sábado, novembro 03, 2007

Eu odeio as minhas hastes flexíveis

Sai de casa naquele dia com a intenção de fazer uma surpresa. Viajei quase duas horas e utilizei dois meios de transporte diferentes. Cruzei terra e mar para fazer uma surpresa. Claro que não deu nada certo, ele era o cara errado, mas até aquele momento eu ainda “pagava” para ver.

Voltei para casa sozinha, me sentindo a pior do mundo. Resolvi dar uma passadinha numa loja para disfarçar a tristeza comprando guloseimas. Escolhi justo uma loja que vente de tudo um pouco. E, passeando pela seção de higiene pessoal, lá estavam ela; as malditas hastes flexíveis, 500 delas reunidas em um grande pacote plástico a preço irrisório.

Tenho mania de limpar meus ouvidos quase todos os dias. Já vi um filme onde o protagonista tinha verdadeira paixão por hastes flexíveis. Também já conheci alguém que nunca limpava os ouvidos e quando eu fui limpar gastei quatro hastes para cada cavidade auricular. Acreditem, foi um momento marcante e “schifoso”. Também as uso para corrigir erros de maquiagem na área dos olhos.

Ao chegar em casa acomodei as 500 hastes flexíveis em uma simpática latinha que ganhei na compra de cinco sabonetes Vinólia, aqueles das Quatro Estações de Vivald. Ficou lindo, todas aquelas pontinhas de algodão unidas em forma circular. Até fiz uma foto! E elas ficaram lá, na pequena estante ao lado do armário do banheiro. E todas as vezes que eu abria a latinha Vinólia para usar uma daquelas malditas hastes eu lembrava do dia que as comprei. O dia que viajei mais de duas horas por terra e mar para fazer uma surpresa para alguém que me trouxe tanta dor, tantas desilusões. Pensei no maldito mais de 500 vezes!

Moral da história: quando tudo der errado num dia, voltem direto para casa. Não façam nada que possa imortalizar aquele dia ou fazê-lo durar mais do que míseras 24 horas.



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