sábado, abril 26, 2008

Por uma expressão mais plácida

Pode não parecer, mas me preocupo com minha expressão facial. Costumo disfarçar bem minhas emoções reais, mas as expressões já são muito mais difíceis. Chegam a ser involuntárias, imperceptíveis para mim. Elas simplesmente se expressam e eu? Ah, eu sempre acabo vendida quando alguém mais atento nota a clara contradição entre o que eu falo e o que minha face declara. Daí essa minha mania horrorosa de ser sempre sincera, mais do que manda a boa educação.

Na real, sou extremante distraída. Certa vez li em algum lugar (bom exemplo da minha total falta de atenção) que quando estamos com uma expressão plácida somos tratados de uma maneira mais cordial pelas outras pessoas, já que o ser humano tende a reagir instintivamente a esse tipo de estímulo. É tipo aquela máxima do “sorria para o mundo que ele lhe sorrirá de volta”.

Em tempos difíceis passei a me preocupar mais com essa coisa de expressão facial. Antes eu pensava nisso somente quando saía à noite com um grupo de amigas a todas elas eram abordadas (abordadas do tipo assediadas) por alguém e eu não. Sempre pensava: será que fiz cara de casada hoje? Cara de aborrecida? De lésbica? Lésbica tem cara? E por ai iam minhas divagações pós noite zero a zero. Agora a questão é o mau humor matinal, não há expressão plácida possível para mim na parte da manhã. O mundo nunca vai me sorrir antes do meio dia!

A cura está num pequeno aparelho chamado tocador de MP3, ou MP3 Player para os americanófilos mais exigentes. Com os pequenos falantes levemente introduzidos nas minhas cavidades auriculares enviando fantásticas ondas sonoras para meu cérebro aborrecido por ter sido despertado de seu momento mais amado, o sono, o tocador de MP3 é capaz de controlar minha expressão facial de maneira eficaz. E ainda me fazer pagar muitos micos em coletivos e vias públicas, mas isso é assunto para outro post.

Música é meu remédio para todos os males. Na verdade é a paixão que sempre acaba curando minhas dores, sejam elas quais forem. E a música está no topo das minhas grandes paixões.

sexta-feira, abril 25, 2008

Mensagem subliminar da madrugada:

Bisogno vedere per credere
Da infinita série Eu Faço Coisas Sem Sentido

Queria saber explicar porque perdi horas de sono relendo seus bilhetes. Depois de tanto tempo... Você não é mais a mesma pessoa e, de certa forma, eu também não sou. Não faz mesmo nenhum sentido.

Insisto nessa mania estranha de pensar que você é um quebra-cabeças, tipo um Mestre dos Magos da Caverna do Dragão. Que fala por códigos e nunca revela a verdade facilmente. Talvez por isso eu leio, volta e meia, seus velhos escritos endereçados a mim. É claro que traço paralelos e crio teorias, tudo muito embasado. Encho minha caixinha de argumentos para justificar o que meu coração insano tenta dizer à parte realista da minha mente.

quinta-feira, abril 24, 2008

Pensamento da madrugada:

Prego a Dio non lasciare questa vita senza un pò di tutto quello che hai in "Across the Universe"
Da infinita série Eu Faço Coisas Coisas Estranhas

Entrei num blog/diário de um cara estranho. Na verdade ele é até famoso, bem famoso lá nas bandas dele (do outro lado do Atlântico), mas por aqui não passa de um completo estranho. Tinha um post falando de um filme que o tinha emocionado muito. Eu imediatamente baixei o tal filme, assisti e, já de madrugada aqui e mais ainda do outro lado do Atlântico, comentei o post do cara estranho. Escrevi coisas estranhas para ele. Falamos idiomas diferentes e eu não necessariamente escrevo corretamente na lingua dele, mesmo assim eu respondi o post dele e compartilhei, estranhamente, a mesma emoção que ele. O tal filme me fez sentir a mesma coisa estranha que o sujeito estranho que vive no tal país estranho para mim.

terça-feira, abril 22, 2008

Pensamento do dia:

Eu adoro meus amigos
O Segredo?

É de fato uma experiência interessante quando você toma consciência das coisas ao seu redor. Para mim, o ser humano vive num permanente estado de semi-letargia (não estou certa se essa expressão comporta ou não o hífen, mas estou com preguiça de pensar mais profundamente à respeito, então vai com hífen por uma decisão puramente estética), onde quase nada é percebido com devida atenção. Faz muito tempo (leia-se algo tipo pré-adolescência, os fabulosos 12 ou 13 anos) que eu carrego essa teoria comigo e tenho isso como uma das minhas verdades particulares. Com isso em mente há tantos anos é justificável que eu tenha olhos brilhantes quando detecto um “fenômeno” que envolva uma pequena prova dessa minha tese. Há alguns anos um livro trouxe essa minha velha idéia à tona com ares de novidade embolorada. Claro que virou um best-seller! Todo mundo quer saber algo que intitula-se O Segredo.

