quarta-feira, maio 25, 2005

Ela, a porta e o medo

Quantas coisas passam pela cabeça dela enquanto espera do lado de fora. É como se seu futuro dependesse da abertura daquela porta.

No fundo não queria que as cosias fossem daquela maneira. Definitivamente não. Mas ainda não sabe como evitar e comandar tais mudanças.

Está claro que ele não a quer, não do mesmo jeito que ela o deseja, não do jeito que ela quer se dar. E, de alguma forma, ela também não o quer mais. Foram muitos os vacilos, a maioria em momentos chaves e com coisas importantes para ela. Tanto que nem reconhece mais o homem pelo qual se apaixonou. Foi covarde, egoísta, mesquinho e cruel.

Mas, lá está ela, sentada do lado de fora sem encontrar o maldito botão. Um vermelho escrito emergência, ou outro qualquer que desligue tudo. Continua insegura, sem chão. Trêmula com a simples presença, vazia com a ausência. Sente saudades e raiva. Tem muita mágoa. Quer dizer coisas sem sentido, ofendê-lo e beijá-lo a face com ternura. Quer socá-lo bem no estômago e aconchegar-se em seu colo macio. Quer magoá-lo a todo custo e amá-lo com sempre sonhou, para todo sempre.

E a maldita porta não se abre...

A angústia corrói por dentro, sente amargar-lhe a boca. O ar chega a faltar. Sente vontade de chorar, chorar muito, ali mesmo sobre o chão de madeira. É o medo. Medo daquela porta, do que será quando ela finalmente se abrir e ele sair, das palavras dele saírem... Medo do que vem depois e do que nunca mais virá.

Nenhum comentário: