domingo, agosto 19, 2007

Uma questão sexual

A pele era macia, cheirosa e de uma cor irresistível. Recobria um corpo bem torneado com todos os músculos trabalhados sem exageros. Um verdadeiro sonho de consumo para qualquer fêmea predadora na fase adulta.

E ele se aproxima provocante, te toca, te puxa ao encontro dele. Encosta o corpo perfeito no seu e dança de forma lenta e sensual. Você fecha os olhos, ouve a música e acompanha os movimentos sincopados. Desliga a mente e se concentra no momento, no cheiro, na sensação...

De olhos abertos, passa a mão nos cabelos, arruma a roupa e avalia a situação: estranha.

Mais uma experiência que comprova a exceção ou, como costumava dizer uma pessoa outrora próxima, a “desorder” da vida.

quinta-feira, agosto 09, 2007

Credi, affidi

De tudo que vi e ouvi até hoje sobre pessoas do antigo continente não me afetaram verdadeiramente. Fiz uma promessa de acreditar e confiar nas palavras e nos olhos originais.

De tudo que vi e ouvi até hoje algumas coisas me machucaram, mas nada profundamente. Ainda mantinha o foco em acreditar e confiar.

Hoje eu não vi os olhos originais, não ouvi as palavras originais, mas um gesto original abalou a credibilidade e a confiança.

Ele não está mais lá.

Ele não QUER mais estar lá.

O silêncio, a ausência, a saudade, as outras pessoas, as palavras erradas, todo o oceano... Nada me doeu tanto quanto a certeza de que ele não QUER mais estar lá.

quarta-feira, agosto 01, 2007

Gosto mesmo de ser assim...

Ele me conhece pouco, quase nada posso dizer. Daí tamanha surpresa ao ouvi-lo dizer com tanta propriedade algo sobre meu estado de espírito.

Não, não, não, não fiquei aborrecida como de costume. Tal fato me fez feliz. Pensei comigo: "Ele está mesmo certo na sua observação. Bom saber que sou tão transparente assim."

É isso então... não importa o que aconteça, sou sempre verdadeira com meus sentimentos. Como me disse um dia meu primeiro amor: "podem até magoar seu coração, mas seu espírito ninguém vai conseguir quebrar". E ninguém conseguiu mesmo!!!

quarta-feira, junho 13, 2007

Eu tenho 15 anos

Porque não quero entender
Porque não consigo aceitar
Porque não quero enxergar
Porque tenho medo de te perder
Porque ainda gosto muito de você

quinta-feira, maio 31, 2007

O Grande Portal

Todo mundo tem uma frase de efeito. Uma dequelas coisas que você tira do bolso quando ninguém mais sabe o que dizer. Não existe uma regra para essa tal frase, vale qualquer coisa. Pode ser engraçada e cheia de sentido ou séria e sem senso algum, pode fazer todo mundo cair na risada ou causar comoção. O efeito não importa muito, é só uma última fala para pessoas que gostam de fechar discussões, tenham elas motivo ou não.

Como uma clara representante do mundo das palavras, eu tenho um saco cheio dessas frases. Algumas oriundas da sabedoria popular e outras tantas fruto da minha criatividade. Em meu vasto repertório existem aquelas que já são recorrentes. Quando o assunto é, por exemplo, o Brasil e suas mazelas invariavelmente eu costumo dizer que a saída para esses problemas é o aeroporto internacional. Com isso fiz desse lugar, o velho Galeão, meu grande portal.

Quando era pequena ficava imaginando o que existia além dos guichês de embarque. Para mim a viagema começava ali mesmo, nem precisava entrar no avião. Demorou uma boa dezena de anos até eu descobrir o que existia depois daquela entradinha. O grande salão cheio de cadeiras e algumas lojas não era tão excitante quando eu imaginava. Nem chegava aos pés da sensação do avião decolando, esta sim me surpreendeu.

Acho que fiz umas dez viagens a trabalho e uma de férias, tudo sem ultrapassar as linhas que demarcam o território nacional. Deu para esquecer essa brincadeira de portal e deixar tudo com cara de coisa cotidiana. Nunca mais olhei o Galeão como um lugar mágico.

