Após descumprirem a decisão,
empresas de ônibus voltam atrás e mantém o valor da passagem em R$ R$ 2,65
As empresas de ônibus de Belo
Horizonte, Minas Gerais, decidiram manter o preço das passagens em R$ R$ 2,65,
como determinou a liminar da justiça na última sexta-feira, 4 de abril. As 43
empresas de transporte público cobraram o valor de R$ 2,85, 7,54% mais caro,
durante o fim de semana descumprindo a liminar.
Entre determinações e liminares
O reajuste foi autorizado pelo
prefeito Marcio Lacerda, do PSB, na quinta-feira, 3 de abril. No dia seguinte,
a Vara de Fazenda Municipal de Belo Horizonte aprovou uma liminar, após o
pedido do Ministério Público de Minas Gerais, decidindo pela suspensão do
aumento por 30 dias, até que seja divulgada a análise do relatório feito pela
consultoria Ernst & Young.
O documento da consultoria relatou
a possibilidade de redução de 27,54% nos preços das passagens, caso as empresas
não invistam no BRT. Com o investimento o reajuste das passagens deveria ser de
apenas 2,97%, e não 7,54%, como autorizado pelo prefeito.
Falta de notificação
Ainda no sábado, 5 de abril, a
assessoria do prefeito informou que a prefeitura determinou o cumprimento da
decisão judicial com a suspensão do aumento, mesmo sem receber a notificação
oficial.
Para justificar o descumprimento
da liminar durante o fim de semana, o sindicado dos concessionários declarou
que não foi notificado oficialmente da decisão suspendendo o reajuste e que não
houve tempo suficiente entre a determinação do aumento e a revogação do mesmo
para atualizar as catracas dos 3.336 veículos que circulam na capital mineira.
O sindicato declara ainda que vai rever os preços e avaliar as medidas a serem
tomadas.
Sobre o investimento no BRT,
principal investimento da administração de Lacerda na área de mobilidade urbana
na capital mineira, o sindicato declarou que as empresas não têm como arcar com
os investimentos nos cerca de 400 veículos, caso a justiça mantenha o veto ao
reajuste.
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