Toda essa longa introdução foi para comentar um momento do meu dia. Uma mulher, ao passar pelo meu ateliê, entrou e imediatamente perguntou se eu daria aulas de mosaico ali. Eu respondi que sim, mas que não ainda neste momento. “Estamos nos organizando ainda”. Ela emenda um assunto: “Você leu O Segredo?”, eu logo faço uma expressão enfadonha e digo um seco não. Ela: “Faz uns dias que passei por uma loja e vi uns mosaicos lindos e pensei: eu quero aprender a fazer isso. Hoje passo por aqui e encontro você e essa loja linda. É incrível como funciona mesmo!”. Recebe um sorriso meio amarelo de mim. Imediatamente falo com meus botões: “Nossa, ela teve mesmo um momento de alerta”.

Essa coisa de lei da atração nunca foi um segredo para mim, talvez porque nunca acreditei em coincidências. TUDO tem um motivo para acontecer e TODAS as coisas e pessoas estão interligadas de alguma forma, por algum tempo e por algum motivo. O divertido é quando você junta os pedaços e finalmente percebe a imagem que se forma.

Taí porque eu troquei o jornalismo pela arte musiva. Fazendo mosaico entendo porque fiz jornalismo.

segunda-feira, abril 14, 2008

Pinta no pulso

Eu nunca tive uma pinta no meu pulso. Agora tenho uma. Não sei bem quando ela surgiu, mas a percebi depois que você foi embora. Era bem pequenina, cheguei a pensar que se tratava de uma sujeirinha, mas não saiu. Passei a observá-la de tempos em tempos e notei que crescia aos pouquinhos. O fato é que a tal pinta virou um tipo de motivo estúpido para pensar em você. Toda vez que olho para meu pulso e vejo a pinta, lembro que você foi embora.

sábado, abril 05, 2008

Mensagem subliminar do final da tarde:

"Escolher é minha tortura"
De blog para blog

Fui desafiada pelo Ock-Tock, algoz e protetor ao mesmo tempo. Só mesmo uma pessoa má para, me conhecendo bem, me lançar tal desafio: fazer a minha vida em músicas de apenas UMA banda!!!!

Então serei óbvia e usarei a banda da ora, não da gíria paulistana, mas o da ora cronológica. Aquela que toca neste exato momento: Subsonica, uma banda italiana que faz um som mezzo rock, mezzo eletrônico que me agrada muitíssimo, somado à letras políticas, críticas e muito contestadoras e inquietantes. Eles têm aquele jeito estranho de falar do amor, aquele que me incomoda, mas me faz pensar. Ecolla!

1. És homem ou mulher?
Mammifero

2. Descreva-te
Tutti Miei Sbagli

3. O que sentem ou pensam as pessoas sobre você?
Angeles

4. Como descreverias o seu relacionamento anterior?
Nuvole Rapide

5. Como descreves o seu atual relacionamento?
Coriandoli a Natale

6. Onde gostarias de estar agora?
Il Cielo su Torino

7. O que pensas a respeito do amor?
Salto nel Vuoto

8. Como é a sua vida?
Discolabirinto

9. O que pediria se pudesse realizar um desejo?
Mocrochip Emozionale

10. Uma frase:
Nuova Ossessione
Necessidade de ser/fazer diferente

Retirei os anéis e o cordão. As fotos foram para o fundo da gaveta. Pintei meu cabelo. O que mais preciso fazer para entender que tudo mudou?

Reflexão do dia:

Quantas vezes é possível chorar pelo mesmo defunto?

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Mensagem subliminar do dia:

"Sou escrava da minha consciência"
Muito próximo de tudo que mais abomina

Não foi a primeira vez, por isso mesmo que lhe causara tanto mal-estar. O dia seguinte lhe amargava a boca com uma ressaca moral digna daqueles que abusam da consciência de seus atos. Uma sensação que se prolongou semana à fora.

A noite era de festa, mas ele não poupou comentários ácidos e ironias pouco amistosas. Falou demais sobre o que não devia, criticou injustamente o comportamento daqueles que o rodearam. Fez um péssimo uso das palavras. Parecia perdido.

Estava embriagado de inveja, tomado pelo ciúme e dominado pelo rancor. Por algumas horas, muito mais do que no último ataque, havia, enfim, se tornado um reflexo de tudo que mais detestava. Seu maior medo estava ali, se apoderando de sua matéria.