A magia parece ter voltado. Há oito meses descobri o Terminal 2. Lá no cantinho, bem no final do corredor, encontrei o verdadeiro portal. Foi numa tarde de quinta-feira, era feriado... Lembro dos detalhes porque as coisas mudaram muito desde então, revoluções pessoais, eu diria. Voltei lá umas três vezes depois e é como das primeiras vezes, quando eu ainda era criança. Eu fico imaginando o que existe depois daquela pequena entrada. O salão com cadeiras e lojinhas? Que tipo de lojinhas? Que tipo de cadeiras?

O novo Tom Jobim tem uma novidade para mim. Eu tenho um portal para cruzar, e eu vou! E dessa vez não vou esperar por outra dezena de anos

segunda-feira, maio 28, 2007

Dia de extremos

Acordei com uma chance real de mudar minha vida de uma maneira radical e irreversível. Só conseguia pensar no novo, no desconhecido, na minha nova vida!

As inevitáveis horas se passaram e o cenário foi mudando. A chance real foi ganhando ares de remota e os pensamentos da nova vida dando espaço para as mazelas atuais.

No fim do dia estava mergulhada no meu passado até o pescoço manuseando fragmentos da minha vida em meio a caixas, gavetas, armários, sacolas....

Acho que hoje sou uma mera sombra do que fui ontem, mas não posso ser nada amanhã sem acabar com tudo isso.


terça-feira, maio 22, 2007

Mensagem subliminar

O chão tremeu no centro da cidade. Foi notícia nas duas edições do RJTV. O abalo foi ocasionado por uma máquina que trabalha nas obras de um estacionamento no subsolo da praça ITÁLIA.

No Globo Esporte a matéria é com uma atiradora brasileira, chance de medalhas no PAM. Ela levou a arma para ser registra pelo exército porque vai embarcar para uma competição de tiro na ITÁLIA.

Um dos vilãozinhos de Paraiso Tropical está armando vários golpes na novela. No capitulo de hoje ele comprou um passaporte falso e revelou seus planos: depois de conseguir roubar os personagens do seu núcleo classe média muito alta vai embarcar para ITÁLIA.

Ma che cazzo faccio io?


terça-feira, abril 10, 2007

Ponte de lembranças

Dia desses eu atravessava a ponte sobre a linha férrea que divide meu bairro em dois. Nada demais se não fosse um trajeto com um quarto de século da minha vida. Não tenho noções de distâncias ou metragens em geral, mas o percurso de menos de cinco minutos é repleto de mini-flashbacks.

Lembro da primeira vez passando por ali sozinha e com as pernas trêmulas. Aquele misto de medo e excitação. Até hoje faço coisas assim quando vou a algum lugar movo pela primeira vez, fico repassando o trajeto na cabeça inúmeras vezes, leio o nome das ruas anotados (normalmente na palma da minha mão – sim, tenho o péssimo hábito de me rabiscar desde sempre) dezenas de vezes e sempre acho que estou perdida para sempre. É motivo de sobra para ficar com as pernas bambas.

Segurava a saia do uniforme da escola, sempre muito curta para subir a escada tão alta. Era por ali que eu passava com a turma do colégio todos os dias. Também foi ali que eu vi o menino mais bonito da escola pixar um muro e ganhar aquele ar de bad boy que só os caras do cinema tinham. E foi para lá que eu arrastei aquele menino lindo do cursinho que eu estava louca para beijar.

Hoje, enquanto passava por este mesmo lugar cheio de lembranças, reparei no sol quente, no céu azul e na data do calendário. Há 15 anos eu passei por ali num dia como esse. Eu voltava de uma manhã exaustiva de aulas intermináveis. Era um domingo e eu estudava todas as manhãs e as tardes descia aquelas mesmas escadas dizendo que não voltaria no próximo domingo, que não queria mais aquela vida. Só não consegui lembrar o que eu queria.

Tentei fazer um resgate. Queria saber se eu me realizei. Se nos últimos 15 anos eu cheguei onde planejava. Acho que não planejei direito ou simplesmente não planejei porque como há 15 anos eu penso a mesma coisa: não quero mais essa vida. Ainda estou buscando uma nova.


sexta-feira, abril 06, 2007

A cura

Estou mesmo curada!!!

Pode parecer loucura. Me sinto arrasada, triste, muito triste. Achei que nunca mais sentiria essa dor outra vez. Na verdade não lembrava mais como doía, o quanto doía. Mas enfim... estou ferida e me sinto bem. Voltei a sentir tudo com a mesma intensidade de antes.

