quarta-feira, junho 02, 2004

Os dois lados

O lado ruim do meu trabalho é desvendar os mistérios das coisas que mais me encantam. TV, teatro, música e cinema sempre me fascinaram, era mágico o jeito como as coisas simplesmente apareciam impressas em discos, transmitidas pela TV, apresentadas em palcos ou nas telas dos cinemas. Personagens, luzes e sons tudo era misteriosamente mágico.

Depois de mais de três anos vagando pelos bastidores, desvendei todos os mistérios. Já sei como a música é impressa no CD e apresentada para o público nos palcos, como são gravados os programas de TV e os filmes do cinema, como são encenadas as peças. Já descobri para que servem as luzes, os microfones, as câmeras, atores, diretores, sonoplastas, engenheiros de som, iluminadores, fotógrafos... Um monte de gente e equipamentos que não aparecem, mas produzem tudo que tanto me fascina.

O lado bom é que nada disso afetou a magia. Ainda sinto tremer as pernas quando subo em um palco, o coração bate mais acelerado dentro de um estúdio de TV, os olhos ainda brilham no set de gravação de um filme e tudo ainda é fascinante, mas com uma diferença: agora faço parte de tudo isso. As coisas que mais me encantam estão todas ao meu alcance e, a cada dia que passa, menos misteriosas e mais compreensíveis.

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