A capa agora era do pequeno ser mal-amado, aquele que não é capaz mais de ser feliz com a alegria alheia. O fantasma que sempre o amedrontou agora é seu mentor.

terça-feira, fevereiro 19, 2008

sábado, fevereiro 16, 2008

Carta aberta

Moço bonito,

Não é uma noite de Lua cheia como aquela em que nos encontramos lá no alto. Mas ela está lá, em pleno quarto-crescente, exibindo todo seu charme envolta, volta e meia, por uma fina camada de nuvens.

É uma noite misteriosa, perfeita para te encontrar outra vez, naquele mesmo lugar. E pensar que eu cheguei tão perto... Até ensaiei coisas para te dizer. Sim, eu faço isso desde a pré-adolescência. Tudo bem que nunca falo tudo que ensaio, mas sempre me divirto um pouco com essas novelinhas encenadas entre as quatro paredes do meu quarto.

Evidente que ainda penso em você, não com o mesmo entusiasmo, mas penso e, especialmente, lamento. Sinto muito por tudo que não aconteceu, por todos os tiros que dei na água. Eu sempre gasto muita munição.

Espero que você esteja bem. Ta quase na hora...bom trabalho.

Saudades

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Estranhas medidas

Sempre tive problemas para medir coisas, sejam elas quais forem. Distâncias, tamanhos, profundidades. Uma completa negação nessa área. Me considero menos esperta por não saber isso.

Mas hoje, depois de uma ida ao supermercado, descobri uma coisa muito interessante. Existem rolos de papel higiênico com duas metragens diferentes, 20 e 30 metros. Os preços também variam, mas como as marcas eram diferentes não deu para saber o preço exato da diferença. Mesmo assim gastei um tempo frente à prateleira pensando no que exatamente significariam 10 metros de papel higiênico num rolo. Quantos números um eles enxugariam ou quantos números dois limpariam? Ou ainda quantas assoadas de nariz quem sabe?

Duvido muito que alguém tenha essa incrível noção. E só de duvidar já me sinto mais esperta:-)


domingo, fevereiro 10, 2008

Fundo do poço – versão 1.0 de 2008

Você sai de casa sábado à noite para conhecer uma nova boite, é obrigada a ficar quase uma hora numa fila só de mulheres na calçada, é chamada de interesseira por um vendedor ambulante e ainda é deixada no vácuo por um argentino!

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Mensagem/pensamento subliminar do dia:

"I hate brazilian people who speak english very well"
Nacionalmente estrangeira

Agora faz mais sentido porque evitei por tanto tempo me envolver com pessoas de outros paises. Eu dizia sempre que era preconceito, já fui alvo daquelas almas infelizes que acham que minha cidade é um imenso puteiro. Tudo bem, hoje até concordo com essa teoria da casa de tolerância e também já sei me defender desses tipos, dois passos importantes para mudança de comportamento.

Considero como marco oficial a abertura de um certo albergue em Copacabana. Walk on the Beach, criado por dois colegas, Bo (from Denark) e Alcira (from Vila da Penha), e gerenciado por uma querida amiga, Ale (from Anchieta). No WOTB, como carinhosamente chamo, minha maneira de ver o mundo e as pessoas que nele habitam começou a mudar. O entra e sai constante de gente de inúmeras partes do planeta provoca sentimentos estranhos: medo, curiosidade, encantamento, alegria. Fica tudo lá, preso nas paredes, flutuando pelos corredores, jogados pelo chão. Não dá para ficar imune. Depois de algum tempo você já sorri involuntariamente para qualquer rosto com feições fora dos padrões estéticos brasileiros.

É bom quando eles perguntam coisas sobre a cidade, o país, com aquela curiosidade infantil. Melhor ainda quando gostam e não poupam elogios, eu quase explodo como se fosse a dona da terra. Mas também morro de vergonha quando a desordem urbana, violência e falta de educação do povo vêem à tona. São os meus momentos reais de brasilidade.

De certa forma tudo fica diferente quando eles, os estrangeiros, estão por perto. A vida fica mais divertida. Imagina só ir a uma festa onde você é a única representante de toda uma nação? Jantar com cinco pessoas de cinco paises diferentes que não falam a sua língua, mas ainda assim insistem em serem entendidas e passar a noite toda brincando de tecla SAP. Ou jantar com seis pessoas onde apenas três são estrangeiras e mesmo assim ninguém falar a sua língua e você passar a noite toda tipo personagem de cinema mudo.

Ainda não realizei meu sonho de viajar para fora do Brasil, mas já conheço um pouco mais sobre o mundo sem sair da minha cidade. Me sinto mais gringa a cada dia:-)