Cresci
dizendo que detestava feiras. Trocar o conforto de um supermercado pela loucura
de uma feira livre nem pensar! Mordi a língua hoje cedo enquanto caminhava
feliz da vida pela feira do meu bairro. Produtos fresquinhos, bons preços e os
feirantes que são um caso à parte. As pessoas trabalham com um bom humor
invejável. São simpáticos, solícitos, dão dicas e até receitas.
Quando era
criança minha mãe sempre me levava à feira com ela, mesmo contra a minha
vontade. Eu não gostava daquela sujeira toda pelo chão, as pessoas gritando o
tempo todo e esbarrando umas nas outras. Todas aquelas frutas que eu não
gostava, o cheiro de peixe, eu realmente abominava tudo aquilo. Não que essas
coisas não me incomodem ou não existam mais, elas continuam lá, as feiras não
mudaram nada nos últimos 40 anos. A diferença está na perspectiva. Quando criança
eu ia do carrinho de bebê, depois andando com minha mãe estava sempre mais
próxima do chão do que dos produtos. Esse ponto de vista realmente não
favorece a feira livre. Adulta, mesmo não tão alta, eu consigo ver tudo de um
ângulo onde só as coisas boas prevalecem.
Hoje, enquanto aguardava na fila do tripeiro (aquela pessoa que vende as tripas do boi, basicamente o fígado e o intestino, mais conhecido como dobradinha), soube das últimas da novela das oito e ainda aprendi como preparar dobradinha. O senhor cortava e limpava cuidadosamente cada bife de fígado. A senhora abria e retirava as espinhas da sardinha com admirável destreza. O rapaz não se incomodou em procurar no imenso caixote os limões mais bonitos para atender meu pedido. Tudo isso em meio a piadas, estórias engraçadas, causos e o bom e velho “vai com Deus”.
Hoje, enquanto aguardava na fila do tripeiro (aquela pessoa que vende as tripas do boi, basicamente o fígado e o intestino, mais conhecido como dobradinha), soube das últimas da novela das oito e ainda aprendi como preparar dobradinha. O senhor cortava e limpava cuidadosamente cada bife de fígado. A senhora abria e retirava as espinhas da sardinha com admirável destreza. O rapaz não se incomodou em procurar no imenso caixote os limões mais bonitos para atender meu pedido. Tudo isso em meio a piadas, estórias engraçadas, causos e o bom e velho “vai com Deus”.
Gastei
R$50,00 e comprei carne, peixe, frutas e verduras para a semana inteira. Acabei
com meu histórico humor matinal e ainda massageei meu ego, porque eles
sempre dão um jeitinho de dizer o quanto a freguesa é linda:-)
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