Tô na merda, mas tô feliz.

quarta-feira, março 14, 2007

Como assim ele não me odeia?

Fiz uma cois abominável! Tudo bem, não tive culpe... sei lá. Não sabia de verdade o que estava acontecendo, mas eu fiz. Não importa!!!! Em outros tempos eu seria queimada na fogueira, apedrejada em praça pública, surrada, chicoteada. Mas ele não. Hoje ele decidiu que não me odeia.

Hoje parece que ele me ama mais que ontem, ou melhor, hoje parece que ele finalmente me ama.

sábado, fevereiro 24, 2007

Covardia

Passou todo o dia refugiada em seu castelo com medo de seus próprios pensamentos. O confronto se aproximava, não tinha como escapar.

Na hora combinada ela estava lá. Diante do inimigo não declarado se fez de rogada. Evitou qualquer tipo de aproximação. O comportamento causou espanto.

Questionada preferiu o silêncio.

Solicitada recusou o convite.

Aguardada se fez ausente.

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Golpe fatal!

Há dias ando perturbada. Pensamentos e desejos insanos povoam minha mente.

Não adianta, não sei como lutar, é tudo novidade. Já recorri ao meu banco de dados atrás de informações acerca dos fatos atuais, mas não hpa nada lá que se assemelhe (nem de longe) com tal tormenta.

Sinto que estou na iminência de fazer uma bobagem, talvez a primeira grande bobagem da minha história. Confesso que tal fato exerce em mim um certo fascínio neste momento. Posso ser, enfim, a "bad girl" que tanto sonhei e descobrir se a máxima que eu tanto gosto ("Garotas boas vão para o céu, garotas más vão aonde quiser") é mesmo verdade. Não posso negar, tem um sorriso jocoso em meu rosto neste extato momento.

Mas não é tão fácil assim ser má de uma hora para outra. São anos andando na linha, ética, bom senso, consciência... Nossa! Quantos inimigos tem minha bad girl!!!

Eu estava mesmo indo bem até me deparar com uma arma letal: a música. Um minúsculo mp3 player de 1Gb me fez entregar os pontos. A garota boa foi nocauteada por alguns megabytes de arquivos de áudio. Angie Stone e Bill Witers, entre muitos outros, me levaram a lona no meio da madrugada.

terça-feira, fevereiro 20, 2007

Então era para ser um adeus.

De verdade. Comecei a pensar nisso no momento em que tudo ficou mais sério. O dia do adeus chegaria breve. Para minha sorte estava aprendendo a viver. Não podia existir melhor momento.

Aprendi, vivi e disse adeus, mesmo sem querer ser ouvida. Sai assim, sem olhar para trás, como deve ser um adeus de verdade. Fiz tudo direitinho.

Mas não foi bem assim. Os dias que se seguiram apagaram o meu adeus. As semanas, os meses... tempo passando e o adeus? Findou-se. Cheguei a ouvi-lo meio assim sem jeito. Achei que era mesmo ele outra vez, mas não.

                                    *****

Tarde de verão, sentada na areia da praia depois de horas de um bom papo eu concluo: cada vez mais eu faço parte da vida dele. Agora sou oficialmente amiga dos amigos.

sábado, fevereiro 17, 2007

Tentando ler as entrelinhas

Tenho recebido mensagens codificadas há algumas semanas. Tento decifra-las.

Em uma das tentativas achei o termo "hora de mudar" e a palavra "libertação". Segui os ditos, mas estou insegura.

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

São Valentino + TPM

Hoje é dia de São Valentino, o protetor dos enamorados. Por causa dele que nos Estados Unidos, Europa e algumas outras partes do globo, exceto Brasil, comemora-se o Dia dos Namorados.

Sabe que nem consigo me lembrar a última vez que comemorei um dia como este?

Achei interessante e resolvi fazer algo a respeito. Gastei R$8,50 num potinho com 150g de flocos crocantes cobertos com amor... quer dizer chocolate. Não durou nem uma hora cheia.

Me sinto mais feliz agora:-)

sábado, fevereiro 10, 2007

Meninos e meninas

Muitas são as diferenças que separam meninas e meninos. Isso é assunto de tese, matéria, pesquisa, investigação... Um assunto inesgotável o qual eu não pretendo discorrer neste breve post.

