostos, paredes, quartos, casas... Como um infinito jogo de encaixar.

Os românticos se esbaldam com a aura de mistério do "nunca te vi, sempre te amei". Em tempos de solidão real, nada como um amigo virtual para descarregar as mágoas do dia a dia. Sem rostos eles sempre sorriem para nós, sem mãos sempre nos fazem afagos...

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