Quero falar apenas de uma dessas diferenças. Aquela que surgiu em pauta no momento. O momento em que o menino segue em frente e a menina ainda está paralisada.

Então estávamos no ônibus à caminho de um passeio depois de um belo dia de praia. E ele se esforçava para me fazer entender como ele, O MENINO, conseguia pensar em ter outras mulheres mesmo gostando tanto de uma. O segredo é a distância. A velha máxima do “O que os olhos não vêm o coração não sente” se aplica nesse momento. É ela que faz a imagem da pessoa amada se dissipar junto com o sentimento deixando o caminho livre para novas descobertas. Quando um menino fica longe da menina ele consegue aceitar e até desejar a proximidade de uma outra representante da espécie sem grandes problemas. É a carne que manda, o cheiro, o toque, a presença. Tudo isso fala muito mais alto que a simples lembrança.

Eu, no papel da menina, ouvia tudo com muita atenção, achava coerente, concordava até, mas aceitar... Acho possível olhar para os lados, achar outros meninos bonitos, interessantes, conversar, conhecer, sair. Mas desejar, deixar que me toquem, querer ficar, beijar... Isso não!

E é mesmo triste quando isso acontece. A menina ainda está com o menino na sua mente e na sua pele e o menino já está com outra menina em seus pensamentos e em seus braços.

Acho que já começou a acontecer...

sexta-feira, dezembro 22, 2006

Conflito interno

Sim, lhe tenho um grande afeto. Já me dei conta. Demorou, mas já reconheci: o que sinto não é um “nada” ou uma coisa qualquer. É algo diferente, forte, especial. Tem ares de eternidade, de serenidade e muito de paz. Uma paz concreta, quase tangível. É bom, mas ainda não é o bastante para mudar tudo como nas outras vezes. Mas também não é possível voltar atrás e fazer de conta que nada aconteceu. Olhar você como da primeira vez, com olhos puros, sem desejo, sem malícia, sem o querer.

To bem no meio da ponte. Uma daquelas de cordas e troncos que atravessa uma fenda. Olho para trás e está tudo escuro, triste. Na frente tem um nevoeiro denso e fresco, daqueles que não deixam nada aparecer. Lá embaixo passa um rio... Posso pular na água fria, ter uma hipotermia e esquecer tudo. Mas eu não quero! Nem por toda a dor do mundo não quero esquecer.

Vou ficar aqui mesmo no meio da ponte, um dia o nevoeiro dissipa e me mostra o caminho na frente. Tenho certeza que ele será muito bacana.

quarta-feira, dezembro 20, 2006

E esse calor senegalês?

40° às 10h da manhã!!!!
E o Verão ainda não chegou.

sábado, dezembro 16, 2006

Sobre a salvação
Parecia impossível, mas ela foi voltando ao seu estado normal. Abusou da filosofia das clinicas de recuperação e fez da máxima “um passo de cada vez” uma regra. E no compasso de cada passo foi saindo da sua clausura. Barzinhos, shows, festas, o velho roteiro voltando a pauta. A diversão voltava à sua vida com ares de novidade mofada. Por vezes olhava de longe e se perguntava: “Tem certeza que eu achei isso o máximo um dia?”. Questões que serviam de prova cabal da sua profunda mudança.

Mas muita coisa ainda estava fora do lugar. A diversão era fulgaz, não passava da página quatro depois da introdução.

Uma noite, um show, um acaso e tudo mudou. Deu um passo de cada vez, viveu um dia de cada vez, conseguiu não olhar para frente e nem para trás por algum tempo. Medidas extremas para alguém tão comedido. Assim deu-se a revolução!

Viveu coisas jamais sonhadas, viu coisas jamais imaginadas, ouviu coisas jamais ditas, sentiu... Finalmente, ela sentiu! Sentiu e sentiu. E era só isso que precisava, era tudo que almejava, era o que mais lhe faltava.

Hoje em seus olhos ainda existe uma ponta de tristeza, em seu peito um naco de dor de uma ferida ainda não cicatrizada. Mas a alegria de voltar a sentir ilumina mais seu mágico sorriso.

sexta-feira, dezembro 15, 2006